Exportações para os EUA caem 18,5% no 1º mês do tarifaço; veja itens mais afetados

Com isso, o Brasil teve um déficit comercial de US$ 1,23 bilhão com os EUA em agosto.

Author
Publicado em 04/09/2025 às 18:56h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 04/09/2025 às 18:56h Atualizado 8 horas atrás por Marina Barbosa
Produtos brasileiros começaram a ser taxados em 50% pelos EUA em 6 de agosto (Imagem: Shutterstock)
Produtos brasileiros começaram a ser taxados em 50% pelos EUA em 6 de agosto (Imagem: Shutterstock)

As exportações do Brasil para os Estados Unidos recuaram 18,5% em agosto, o primeiro mês de vigência do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump.

📉 Com isso, os embarques somaram US$ 2,76 bilhões, o menor valor desde fevereiro de 2024, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (4) pelo governo.

O baque foi puxado pelo recuo das vendas de produtos como aeronaves, minério de ferro e carnes. Ou seja, tanto por produtos taxados, quanto por produtos que ficaram livres do tarifaço americano.

Diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Herlon Brandão explicou que, diante das incertezas relacionadas ao tarifaço, muitas empresas anteciparam vendas para julho. Por isso, mesmo as exportações de itens não tarifados caíram em agosto.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu taxar em 50% os produtos brasileiros. A taxa entrou em vigor em 6 de agosto, mas ganhou uma ampla lista de exceções em 30 de julho. Por isso, itens como aeronaves, petróleo, celulose e automóveis escaparam da tarifa.

Os 10 produtos mais afetados

(Os produtos estão ordenados de acordo com o volume bruto exportado aos EUA em agosto)

  • Aeronaves e partes: -84,9%;
  • Produtos semiacabados de ferro ou aço: -23,4%;
  • Óleos combustíveis: -37%;
  • Açúcar: -88,4%;
  • Minério de ferro: -100%;
  • Máquinas de energia elétrica: -45,6%;
  • Carne bovina fresca: -46,2%;
  • Motores e máquinas não elétricas: -60,9%;
  • Celulose: -22,7%;
  • Madeira: -39,9%.

Déficit comercial

💲 O Brasil, por outro lado, importou mais produtos americanos em agosto. As importações cresceram 4,6%, chegando a US$ 3,99 bilhões. Por isso, o saldo da balança comercial com os Estados Unidos foi negativo para o Brasil em US$ 1,23 bilhão em agosto.

No acumulado do ano, o Brasil também carrega um déficit comercial com os americanos. Isso porque de janeiro a agosto o país exportou US$ 26,58 bilhões e importou US$ 29,97 bilhões dos Estados Unidos. O saldo comercial foi, então, negativo em US$ 3,39 bilhões.

Outros parceiros

Na busca de novos mercados para os seus produtos, o Brasil ampliou as exportações para a China, o México e a Argentina em agosto.

📈 Com isso, o país exportou um total de US$ 29,86 bilhões em agosto. O volume cresceu 3,9% em relação ao mesmo mês de 2024, puxado por produtos como soja, milho, carnes, petróleo, ouro e automóveis.

Já o total de importações cedeu 2,0%, para US$ 23,73 bilhões. Com isso, o Brasil terminou o mês de agosto com um superávit comercial de US$ 6,13 bilhões, um saldo 35,8% maior que o de um ano atrás.

No acumulado do ano, o saldo da balança comercial brasileira é positivo em US$ 42,81 bilhões. O superávit é fruto de um volume recorde de US$ 227,58 bilhões em exportações e de um total de US$ 184,77 bilhões de importações.