Haddad anuncia saída do Ministério da Fazenda até fevereiro de 2026

O ministro revelou ter comunicado ao presidente Lula sua decisão de não concorrer a cargos eletivos no próximo pleito.

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Publicado em 18/12/2025 às 19:08h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 18/12/2025 às 19:08h Atualizado 8 horas atrás por Matheus Silva
O ministro era cotado por aliados para disputas ao Senado ou ao Governo de São Paulo (Imagem: Shutterstock)
O ministro era cotado por aliados para disputas ao Senado ou ao Governo de São Paulo (Imagem: Shutterstock)
🚨O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quinta-feira (18) que deixará o comando da pasta "no mais tardar" até fevereiro de 2026. 
Em café da manhã com jornalistas, o ministro revelou ter comunicado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sua decisão de não concorrer a cargos eletivos no próximo pleito, afirmando que pretende colaborar apenas com a campanha de reeleição do mandatário.
Segundo Haddad, a conversa partiu de sua própria iniciativa. O presidente Lula, em declarações anteriores, havia manifestado o desejo de ver o ministro em uma disputa eleitoral, mas reiterou que respeitaria a decisão pessoal de seu auxiliar, destacando que Haddad possui "biografia para decidir seu futuro". 
O ministro era cotado por aliados para disputas ao Senado ou ao Governo de São Paulo.

Cenário fiscal e sucessão

Mesmo próximo de sua saída, o ministro ressaltou que as contas públicas seguem exigindo atenção rigorosa. 
Haddad defendeu a manutenção da arquitetura do arcabouço fiscal (regime de controle de gastos), embora tenha admitido que ajustes de parâmetros podem ser necessários.
Para o futuro da economia, o titular da Fazenda pontuou:
  • O governo que assumir em 2027 precisará aprimorar normas fiscais;
  • Reformas adicionais serão essenciais para garantir a sustentabilidade dos gastos;
  • As contas de 2026 estão em patamar confortável após o corte de benefícios tributários aprovado pelo Congresso Nacional;
  • O ministro posicionou-se contra a criação de um teto para a dívida pública, classificando a medida como inexequível.

Relação com o Banco Central

Sobre a condução da política monetária, Fernando Haddad afirmou que a harmonia entre as políticas fiscal e monetária tem sido um objetivo desde o início de sua gestão. 
Embora tenha dito que nunca divergiu do Banco Central (BC) sobre a direção dos juros, admitiu discordâncias pontuais sobre a "dose" das taxas.
O ministro elogiou a atuação inicial de Gabriel Galípolo à frente da autarquia, afirmando que o choque de juros foi necessário para reancorar as expectativas de inflação herdadas de gestões anteriores. 
📊 Atualmente, a taxa Selic encontra-se em 15% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. Haddad expressou preocupação com a desaceleração da atividade econômica em decorrência do aperto monetário restritivo.