Lula cobra “respeito” de Trump e diz não ter “medo de cara feia”

O presidente já havia feitos críticas à decisão de Trump e prometeu reagir às tarifas.

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Publicado em 12/03/2025 às 09:53h - Atualizado Agora Publicado em 12/03/2025 às 09:53h Atualizado Agora por Elanny Vlaxio
A declaração foi feita na última terça-feira (11) (Imagem: Shutterstock)
A declaração foi feita na última terça-feira (11) (Imagem: Shutterstock)

🗣️ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou respeito do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e disse não ter “medo de cara feia”. A declaração foi feita na última terça-feira (11) durante cerimônia de inauguração do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Híbrida Flex, em Betim (MG).

Nós fizemos a maior política tributária que esse país já viu na história e todo mundo vai ganhar, porque nós não queremos o Brasil para nós, nós queremos o Brasil para vocês. E é por isso que eu digo sempre: Não adianta o Trump ficar gritando de lá porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado”, afirmou Lula.

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A declaração chegou um dia antes das tarifas de importação ao aço e alumínio entrarem em vigor. "É no olho que a gente diz a verdade, é com o olho que a gente fala. Eu quero dizer para vocês em alto e bom som: podem ter certeza, a economia brasileira vai continuar crescendo, a gente vai continuar gerando emprego, a inflação vai baixar", afirmou Lula.

💭O presidente já havia feitos críticas à decisão de Trump e prometeu reagir às tarifas. "Eu ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro. Se taxar o aço, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na Organização do Comércio ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles", afirmou Lula.

"Brasil não precisa temer medidas de Trump"

Vale citar que em fevereiro o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu precaução frente às novas medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos. Em entrevista, Haddad disse ainda que o Brasil não precisa temer as medidas de Trump, pois a balança comercial entre os dois países é superavitária para os EUA nos setores de bens e serviços.

“A balança é superavitária para os Estados Unidos, considerados bens e serviços. No caso de bens, ela é equilibrada, praticamente equilibrada. Não há nenhuma razão para nós temermos. Não há um parceiro que está importando muito do Brasil e exportando pouco, é ao contrário", disse.

⚠️ E acrescentou: "Vamos com cautela avaliar o conjunto das medidas que podem ser anunciadas, enquanto isso a área econômica está fazendo um balanço das nossas relações comerciais para que a reciprocidade seja um princípio observado pelos dois países”.

Na mesma linha, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o "caminho é do diálogo" reagindo à decisão de Trump. Acho que o caminho é do diálogo […] O memorando não é especificamente em relação ao Brasil, ele é mais genérico. É natural que o novo governo norte-americano queira avaliar seu comércio exterior. […] O Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos”, afirmou Alckmin.