EUA vão assumir controle de Gaza, diz Trump ao lado de Netanyahu

Ele também voltou a defender a transferência dos palestinos para países vizinhos.

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Publicado em 05/02/2025 às 08:40h - Atualizado Agora Publicado em 05/02/2025 às 08:40h Atualizado Agora por Elanny Vlaxio
A declaração foi feita na última terça-feira (4) (Imagem: Shutterstock)
A declaração foi feita na última terça-feira (4) (Imagem: Shutterstock)

Em uma declaração feita na última terça-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), disse que seu governo pretende “assumir o controle” da Faixa de Gaza.

Ele também voltou a defender a transferência dos palestinos para países vizinhos, classificando a região como uma “área de destruição”. A fala ocorreu após uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud).

🗣️ “Os EUA vão assumir o controle da Faixa de Gaza e serão responsáveis por desativar todas as bombas não detonadas e outras armas no local. Além disso, promoverão o desenvolvimento econômico para gerar empregos e moradias ilimitadas para a população da região”, disse Trump. O presidente também afirmou que, “se necessário”, poderá enviar tropas para Gaza.

Trump indicou que os EUA pretendem ter uma presença “de longo prazo” na região e reafirmou sua proposta de transferir os habitantes para o Egito ou a Jordânia, deixando claro que os custos dessa realocação ficariam a cargo dos países vizinhos.

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“A Faixa de Gaza tem sido um símbolo de destruição por muito tempo. Os palestinos deveriam ser realocados para países dispostos a apoiar ações humanitárias. Isso pode acontecer em 1 ou mais lugares, mas o essencial é que essas pessoas possam viver com conforto e paz”, declarou.

O republicano argumentou que a falta de alternativas leva os palestinos a quererem retornar a Gaza e insistiu que poderiam ser realocados em lugares “melhores”. “A região se tornou um lugar de destruição. Os Estados Unidos vão assumir Gaza e fazer um trabalho maravilhoso”, concluiu.

Trump disse que avaliou as condições em Gaza “com atenção ao longo de muitos meses” e que sua proposta de assumir o controle da região obteve “grande apoio” das “principais lideranças”. Já o primeiro-ministro israelense descreveu a proposta de Trump como “um futuro diferente para aquela terra” e afirmou que é necessário “prestar atenção” nela.

Como reagiram os políticos dos EUA

"Os palestinos não vão a lugar nenhum. Este presidente só pode despejar essa baboseira fanática por causa do apoio bipartidário no Congresso ao financiamento do genocídio e da limpeza étnica. Está na hora de meus colegas que defendem a solução de dois Estados se manifestarem", disse a deputada democrata e palestino-americana Rashida Tlaib.

💬 "Ele perdeu completamente a noção. Uma invasão dos EUA em Gaza levaria ao massacre de milhares de soldados americanos e a décadas de guerra no Oriente Médio. Parece uma piada ruim e doentia", afirmou o senador democrata Chris Murphy.

Como reagiu o Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu nesta quarta-feira (5) ao plano anunciado por Trump e disse que assumir o controle da Faixa de Gaza é "praticamente imcompreensível".

💭 "Os EUA participaram do incentivo a tudo que Israel fez na Faixa de Gaza. Então, não faz sentido se reunir com o presidente de Israel e dizer: 'nós vamos ocupar Gaza, vamos recuperar Gaza, vamos morar em Gaza.' E os palestinos vão para onde, onde vão viver? Qual o país dele?", questionou Lula em entrevista a rádios de Minas Gerais.

E acrescentou: "Então, é uma coisa praticamente incompreensível para qualquer ser humano. As pessoas precisam parar de falar aquilo que lhe vem a cabeça (...) Cada um governa o seu país e vamos deixar os outros países em paz."

Ele também disse que: "O que aconteceu em Gaza foi um genocídio, e eu sinceramente não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar cuidar de Gaza. Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos. O que eles precisam é ter uma reparação de tudo aquilo que foi destruído, para quem possam reconstruir suas casas, hospitais, escolas, e viver dignamente com respeito."