Lula se diz otimista para conversa com Trump: Veja o que está em jogo
Reunião deve ocorrer na próxima semana e pode abordar temas como os minerais críticos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nessa quarta-feira (24) que está otimista para a possível reunião com Donald Trump.
O brasileiro ainda indicou que a negociação pode passar por diversos temas, inclusive pela exploração de minerais críticos e terras raras do Brasil, que são de interesse dos americanos.
Só o que não está em jogo, segundo Lula, é a democracia e a soberania brasileira, nem o resultado do julgamento que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por golpe de Estado.
O que aconteceu?
🤝 Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se encontraram na última terça-feira (23) nos corredores da ONU (Organização das Nações Unidas).
Foi um encontro rápido, entre os discursos na Assembleia Geral da ONU. Contudo, o suficiente para que uma "química" surgisse e os dois concordassem em se encontrar na semana que vem.
"Ele parece um cara muito legal, ele gosta de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócio com gente de quem eu gosto", disse Trump. E seguiu: "Por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química e isso é um bom sinal".
Questionado sobre o assunto nessa quarta-feira (24), Lula confirmou que uma reunião está sendo organizada para os próximos dias.
"Temos muita coisa para conversar. Tenho interesse nessa conversa e espero que aconteça logo", afirmou.
Apesar de uma ligação telefônica parecer a alternativa mais fácil, o presidente brasileiro não descartou a possibilidade de voltar para os Estados Unidos para encontrar-se presencialmente com Trump e até fazer uma declaração pública.
"Pintou uma química mesmo", brincou Lula, que se disse otimista para a conversa com o presidente americano.
🗣️ "Estou muito otimista porque acredito muito na relação humana. Tudo pode ser resolvido quando duas pessoas conversam", explicou.
Lula ainda disse que "não há por que ter brincadeira em uma relação entre dois homens de 80 anos de idade".
"Vou tratá-lo com o respeito que merece o presidente dos Estados Unidos e ele certamente vai me tratar com o respeito que merece o presidente do Brasil", comentou.
O que está em jogo?
Há muita expectativa para o encontro, no governo e no mercado. Afinal, os Estados Unidos taxaram em 50% uma série de produtos brasileiros em agosto e aplicaram sanções a autoridades brasileiras na esteira do julgamento de Jair Bolsonaro.
As tarifas têm pesado sobre empresas exportadoras, enquanto as sanções preocupam os bancos brasileiros, trazendo impacto direto para as movimentações na bolsa. Não é por acaso que o Ibovespa quebrou novos recordes na terça-feira (23), diante do aceno de Trump.
💲 Lula confirmou nessa quarta-feira (23) que é "muito importante" que Brasil e Estados Unidos estejam "bem", já que ambos precisam de emprego, melhores salários e investimentos mútuos.
O presidente brasileiro disse, então, que não haverá "veto de assunto" nessa conversa. "Temos que sentar, colocar na mesa todos os problemas, os problemas que ele tem com o Brasil e os problemas que eu tenho com os Estados Unidos, e, a partir daí, discutir", declarou.
Lula ainda disse que era "justo" que Trump se preocupasse com o trabalho do povo americano e afirmou que ele tinha o "direito" de "taxar um outro produto". Contudo, defendeu que esse debate ocorra no âmbito da OMC (Organização Mundial de Comércio) e sugeriu que algumas decisões de Trump foram tomadas com base em informações equivocadas.
Ao taxar os produtos brasileiros, Trump citou um déficit comercial dos Estados Unidos com o Brasil, por exemplo. No entanto, dados da balança comercial mostram que essa relação, na verdade, tem sido superavitária para os americanos. Lula indicou, então, que vai apresentar esses e outros dados a Trump na conversa.
"Na hora que tiver as informações corretas, eu acho que ele pode mudar de posição tranquilamente, da mesma forma que o Brasil pode mudar de posição", declarou.
Terras raras
Questionado por jornalistas sobre o que poderia entrar nessa negociação, Lula admitiu a possibilidade de tratar da exploração de minerais críticos e terras raras brasileiras.
Os Estados Unidos já demonstraram interesse no assunto, já que o Brasil tem uma das maiores reservas desses minerais, essenciais na transição energética.
🛠️ Lula disse que pode discutir o assunto com o mundo inteiro, desde que com uma condição: o beneficiamento desses materiais em solo brasileiro, o que tende a elevar o valor agregado do produto e a incentivar a indústria.
"Queremos que as empresas que querem explorar vão para o Brasil explorar. Não quero é que aconteça como aconteceu até agora com o minério, que só exportamos e não fazemos o processo de industrialização dentro do Brasil", avisou.
Para o brasileiro, um acordo desse tipo seria positivo para os dois países. Além disso, há a expectativa de que a regulação das big techs e a taxação do etanol entrem na conversa.
Por outro lado, Lula avisou que a democracia e a soberania brasileira são "indiscutíveis". "Isso não é discutível nem com o presidente Trump, nem com nenhum presidente do mundo", declarou Lula, que também saiu em defesa do processo de julgamento de Bolsonaro.

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