Maior da história? Shutdown nos EUA chega ao 35º dia e coloca aeroportos em risco

A paralisação já compromete aeroportos, salários de servidores e pode provocar o fechamento parcial do espaço aéreo dos EUA.

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Publicado em 04/11/2025 às 17:15h - Atualizado 5 minutos atrás Publicado em 04/11/2025 às 17:15h Atualizado 5 minutos atrás por Matheus Silva
Mais de 3,2 milhões de passageiros foram afetados por atrasos ou cancelamento (Imagem: Shutterstock)
Mais de 3,2 milhões de passageiros foram afetados por atrasos ou cancelamento (Imagem: Shutterstock)
🚨 O governo dos Estados Unidos entrou, nesta terça-feira (4), em seu 35º dia consecutivo de paralisação orçamentária. O impasse político entre democratas e republicanos empata o recorde do mais longo shutdown da história americana, registrado durante o primeiro mandato de Donald Trump. 
Sem previsão de resolução, a situação agora ameaça um dos setores mais sensíveis do país: a aviação civil.
Segundo o secretário de Transportes, Sean Duffy, caso o impasse persista, o espaço aéreo americano pode enfrentar interrupções parciais em regiões críticas. 
A possibilidade decorre da ausência de pagamento e da sobrecarga de trabalho de controladores de tráfego aéreo e demais servidores da aviação, que continuam operando sem remuneração.

Impacto nos aeroportos e risco de fechamento

Com os controladores de tráfego aéreo atuando sob pressão crescente, há risco de comprometimento da segurança operacional em grandes centros, como os aeroportos de Nova York, Atlanta e Chicago.
Duffy alertou que, caso haja aumento de ausências por exaustão ou protestos silenciosos, a alternativa será reduzir voos e até interditar temporariamente o espaço aéreo em certas áreas, impactando rotas nacionais e internacionais.
Desde o início do shutdown, mais de 3,2 milhões de passageiros foram afetados por atrasos ou cancelamentos, segundo estimativa da Airlines for America, entidade que representa grandes companhias aéreas do país. 
A Administração Federal de Aviação (FAA) já opera com equipe reduzida, o que tem limitado inspeções, certificações de segurança e treinamentos técnicos.

Paralisação afeta serviços públicos, economia e programas sociais

A paralisação já interrompeu serviços essenciais como assistência alimentar para 42 milhões de americanos por meio do programa SNAP. Os funcionários federais, incluindo policiais, militares, fiscais e agentes aeroportuários, estão sem receber salários há mais de um mês.
A economia americana também começa a sentir os efeitos. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) estima que o shutdown pode causar um prejuízo de até US$ 11 bilhões se durar mais uma semana, com impacto direto no consumo, nos investimentos e na credibilidade institucional.
Além disso, os relatórios econômicos e de emprego, fundamentais para a política monetária do Federal Reserve, estão suspensos por falta de orçamento para os órgãos responsáveis pela coleta e divulgação dos dados.

Clima político polarizado impede avanço das negociações

O embate no Congresso permanece travado. O Senado já rejeitou mais de 12 propostas provisórias de financiamento. Os republicanos têm 53 assentos, mas não conseguem os 60 votos necessários sem apoio democrata.
De um lado, os democratas exigem contrapartidas sociais, como a manutenção de subsídios de saúde, para aceitar qualquer acordo. Do outro, republicanos acusam a oposição de prolongar a crise por motivos eleitorais. “As vítimas da paralisação dos democratas estão começando a se acumular”, afirmou o senador republicano John Thune.
Já o líder democrata Chuck Schumer criticou o foco do presidente Donald Trump em “questões irrelevantes”, como reformas no interior da Casa Branca, enquanto “milhões de americanos enfrentam dificuldades para pagar o plano de saúde”.

Uma nova dinâmica nas paralisações

Essa é a 15ª paralisação do governo americano desde 1981, mas se destaca não apenas pela duração, mas também pela inversão de protagonismo partidário.
Historicamente provocadas pelos republicanos, as paralisações agora encontram origem em impasses liderados pelo Executivo democrata diante de uma oposição republicana alinhada a Trump.
💲 Enquanto isso, famílias de baixa renda, trabalhadores federais e milhões de passageiros aéreos seguem como as maiores vítimas de um impasse político que já paralisa boa parte da máquina pública dos EUA.