Oncoclínicas (ONCO3) despenca e acionistas exigem destituição do conselho
Após revelar exposição de R$ 430 milhões ao Banco Master, empresa enfrenta pressão por mudanças na gestão.
A Oncoclínicas (ONCO3) vem passando por um de seus piores momentos na bolsa de valores. Desde janeiro, a companhia acumula uma desvalorização de quase 30% na B3, situação que se acentuou na semana passada.
A empresa divulgou um comunicado ao mercado informando que tinha cerca de R$ 430 milhões em títulos do Banco Master. Depois que a instituição financeira foi liquidada pelo Banco Central, a rede de saúde especializada em oncologia agora tenta encontrar uma maneira de reaver o prejuízo, o que não vai ser um caminho fácil.
Foi nesta esteira que um grupo de acionistas entrou com um pedido para destituir o atual conselho de administração da companhia. O pedido teria sido apresentado por três fundos de investimento que, juntos, têm quase 15% do capital social da empresa.
Leia mais: Adeus, B3: Neoenergia (NEOE3) deve sair da bolsa em OPA bilionária
Eles querem retirar todos os membros do Conselho e fazer uma nova eleição para um mandato de dois anos. O presidente e vice-presidente do colegiado também estão na lista de destituição, conforme consta no comunicado.
“A administração da companhia dará encaminhamento à solicitação de convocação de assembleia geral extraordinária encaminhada pelos acionistas Latache, observados os prazos legais e estatutários aplicáveis, e manterá seus acionistas e o mercado informados sobre o assunto”, afirmou a empresa.
É importante destacar que, há pouco mais de uma semana, o conselho de administração autorizou um aumento de capital da empresa na base de R$ 1,5 milhão. Desta forma, a companhia emitiu milhões de novas ações e passou de R$ 3,1 bilhões para R$ 4,5 bilhões em capital social.
Depois da divulgação do comunicado, as ações da Oncoclínicas voltaram a cair na B3, depois do alívio registrado na véspera. Por volta das 12h, os papéis eram negociados com baixa de 2,3%, abaixo de R$ 2.
Atualmente, o valor de mercado da companhia é de R$ 1,8 bilhão, conforme dados da bolsa de valores. Desde que a companhia chegou à bolsa, em 2021, a desvalorização acumulada é de 91%.
Uma solução
Para tentar reaver parte do dinheiro perdido com o caixa que estava exposto ao Master, a Oncoclínicas deve tentar assumir a posição do banco na rede de saúde. Em 2024, o presidente do banco, Daniel Vorcaro, montou uma posição de R$ 1 bilhão por meio da compra de ações.
Ao que tudo indica, essa operação estaria atrelada aos CDBs da instituição, portanto, haverá uma tentativa de executar as garantias. No último relatório divulgado pela companhia, Vorcaro era dono de 15% do capital social da companhia.
ONCO3
OncoclínicasR$ 1,71
-46,39 %
-47,38 %
0%
-0,69
1,99
Mak Capital aumenta participação na Oncoclínicas (ONCO3)
A operação envolveu a emissão de 471.514.866 novas ações ordinárias ao preço de R$ 3,00 cada.
Empresas e fundos revelam exposição bilionária ao Banco Master; veja prejuízo
Oncoclínicas, Emae, Cedae e fundos de pensão estão entre os credores após a liquidação do banco.
Oncoclínicas (ONCO3) confirma aumento de capital de R$ 1,415 bilhão
Após a operação, o capital social da companhia foi atualizado de R$ 3,147 bilhões.
Oncoclínicas (ONCO3): O que aconteceu com os CDBs do Banco Master?
Os papéis da companhia recuavam cerca de 3,38% na tarde desta terça-feira (18).
Prejuízo da Oncoclínicas (ONCO3) atinge R$ 1,88 bilhão no 3T25
O resultado ajustado também ficou negativo, em R$ 97,9 milhões.
Oncoclínicas (ONCO3) alcança R$ 1 bilhão em aumento de capital
O valor foi alcançado antes da conclusão do período de sobras.
Oncoclínicas (ONCO3) fecha acordo com Banco Master para resgate de CDBs
O resgate dos valores será feito entre outubro deste ano e maio de 2027, diz o comunicado.
Oncoclínicas (ONCO3) anuncia novo aumento bilionário e ação desaba na B3
A decisão foi tomada em assembleia de acionistas e impõe forte diluição aos investidores que não acompanharem a oferta.