Minerva Foods (BEEF3): Por que as ações caem 4% nesta quinta-feira (7)?

Mesmo entregando vendas robustas de carne bovina no 2T25, analistas não gostaram dos resultados.

Publicado em 07/08/2025 às 16:14h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 07/08/2025 às 16:14h Atualizado 11 horas atrás por Lucas Simões

O que assusta em BEEF3 é a sua alavancagem alta em 2025 (Imagem: Divulgação)

As ações da Minerva Foods (BEEF3) lideravam as perdas do Ibovespa nesta quinta-feira (7), recuando em torno de −4%, além de baterem a mínima diária de R$ 5,01 cada. E olha que os números gerais apresentados pelo frigorífico no balanço do segundo trimestre do ano (2T25) vieram acima das expectativas.

Então, o que será que deu ruim para a processadora de alimentos? Bom, na avaliação Ativa Investimentos, o principal vilão nos resultados da Minerva Foods é a sua alavancagem alta, que ainda deve refletir em despesas financeiras elevadas nos próximos trimestres.

Tanto é que o analista da corretora Lucas Dias, em relatório, mantém recomendação neutra para os papéis BEEF3, estipulando preço-alvo nos próximos 12 meses em R$ 7 por ação. Considerando a cotação atual, ao redor de R$ 5 por ação, o potencial de valorização é de +40%.

Mesmo que o frigorífico esteja barato na bolsa de valores brasileira, há motivos para o analista estar em cima do muro e não recomendar diretamente a compra das ações da Minerva Foods.

Minerva Foods muito endividada

Enquanto a geração de caixa operacional da empresa somou R$ 320 milhões no 2T25, o seu fluxo de caixa livre ficou negativo em R$ 25,7 milhões, devido à pressão do capital de giro.

"Já a alavancagem veio em 3,2 vezes o ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização), superior ao patamar de um ano atrás. BEEF3 tem a necessidade de financiamento para adquirir as plantas de abate bovino da Marfrig (MRFG3)", explica o analista da Ativa Investimentos.

A Minerva Foods abateu 1,5 milhão de cabeças de gado no 2T25, alta de +35,6% na comparação anual, refletindo a incorporação das plantas da Marfrig. O volume de vendas foi de 507,1 mil toneladas, salto de +39,8%, diante da forte demanda externa.

Dessa maneira, o frigorífico obteve lucro líquido de R$ 458,3 milhões no 2T25, disparada de +380% ante o mesmo período de 2024, com receita líquida de R$ 13,9 bilhões, acima da expectativa de R$ 12,8 bilhões, calculada pelo analista Lucas Dias.

Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em BEEF3 há 10 anos, hoje você teria R$ 621,10, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 2.814,00 nas mesmas condições.