FGTS vai distribuir R$ 13 bilhões de lucros em 2025: veja quem recebe e quando
De acordo com a pasta, o crédito será feito até o dia 31 de agosto pela Caixa Econômica Federal, agente operador do fundo.

🚨 O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou, nesta quinta-feira (24), a distribuição de R$ 12,9 bilhões aos trabalhadores com contas vinculadas no fundo.
O valor corresponde a 95% do lucro líquido registrado em 2024, que totalizou R$ 13,6 bilhões, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
De acordo com a pasta, o crédito será feito até o dia 31 de agosto pela Caixa Econômica Federal, agente operador do fundo.
A medida vai beneficiar 134 milhões de contas — número recorde de participantes — e deverá garantir rentabilidade total de 6,05% no ano, somando os componentes obrigatórios: 3% ao ano, Taxa Referencial (TR) e a parcela do lucro distribuída.
A decisão foi unânime entre os membros do Conselho Curador, composto por representantes do governo federal, dos empregadores e dos trabalhadores.
Rentabilidade do FGTS superou inflação e alcançou maior nível desde 2016
A rentabilidade total das contas vinculadas em 2024 — estimada em 6,05% — superou o IPCA acumulado nos últimos doze meses.
Com isso, o FGTS passa a oferecer um retorno real positivo, algo raro nos últimos anos, quando a correção do fundo costumava ficar abaixo da inflação.
Para efeito de comparação, em 2023 o FGTS distribuiu R$ 15,2 bilhões em lucros, mas a rentabilidade foi de 5,83%, ainda abaixo da registrada em 2024.
Desde que passou a distribuir parte dos lucros anuais, em 2017, a média repassada aos cotistas foi de R$ 10,3 bilhões por ano.
Segundo o Ministério do Trabalho, essa elevação da rentabilidade é resultado direto do desempenho do mercado de trabalho formal, com crescimento nos empregos com carteira assinada e reajustes salariais acima da inflação.
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Arrecadação recorde e aumento nos saques
Em 2024, o FGTS alcançou sua maior arrecadação anual da história, com R$ 192 bilhões em depósitos realizados pelas empresas.
Esse avanço de 9% sobre o resultado de 2023 reflete a melhora do ambiente de emprego formal e o aumento da base salarial no país.
Paralelamente, os saques do fundo também cresceram e totalizaram R$ 163,3 bilhões — alta de 15% em relação ao ano anterior. As principais razões para esse avanço foram:
- Saque-aniversário, que segue ganhando adesão entre os trabalhadores;
- Saque calamidade, autorizado em razão da tragédia climática no Rio Grande do Sul, com liberação de valores emergenciais aos moradores das áreas afetadas.
Decisão do STF estabelece piso de correção baseado na inflação
Outro fator que aumenta o interesse sobre a distribuição de lucros é a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que os depósitos futuros no FGTS não podem render menos que a inflação. A nova regra vale apenas para os valores depositados a partir da decisão da Corte, em junho de 2024.
Na prática, isso significa que, se a fórmula tradicional de correção — TR + 3% ao ano + parte do lucro — não alcançar o IPCA, o Conselho Curador terá que definir um mecanismo para complementar a diferença.
O que já está nas contas até essa data não será reavaliado retroativamente, conforme decidiu o STF.
Por isso, parte do lucro de 2024 — cerca de R$ 700 milhões — será retida para formar uma reserva técnica. Esse fundo servirá justamente para cobrir eventuais diferenças futuras, em caso de desempenho abaixo da inflação.
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Quem recebe e como consultar o saldo?
Todos os trabalhadores que tiveram saldo positivo nas contas do FGTS em 31 de dezembro de 2024 terão direito a receber parte da distribuição dos lucros.
A quantia a ser creditada em cada conta será proporcional ao saldo existente na data de corte. A consulta ao valor será possível via:
- Aplicativo FGTS, disponível para Android e iOS;
- Internet banking da Caixa, para clientes do banco;
- Terminais de autoatendimento e agências físicas da Caixa.
Os valores são creditados diretamente nas contas do FGTS, e não podem ser sacados imediatamente, a não ser que o trabalhador se enquadre nas situações previstas em lei, como:
- Aposentadoria;
- Compra da casa própria;
- Demissão sem justa causa;
- Saque-aniversário;
- Doenças graves ou falecimento.
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Formalização do trabalho ajuda FGTS a crescer
💲 O desempenho do FGTS está diretamente atrelado à evolução do mercado de trabalho. Dados do Caged mostram que, entre janeiro e junho de 2025, o Brasil registrou saldo positivo de mais de 900 mil empregos formais.
Esse cenário tem impulsionado a arrecadação do fundo e contribuído para a melhora da rentabilidade geral das contas. Atualmente, o FGTS conta com:
- Patrimônio total de R$ 700 bilhões, segundo dados do MTE;
- Mais de 140 milhões de contas ativas e inativas;
- Aplicações em habitação, saneamento e infraestrutura urbana;
- Rentabilidade histórica limitada, mas com desempenho crescente desde 2017, com a incorporação de parte dos lucros.

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