Fazenda deve anunciar interrupção da dívida do RS com União por dois anos

Cálculos do governo mostram que suspensão seria equivalente a R$ 8 bilhões

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Publicado em 13/05/2024 às 12:19h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 13/05/2024 às 12:19h Atualizado 2 meses atrás por Wesley Santana
Presidente Lula e governador Eduardo Leite em encontro na cidade de Santa Maria. Foto: Planalto
Presidente Lula e governador Eduardo Leite em encontro na cidade de Santa Maria. Foto: Planalto

🏦 O Ministério da Fazenda e a Secretaria Estadual da Fazenda do Rio Grande do Sul passaram os últimos dias tentando chegar na melhor solução para a dívida do estado com a União.

Nesta segunda-feira (13), o presidente Lula deve apresentar uma medida econômica que flexibilize o pagamento das dívidas do RS. Segundo informações da GloboNews, o Planalto deve suspender o pagamento das parcelas da dívida por até dois anos.

Considerando que 85% dos municípios foram devastados pelas enchentes, o governo federal quer garantir que os recursos poupados sejam usados para a reconstrução da região. No cálculo da Secretaria da Fazenda do RS, dois anos de suspensão da dívida seria equivalente a R$ 8 bilhões e o destravamento de 27% da receita líquida do estado.

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No fim de 2023, o valor total da dívida entre RS e União era de R$ 92,8 bilhões, que cresceu 13% no ano, representando 185% da receita líquida. Esse é o segundo estado com o maior valor pendente, atrás apenas do Rio de janeiro.

O cálculo da Fazenda estadual é a que a medida libera até R$ 3,5 bilhões do caixa do estado só neste ano. O governo ainda deve arcar com R$ 1,8 bilhão em precatório (dívidas judiciais) e R$ 10 bilhões de déficit previdenciário.

Exportações paradas

🚢 No ano passado, o RS foi o sexto maior exportador do país, sendo responsável por movimentar US$ 22,3 bilhões. A região tem uma forte presença na produção agrícola, mas também na indústria de baixa, média e alta tecnologia.

Um cálculo divulgado pelo jornal Valor mostrou que 90% das exportações são oriundas de áreas afetadas pelas chuvas. Ao todo, são 336 munícipios em situação de calamidade pública, com destaque para Rio Grande, que concentra a maior parte dos bens vendidos ao exterior.