Jair Bolsonaro classifica acusação como “injusta” e teme o “fim” da sua vida

A Primeira Turma do STF decidiu, na última quarta-feira (26), tornar réus Bolsonaro e sete de seus aliados.

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Publicado em 29/03/2025 às 15:45h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 29/03/2025 às 15:45h Atualizado 2 dias atrás por Matheus Silva
A declaração foi dada ao jornal Folha de S. Paulo (Imagem: Shutterstock)
A declaração foi dada ao jornal Folha de S. Paulo (Imagem: Shutterstock)

🚨 O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)declarou, em entrevista recente, que uma eventual prisão decorrente das acusações relacionadas a supostos ataques à democracia brasileira seria "completamente injusta" e significaria "o fim" de sua vida aos 70 anos.

A declaração foi dada ao jornal Folha de S. Paulo.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na última quarta-feira (26), tornar réus Bolsonaro e sete de seus aliados.

O grupo é acusado de liderar uma organização criminosa armada, com suposta intenção de minar a democracia brasileira.

Os crimes imputados incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado por violência e ameaça grave contra o patrimônio da União.

Se condenado por todos os crimes, as penas poderiam ultrapassar 40 anos de prisão.

Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que o recebimento da denúncia não foi uma surpresa para ele, destacando que o Ministério Público agora terá a responsabilidade de buscar provas concretas para sustentar as acusações.

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Questionamentos e defesa

O ex-presidente questionou especialmente a acusação relacionada à deterioração de patrimônio tombado, apontando que estava nos Estados Unidos durante os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram atos de vandalismo contra prédios públicos em Brasília.

Segundo Bolsonaro, a acusação carece de fundamentação e consistência.

Além disso, o ex-presidente fez uma analogia com a operação Lava Jato, que resultou na prisão do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que as acusações sem provas que enfrenta já teriam sido anuladas caso o processo tivesse o mesmo rigor da referida operação.

Bolsonaro também mencionou que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, arquivou o processo que o acusava de falsificação do cartão de vacinação por falta de provas, indicando que a testemunha-chave, Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens durante seu governo, não apresentou evidências suficientes.

O ex-presidente foi enfático ao negar a possibilidade de se exilar nos Estados Unidos ou de solicitar asilo político, prática que foi sugerida por seu filho, Eduardo Bolsonaro.

📊 Jair Bolsonaro afirmou que, apesar das acusações, pretende permanecer no Brasil e enfrentar o processo judicial de maneira direta.