Ibovespa recua e dólar vai a R$ 6,06, em novo recorde
A desconfiança com o pacote fiscal e a ameaça de Trump de taxar os Brics pesaram sobre o dólar.

O Ibovespa fechou em queda e o dólar bateu novos recordes nesta segunda-feira (2), diante das incertezas sobre a situação fiscal brasileira e a relação comercial com os Estados Unidos no novo mandato de Donald Trump.
💵 O dólar chegou a bater em R$ 6,09 na máxima do dia, mas desacelerou depois de atingir este novo pico histórico e fechou cotado a R$ 6,06, com alta de 1,1%. Ainda assim, é o maior valor de fechamento da história.
Já o Ibovespa recuou 0,34%, mas conseguiu segurar os 125 mil pontos. Fechou aos 125.235 pontos.
Nesta segunda-feira (2), o mercado seguiu reagindo mal ao pacote fiscal apresentado na semana passada pelo governo brasileiro. O temor é de que a ampliação da faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) reduza o efeito dos cortes de gastos previstos pelo Executivo e, dessa forma, pressione o cumprimento das metas fiscais.
⚠️ Contudo, o dólar também foi pressionado por um fator externo: a ameaça de Donald Trump de impor uma tarifa de 100% aos produtos dos Brics, caso o grupo avance discussão sobre uma moeda alternativa ao dólar, como vem defendendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Apesar dessas pressões, o diretor de Política Monetária e próximo presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, reduziu as chances de intervenção no câmbio. Ele disse que o BC não vai segurar o dólar "no peito", porque o câmbio flutuante é um dos pilares da matriz econômica brasileira. "Seguimos atuando só quando há disfuncionalidade", afirmou.
Diante disso, o mercado segue elevando as projeções para a inflação e aos juros, o que pressiona as empresas listadas na B3. Segundo o Boletim Focus, a expectativa dos analistas é de que a Selic chegue em 11,75% neste ano e alcance 12,63% ao final de 2025.
EUA
Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam mistas neste primeiro pregão de dezembro. Veja:
- Dow Jones: -0,28%;
- S&P 500: 0,24%;
- Nasdaq: 0,97%.
Baixas
Os bancos também não ajudaram o Ibovespa nesta segunda-feira (2). O setor caiu em bloco, sob o peso da alta na curva de juros. Destaque para Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), que recuaram 2,14% e 1,47%, respectivamente.
Já as companhias aéreas sentiram a alta do dólar e o seu impacto no preço dos combustíveis. Com isso, a Azul (AZUL4) derreteu 7,91% e a Gol (GOLL4) perdeu 2,24%.
Veja outras baixas do dia:
- Raízen (RAIZ4): -4,55%;
- Auren (AURE3): -3,35%;
- Caixa Seguridade (CXSE3): -1,58%.
Altas
Já a Vale (VALE3) subiu 0,24%, mesmo depois de a XP e o Banco Safra cortarem a recomendação para o papel. A mineradora foi impulsionada pela recuperação dos preços do minério de ferro, que também ajudou companhias como Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e CSN (CSNA3).
A Petrobras (PETR4) também ajudou a conter a queda do Ibovespa, ao ganhar 0,64%. Nesta segunda-feira (2), estatal elevou os preços do querosene de aviação e abriu um processo licitatório para contratar a construção de duas plataformas FPSO para o projeto Sergipe Águas Profundas.
Veja outras altas do dia:
- Ambev (ABEV3): 4,08%;
- Minerva (BEEF3): 2,64%;
- B3 (B3SA3): 1,19%.

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