Governo anuncia hoje medidas contra tarifaço dos Estados Unidos

O anúncio ocorrerá às 11h30, no Palácio do Planalto, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Publicado em 13/08/2025 às 07:16h - Atualizado 14 horas atrás Publicado em 13/08/2025 às 07:16h Atualizado 14 horas atrás por Elanny Vlaxio
Lula deve anunciar a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões (Imagem: Shutterstock)
Lula deve anunciar a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões (Imagem: Shutterstock)

🚨 Nesta quarta-feira (13), o governo federal apresentará um pacote de ações para auxiliar empresas exportadoras prejudicadas pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O anúncio ocorrerá às 11h30, no Palácio do Planalto, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em conversa com a rádio BandNews, Lula declarou que será assinada uma Medida Provisória prevendo a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas que perderam competitividade no cenário externo. Além do crédito, estão previstas no pacote ações como ampliar as aquisições governamentais, buscar novos mercados e priorizar o conteúdo nacional.

Poucos sinais de negociação

O governo Lula, apesar de ter sinalizado, logo no início do anúncio, uma retaliação com base na Lei da Reciprocidade Econômica, mantém as negociações abertas com EUA. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil pode discutir a inclusão da exploração de minerais críticos e terras raras nas negociações com os EUA, algo que já foi negado em outras ocasiões pelo presidente da República.

Os dois chefes de estado parecem estar em um cabo de guerra. De um lado, Trump declarou no início da semana, durante uma coletiva, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode telefonar “quando quiser”. Já Lula afirmou que não irá “ligar para Trump para comercializar, porque ele não quer falar”. Em julho, o petista já havia dito que Trump não estava disposto a discutir a negociar.

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💰  Recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, afirmou que o Itamaraty divulgará a resposta às tarifas aplicadas pelos EUA no dia 18 de agosto. Ele chegou a se reunir com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, no dia 30 de julho. “Negociações pragmáticas são a solução mais promissora para o empresariado, para os trabalhadores e para os consumidores do Brasil”, afirmou.

O cenário ideal seria adotar medidas compensatórias internas no Brasil, como apoio financeiro, linhas de crédito, seguro à exportação, tudo isso sem recorrer à retaliação comercial direta, é o que explicou Raissa Florence, diretora e economista da Oz Câmbio.

Já para Fernando Marx, contribuidor do TradersClub, a pior reação seria retaliar. "Qualquer tipo de retaliação apenas iria piorar a situação abrindo margem para escalada. O Brasil não tem como ganhar brigando com os EUA, uma possível escalada apenas nos prejudicaria."

O que justifica as tarifas para o Brasil

A medida foi justificada pela Casa Branca como resposta a políticas e ações “incomuns e extraordinárias” do governo brasileiro. Segundo a Casa Branca, o Brasil estaria promovendo “perseguição política, intimidação, assédio, censura e processos judiciais” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

O texto cita ainda o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, como responsável por “ameaçar, perseguir e intimidar milhares de seus opositores políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências, frequentemente em coordenação com outros membros do STF”.

⚠️ Na mesma semana em que anunciou as tarifas para o Brasil, o governo de Trump também sancionou Moraes com a lei Magnitsky, utilizada para punir estrangeiros. Segundo o governo dos EUA, estão bloqueados todos os possíveis bens do ministro no país, bem como qualquer empresa a ele associada.

Lembrando que o Brasil também foi ameaçado pelos EUA por negociar com a Rússia. Lindsey Graham, senador norte-americano, ameaçou impor tarifas extras de até 100% sobre países que seguirem comprando petróleo da Rússia. 

“China, Índia e Brasil. Esses três países compram 80% do petróleo russo barato e é assim que a máquina de guerra de Putin continua funcionando”, disse. “Se isso continuar, vamos impor 100% de tarifa para esses países. Punindo-os por ajudar a Rússia”, afirmou.