iFood responde Lula sobre PL dos aplicativos: “outras prioridades surgiram”

Segundo o presidente, a empresa de delivery demonstrou resistência para entrar em um consenso

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Publicado em 05/03/2024 às 08:48h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 05/03/2024 às 08:48h Atualizado 3 meses atrás por Jennifer Neves
Foto - Reprodução internet
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🍕 A empresa de delivery, iFood, respondeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após ser cobrada pelas negociações do PL destinado a regularizar a atividade dos motoristas de aplicativos.

Em nota, o iFood disse que participou do grupo de trabalho e que havia chegado a um consenso com o governo, mas que outras prioridades surgiram. A empresa também reforçou seu apoio à regulação do trabalho intermediado por plataformas desde 2021.

Lula formalizou, nesta segunda-feira (4), a assinatura do projeto de lei e questionou o iFood, pelas resistências durante as negociações para definir as diretrizes do texto.

Agora, o projeto aguarda tramitação no Congresso, sendo que o governo chegou ao texto final através de um grupo de trabalho composto por membros da administração e representantes das empresas, sem a participação de parlamentares.

A proposta do governo se concentra no transporte de passageiros. Entretanto, as conversas com empresas que lidam com o transporte de alimentos e encomendas, especialmente representadas pelo iFood, não tiveram avanço.

Lula comentou sobre o processo de negociação: "Há um tempo, ninguém neste país acreditava que seria possível estabelecer uma mesa de negociação entre trabalhadores e empresários, e fosse sair um projeto como este, que garante direitos aos trabalhadores por aplicativo de transporte de passageiros. [...] Vocês acabaram de criar uma nova modalidade no mundo do trabalho, em que as pessoas querem ter autonomia mas também precisam do mínimo de garantia."

O presidente também fez uma observação direta ao iFood, mencionando a necessidade de negociação com os aplicativos que não aceitaram a proposta: "O iFood não quer negociar. Mas nós vamos encher tanto o saco, que vão ter que negociar", disse de forma descontraída.

A medida não estabelece vínculo empregatício entre funcionário e empresa, um tema que também está sendo discutido no STF (Supremo Tribunal Federal). O foco do projeto apresentado até o momento é apenas nos aplicativos de transporte por carros, deixando de lado os aplicativos de entrega, como o iFood.