Itaú adia corte da taxa Selic para 2026, mas dois fatores podem antecipar alívio
A estimativa aponta para um cenário de inflação ainda resistente e atividade econômica mais forte do que se esperava.

💲 A taxa básica de juros do Brasil, atualmente em 15% ao ano, deve seguir nesse patamar até o primeiro trimestre de 2026, segundo projeções do Itaú Unibanco (ITUB4).
A estimativa consta em novo relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita, que aponta para um cenário de inflação ainda resistente e atividade econômica mais forte do que se esperava.
Para o banco, o fim do ciclo de alta da Selic já ocorreu na reunião mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom).
A autoridade monetária, porém, tem dado sinais claros de que manterá a taxa em níveis elevados por um tempo prolongado, diante das incertezas internas e externas.
“A barra para novas altas parece alta”, afirmou o relatório, referindo-se à combinação de fatores como inflação desancorada e defasagem dos efeitos da política monetária.
Dois gatilhos podem mudar o jogo
Apesar da projeção conservadora, o Itaú não descarta que cortes nos juros possam começar ainda em 2025, caso dois gatilhos específicos sejam acionados:
- Valorização expressiva do real: o fortalecimento da moeda brasileira poderia aliviar pressões inflacionárias, dando espaço para a flexibilização.
- Desaceleração econômica abrupta: se a economia perder tração mais rapidamente do que o previsto, como por exemplo pelo impacto reduzido do novo crédito consignado privado, o BC pode revisar sua postura.
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Inflação recua, mas segue acima da meta
A equipe do banco revisou para baixo a projeção do IPCA de 2025, que agora é de 5,2%, ante os 5,3% anteriores. A queda se deve, principalmente, à redução de preços de alimentos e corte no IPI de automóveis. Em contrapartida, energia elétrica e loterias puxaram a inflação para cima.
Para 2026, a inflação estimada permanece em 4,4%, com viés de alta. A pressão do mercado de trabalho é o principal vetor de risco altista, de acordo com o relatório.
PIB e câmbio sem mudanças
O crescimento da economia brasileira segue estimado em 2,2% para 2025 e 1,5% para 2026.
O desempenho fraco do segundo trimestre e o impacto das tarifas comerciais impostas pelos EUA geram risco baixista no curto prazo, mas o Itaú mantém um viés levemente otimista para o ano seguinte.
No dólar, a estimativa foi mantida em R$ 5,65 tanto para 2025 quanto para 2026.
O real tem se beneficiado da melhora global no apetite por risco e da redução das tensões geopolíticas, mas a tarifa de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras impôs um freio nesse movimento de valorização.
Mesmo com alguns sinais positivos no cenário internacional e no comportamento dos preços internos, o Itaú reforça uma visão cautelosa sobre o início do ciclo de cortes da Selic.
📊 A política monetária brasileira deve seguir restritiva até que se observe uma desaceleração consistente da inflação, combinada com menores riscos externos e internos.

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