Juros subiu, e daí? Entenda como a taxa afeta o seu bolso
Investidores da poupança não conseguem aproveitar taxa em patamar alto
Na noite desta quarta-feira (11), o Copom (Comitê de Política Monetário) decidiu elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual. Desta forma, a Selic sobe para o patamar de 12,25% ao ano, com perspectiva de novos aumentos.
📈 O ritmo da taxa de juros serve como um norte para a economia e para a oferta de crédito à população. O Banco Central toma essa postura de aumentar a taxa para aumentar os custos e, consequentemente, diminuir o consumo.
Na prática, é como se estivesse deixando as coisas mais cara para fazer com que a população compre menos. Por isso, em temporadas de juros altos, a população sente que tem menos dinheiro e, portanto, deixa de consumir.
"A parte ruim é que ao se aumentar a taxa de juro, cai o ritmo da economia. Isso vai afetar mercado de trabalho e aumentar a taxa de desemprego. Esse é o impacto de uma política monetária mais apertada", explica o economista Luis Otávio Leal, da G5 Partners, em entrevista à BBC News Brasil.
Manter os juros altos é a política monetária que o Banco Central tem nas mãos para colocar a inflação dentro da meta. Para 2024, os planos do BC era que os preços tivessem um aumento central de 3%, com uma margem de 1,5% para mais ou menos.
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No entanto, segundo os últimos dados do IBGE, a expectativa é que a inflação fure o teto da meta. Isso porque, considerando a inflação de novembro e o acumulado de todo 2024, o IPCA de dezembro teria que ser de apenas 0,2% para que a alta anual fique dentro do planejado.
"Juros altos são um remédio duro. Mas deixar a inflação fora de controle é muito pior. Sabemos isso por experiência própria. O Brasil já sofreu muito com inflação alta", destacou o economista Victor Gomes, professor da Universidade de Brasília (UnB), à reportagem.
Desiquilíbrio
💰 Mesmo que a Selic seja usada para corrigir os investimentos de renda fixa, até nisso há distorção. No geral, ela serve de referência para produtos como títulos públicos e privados, que ainda é minoria entre os investidores.
Segundo dados do Raio X do Investidor, 68% dos brasileiros ainda investem na poupança. As aplicações feitas neste produto seguem outro tipo de correção que está abaixo da Selic, portanto, os poupadores não conseguem aproveitar os rendimentos acima de 10% ao ano, por exemplo.
"A inflação é muito mais perversa para a camada mais pobre, que costuma deixar o dinheiro na poupança, quando tem algum. Os mais pobres não têm acesso a nenhum tipo melhor de proteção contra a inflação", explica Leal, da G5.
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