No apagar de 2025, banco surpreende e libera dividendos acima de R$ 1,80 por ação

Quem pensou que todas as instituições financeiras já tinham liberado seus proventos aos acionistas se enganou. Nesta terça-feira (23), o Banco Mercantil (BMEB3) resolveu agradar os investidores e liberou R$ 180 milhões em dividendos. 

A companhia vai pagar R$ 1,66 por ação ordinária e R$ 1,82 por ação preferencial no dia 14 de janeiro de 2026. O valor será depositado na conta de quem tiver os papeis na carteira no fim do dia 30 de dezembro, conforme comunicado divulgado. 

A divisão faz parte dos lucros auferidos durante o ano de 2025 e segue a previsão de distribuição da legislação brasileira. Assim como outra companhias da B3, os proventos liberados estão isentos da nova taxação que entra em vigor no próximo mês de janeiro. 

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Acordo de R$ 1 bilhão

Nesta semana, a instituição também informou que fechou um acordo com o Ministério da Fazenda para encerrar uma ação de disputa tributária. O caso tramita na Justiça desde março, com um valor total de R$ 2,5 bilhão. 

No entanto, mesmo acreditando na tese de defesa, o banco decidiu aceitar o valor para encerrar a disputa. Ao todo, eram 20 processos judiciais e outros 10 administrativos, sendo a maioria sobre a incidência de PIS/Cofins nas receitas financeiras dos bancos.

“Alguns casos têm quase 20 anos. Poderíamos seguir discutindo todos os processos, talvez por décadas, com probabilidades de sucesso difíceis de estimar, expondo o banco possivelmente a contingências mais significativas no futuro. Não é uma decisão simples, mas estrategicamente, pensando no banco e avaliando que temos condições de fazer, resolvemos tirar essa incerteza da frente. Isso transposto, nosso balanço fica mais limpo e a gente segue a vida”, destacou o vice-presidente financeiro do Mercantil, Paulino Rodrigues, em entrevista ao Valor.

Aumento de capital 

O banco também informou que vai conduzir um aumento de capital de R$ 500 milhões, com a emissão de novas ações no valor de R$ 26,38. O valor levantado será usado para recompor o índice de Basileia da instituição.

O indicador em questão é responsável por relacionar o capital dos bancos e os ativos de risco, mostrando a saúde financeira da instituição. O Banco Central exige que o índice esteja ao menos em 11%, mas quanto mais alto, melhor é a estabilidade da instituição.

“Os passos futuros foram conversados com o Banco Central, que nos acompanhou ao longo do processo. A tese do banco não se altera uma vírgula. Isso impacta o balanço de forma não recorrente, mas o operacional não é afetado. Seguimos crescendo, com níveis de retorno bastante atrativos”, finalizou o executivo. 

O Banco Mercantil é uma empresa voltada ao público com mais de 50 anos, tendo em sua carteira grande parte dos beneficiários do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Em seu último relatório, a companhia reportou 9,5 milhões de clientes ao redor do Brasil.