Fed corta taxa de juros dos Estados Unidos em 0,50 ponto
O Banco Central americano ainda vê os juros caindo mais 0,50 ponto em 2024.
O Fed (Federal Reserve) cortou a taxa de juros dos Estados Unidos nesta quarta-feira (18), pela primeira vez em mais de quatro anos.
📉 O corte foi de 0,50 ponto percentual. Com isso, os juros americanos vão oscilar entre 4,75% e 5,00%.
A redução dos juros era esperada pelo mercado. Afinal, a taxa estava há mais de um ano no maior patamar desde 2001 e a inflação americana vem caindo em direção à meta anual de 2%.
Além disso, recentemente o mercado de trabalho americano apresentou sinais de desaceleração, que acenderam o temor de uma recessão nos Estados Unidos.
O tamanho do corte de juros, no entanto, era alvo de divergências no mercado, com os analistas dividindo suas apostas entre 0,25 p.p. ou de 0,50 p.p.
A opção do Fed foi implementar o corte mais agressivo dos juros, que, na visão dos analistas, pode evitar um pouso muito forçado da economia americana.
Comunicado do FOMC
🏦 No comunicado desta quarta-feira (18), o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto dos Estados Unidos) disse que "busca atingir o máximo de emprego e inflação na taxa de 2% no longo prazo".
O comitê disse ainda que "ganhou maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%" e avaliou que os "os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados".
Contudo, admitiu que "a perspectiva econômica é incerta" e disse que "está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo".
Na avaliação do FOMC, os últimos dados da economia americana "sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido".
"Os ganhos de emprego diminuíram e a taxa de desemprego aumentou, mas continua baixa. A inflação fez mais progressos em direção ao objetivo de 2% do Comitê, mas continua um pouco elevada", ressaltou.
A decisão desta quarta-feira (18), no entanto, não foi unânime. A diretora do Fed Michelle W. Bowman preferia um corte de 0,25 ponto percentual dos juros, destoando dos outros 11 integrantes do FOMC que votaram pela redução de 0,50 ponto.
Mais cortes à frente
Diante desse cenário, o FOMC vê espaço para continuar cortando os juros americanos nos próximos meses.
Projeções apresentadas nesta quarta-feira (18) mostram que o comitê considera outro corte de 0,50 ponto percentual neste ano de 2024.
O FOMC ainda vê os juros americanos caindo mais um ponto percentual em 2025 e mais meio ponto em 2026, o que levaria a taxa para o patamar entre 2,75% e 3,00% em 2026.
A taxa prevista para o final de 2026, no entanto, ainda seria a maior desde setembro de 2022. Ou seja, a expectativa do FOMC é de que os juros americanos continuem acima dos níveis vistos antes da pandemia de covid-19, pelo menos nos próximos dois anos.
Os juros americanos caíram para o intervalo entre 0% e 0,25% no início da pandemia de covid-1, como uma forma de estimular a economia. Contudo, subiram de forma consistente entre março de 2022 e julho de 2023, chegando ao nível entre 5,25% e 5,00%.
Os juros foram mantidos neste patamar até esta quarta-feira (18), como uma forma de controlar o repique inflacionário visto na saída do covid-19. Agora, no entanto, começam a cair em resposta à desaceleração da inflação e do mercado de trabalho.
Ritmo está em aberto
Apesar da expectativa de que os juros americanos caiam mais 0,50 ponto percentual em 2024, o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou nesta quarta-feira (18) que o ritmo dos cortes de juros segue em aberto.
Ele disse que o FOMC optou por um corte mais agressivo dos juros neste primeiro movimento para manter a economia "em boa forma". Contudo, ressaltou que o comitê pode calibrar o ritmo do ajuste se necessário.
"Eu não acho que ninguém deve olhar para esse corte de 0,50 ponto e dizer ‘Esse é o novo ritmo'", disse Powell, em coletiva de imprensa realizada após a reunião do FOMC.
Segundo ele, o FOMC continuará decidindo o rumo dos juros americanos de forma cuidadosa, "reunião por reunião", de acordo com os dados disponíveis no momento.
Powell disse ainda que as projeções apresentadas nesta quarta-feira (18) podem se confirmar se a economia seguir como o esperado. Contudo, ressaltou que o Fed pode acelerar, diminuir ou até pausar o ajuste dos juros caso a inflação e o mercado de trabalho voltem a surpreender.
Powell admitiu, no entanto, que não vê as taxas de juros voltando para as mínimas observadas antes da pandemia de covid-19. "Parece que não voltaremos à era das taxas negativas", afirmou, explicando que a taxa neutra parece ser maior agora.
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