Fed reduz ritmo e corta juros americanos em 0,25 p.p.
Decisão foi unânime e veio em linha com o esperado pelo mercado.
O Fed (Federal Reserve) cortou a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (18). Com isso, os juros americanos passam a oscilar entre 4,50% e 4,75%.
📉 A decisão representa um abrandamento do ritmo de corte dos juros americanos. Afinal, o Fed deu início a este ciclo de afrouxamento da política monetária com um corte de 0,50 ponto percentual na sua última reunião, em setembro.
A medida, no entanto, foi unânime, diferente do que ocorreu em setembro, e era esperada pelo mercado. Afinal, a economia americana continua apresentando dados fortes de crescimento, o que representa um risco para a inflação.
🏦 Ao anunciar o corte dos juros, o Fed observou que "a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido" e que a "inflação progrediu em direção à meta de 2%, mas continua um pouco elevada". O PCE (índice de preço de consumo pessoal) foi de 2,1% em setembro.
O Fed avalia que, neste cenário, os riscos para atingir suas metas de inflação e máximo emprego estão "aproximadamente em equilíbrio". Porém, ressaltou que "a perspectiva econômica é incerta" e que "está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo".
"O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado, se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas", destacou.
💲 A expectativa do mercado é de que o Fed volte a cortar os juros americanos em 0,25 ponto percentual em dezembro. Muitos analistas, no entanto, estão revendo suas projeções após a eleição de Donald Trump e alguns já consideram a possibilidade de o Fed pausar os cortes de juros na sua próxima reunião.
A avaliação de analistas é de que as medidas econômicas defendidas pelo presidente eleito são inflacionárias e, por isso, podem pressionar o Fed a manter juros altos nos próximos anos.
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Powell: Eleição não afeta o curto prazo
Diante dessas incertezas, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou o caminho aberto para as próximas decisões de juros dos Estados Unidos.
Ele disse que a decisão de dezembro será tomada em dezembro, de acordo com os dados disponíveis no momento. Além disso, reforçou que o Fed não tem um "curso predefinido" e, por isso, pode ajustar o rumo da política monetária.
Segundo ele, o Fed pode reduzir o ritmo de corte de juros se a economia continuar forte e a inflação não mostrar progressos adicionais em direção à meta anual de 2% ou se as taxas estiverem se aproximando de um patamar neutro. Por outro lado, poderia acelerar os cortes em caso de uma desaceleração mais forte do mercado de trabalho.
Powell garantiu, por sua vez, que a eleição americana não vai afetar o curso da política monetária no curto prazo.
Ele afirmou que o Fed não pode adivinhar, especular ou assumir quais serão os efeitos econômicos das políticas do próximo governo e ressaltou que ainda não é possível prever como e quando essas medidas serão implementadas. Contudo, admitiu que, quando esse cenário estiver mais claro, o Fed vai incluir esses possíveis efeitos nas suas projeções.
Powell evitou fazer comentários políticos ou sobre a política fiscal do governo. Ainda assim, foi incisivo ao dizer que não renunciaria à presidência do Fed se Donald Trump pedisse a sua saída. Além disso, destacou que a legislação americana não permite que o presidente demita os diretores do Fed.
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