Fed cortará juros nos EUA com shutdown? Até investimentos no Brasil reagem

Banco Central americano decide futuro da taxa básica de juros nesta quarta-feira, sem dados econômicos em mãos.

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Publicado em 28/10/2025 às 15:27h - Atualizado 12 horas atrás Publicado em 28/10/2025 às 15:27h Atualizado 12 horas atrás por Lucas Simões
Quase 98% do mercado aposta que os juros nos EUA vão cair na 4ª-feira (Imagem: Shutterstock)
Quase 98% do mercado aposta que os juros nos EUA vão cair na 4ª-feira (Imagem: Shutterstock)
O Federal Reserve (órgão americano com função equivalente ao nosso Banco Central) decidirá no dia 29 de outubro de 2025 para onde irá a atual taxa básica de juros dos Estados Unidos, a qual oscila entre 4,00% e 4,25% ao ano.
E as especulações no mercado estão mais apimentadas por conta da permanência da paralisação do governo, repercutindo até no Brasil.
Afinal de contas, a continuidade do shutdown nos EUA deixa o Fed em uma sinuca de bico: ajustar o patamar dos juros americanos sem a divulgação de dados mais recentes sobre a situação da economia do país, uma vez que os departamentos estatais deixaram de apresentar suas estatísticas, sendo a principal delas o relatório mensal de empregos (payroll).
Então, será que o Fed vai manter os juros como estão? Não é o que dizem 97,8% das apostas do mercado, que precificam redução de 25 pontos-base, trazendo os juros americanos para a banda que oscila entre 3,75% e 4,00% ao ano, segundo dados da ferramenta CME FedWatch.
Ou seja, mesmo com as dificuldades impostas pelo shutdown, os banqueiros centrais americanos devem continuar o ciclo de cortes, o que, por sua vez, amplia o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, cujas implicações já dão as caras no Tesouro Direto.
Prova disso é que as taxas do Tesouro Prefixado 2028 saíram da mínima em 2025 de 13,05% ao ano na véspera para oferecer o rendimento atual de 13,12% ao ano. Desde o último dia 16 de outubro, as taxas da renda fixa brasileira operavam em baixa.
Outro fator que tem ajudado os investimentos em países emergentes, incluindo o Brasil, a se valorizar agora são os sinais de possível acordo comercial entre EUA-China, comenta o analista Rafael Passos, da gestora Ajax Asset.