Javier Milei: Quais são as principais promessas do novo presidente argentino?

Milei foi eleito presidente da Argentina no último domingo (19), com 55,69% dos votos

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Publicado em 20/11/2023 às 09:23h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 20/11/2023 às 09:23h Atualizado 1 mês atrás por Juliano Passaro
Javier Milei, eleito novo presidente da Argentina (Shutterstock)
Javier Milei, eleito novo presidente da Argentina (Shutterstock)

O economista ultraliberal Javier Milei (La Libertad Avanza-LLA) venceu as eleições presidenciais da Argentina, no último domingo (19). Nos resultados parciais, Milei recebeu 55,69% dos votos contra 44,3% de Sergio Massa (Unión por la Pátria). A apuração final só será divulgada na quarta-feira (22).

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O 12º presidente da Argentina, em 40 anos de democracia no país vizinho, assumirá a Casa Rosada no dia 10 de dezembro. Entre as propostas para salvar a economia argentina, estão sua dolarização, a privatização de empresas estatais e o fechamento do Banco Central.

A dolarização da economia argentina

Milei teve um forte discurso, durante sua campanha, de combater a inflação do país através da dolarização da economia.

"O peso é a moeda emitida pelo político argentino, portanto, não pode valer nem um excremento, porque esses lixos não servem nem para adubo", disse Milei em entrevista recente a uma emissora de rádio local. As informações são da "BBC".

A ideia de Milei é dolarizar a economia no "menor tempo possível". O problema, no entanto, é que a dolarização depende de um estoque de dólares, o que a Argentina, no momento, não tem.

É nesse momento que entra a ideia de Milei de fechar o Banco Central argentino. Já que, segundo ele, isso permitiria que os dólares do BC, utilizados como reservas internacionais, pudessem ser colocados em circulação.

Relações com o Brasil

Em relação à política externa, Milei afirmou em discursos recentes que promete retirar a Argentina do bloco econômico Mercosul, além de ser contrário também à adesão do país ao Brics.

Em entrevista à "Bloomberg", Milei afirmou que o Mercosul é uma "união aduaneira de má qualidade, que cria distorções comerciais e prejudica seus membros".

As relações de exportação e importação entre Brasil e Argentina são importantes para ambos os países. Somente em 2023, no acumulado até outubro, o Brasil lucrou US$ 4,7 bilhões com a parceria.

Foram US$ 14,9 bilhões em exportações para a Argentina, e US$ 10,2 bilhões em importações provenientes do país vizinho. As informações são do "Moneytimes".

Privatização de empresas

Milei também se apoiou na ideia de privatizar empresas estatais que são "deficitárias", segundo ele.

A YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales), maior petroleira da Argentina, é uma das companhias que estão na mira do novo presidente. "Primeiro é preciso racionalizar a YPF e depois vendê-la", disse Milei em entrevista recente.

No último domingo, após vencer as eleições, Milei afirmou que a Argentina "vai voltar a ocupar seu lugar no mundo que nunca deveria ter perdido".

"Nosso compromisso é com a democracia, o livre comércio e com a paz. Vamos trabalhar com todos os países de livre comércio”, disse Milei.

“Apesar dos enormes problemas que têm o país, a Argentina tem futuro. Este futuro existe. Este futuro é liberal”, complementou o ultraliberal.

Em resumo, as principais propostas de Milei no âmbito econômico, de acordo com documento oficial enviado à Justiça Eleitoral da Argentina, são:

  • Eliminar gastos improdutivos do Estado e diminuir o tamanho do Estado
  • Privatizar empresas públicas deficitárias
  • Retirar "imediatamente" todas as restrições cambiárias, que limitam as compras de dólares pelos argentinos
  • "Dinamitar" [extinguir] o Banco Central e realizar a dolarização da economia
  • Promover uma reforma tributária que "elimine e diminua impostos para potencializar o desenvolvimento dos processos produtivos"
  • Concessões para a exploração de recursos naturais
  • Promover uma reforma trabalhista que elimine as indenizações, substituindo-as por um sistema de seguro desemprego, além de "promover a liberdade de filiação sindical" e "reduzir os impostos ao trabalhador"