Dividendos globais batem recorde no 2º trimestre

Brasil teve a terceira maior distribuição de proventos no mundo emergente.

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Publicado em 10/09/2024 às 16:49h - Atualizado 6 dias atrás Publicado em 10/09/2024 às 16:49h Atualizado 6 dias atrás por Marina Barbosa
Empresas pagaram US$ 606,1 bilhões em proventos no trimestre (Imagem: Shutterstock)
Empresas pagaram US$ 606,1 bilhões em proventos no trimestre (Imagem: Shutterstock)

A distribuição global de dividendos bateu recorde no segundo trimestre de 2024, puxada por bancos e empresas de tecnologia.

De acordo com o Índice Global de Dividendos da Janus Henderson, um total de US$ 606,1 bilhões foi pago em proventos no segundo trimestre deste ano.

💰 O valor subiu 5,8% em relação ao mesmo período de 2023 e teria registrado um aumento de 8,2% não fossem os efeitos das variações cambiais.

O resultado ficou acima do previsto pela gestora britânica, graças aos volumes expressivos de proventos pagos na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e no Japão, em especial.

"Em todo o mundo, as economias geralmente suportaram bem o fardo das taxas de juros mais altas. A inflação desacelerou enquanto o crescimento econômico foi mais forte do que o previsto. As empresas também se mostraram resilientes e, na maioria dos setores continuam investindo para o crescimento futuro", comentou a Janus Henderson.

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Segundo a gestora, "este cenário benigno tem sido especialmente positivo para o setor bancário que está desfrutando de margens fortes e imparidades de crédito limitadas, o que reforçou os lucros e gerou muito dinheiro para dividendos".

Não à toa, o banco britânico HSBC (H1SB34) foi o maior pagador de dividendos do trimestre, com um total de US$ 11,7 bilhões. Veja aqui a lista das 20 empresas que mais remuneraram seus acionistas no segundo trimestre.

A Janus Henderson também destacou a contribuição da Meta (M1TA34) e da Alphabet (GOGL34) para este novo recorde dos dividendos. Afinal, as big techs começaram a remunerar seus acionistas neste ano.

"Essas empresas estão seguindo um caminho bem trilhado por indústrias em crescimento ao longo dos últimos dois séculos, atingindo um ponto de maturidade onde os dividendos são uma rota natural para retornar o dinheiro excedente aos acionistas", comentou a gestora britânica.

Diante desse cenário, a gestora britânica projeta um pagamento de dividendos recorde de US$ 1,74 trilhão em 2024. Se confirmado, o valor será 4,8% superior ao US$ 1,66 trilhão registrado em 2023.

Brasil teve a terceira maior distribuição do mundo emergente

A distribuição recorde de proventos do segundo trimestre foi puxada, sobretudo, pela Europa, pela América do Norte e pelo Japão. Contudo, as empresas baseadas no mundo emergente também ampliaram a remuneração aos seus acionistas, inclusive no Brasil.

De acordo com a Janus Henderson, os países emergentes responderam por US$ 42,4 bilhões dos proventos distribuídos no segundo trimestre. O valor subiu 7,3% em relação ao mesmo período de 2023, puxado sobretudo pelos dividendos de empresas do setor de petróleo do Brasil, Colômbia e Tailândia.

As empresas brasileiras pagaram um total de US$ 5,6 bilhões no segundo trimestre. Isto é, cerca de R$ 31 bilhões no câmbio registrado ao final de junho. 

O valor foi o terceiro maior do mundo emergente, atrás apenas do registrado na Arábia Saudita (US$ 8,7 bilhões) e na China (US$ 6,3 bilhões).

No entanto, 73% desse valor foi pago apenas pela Petrobras (PETR4). A estatal distribuiu US$ 4,1 bilhões em proventos no período. Isto é, quase R$ 23 bilhões.

Com isso, a Petrobras voltou à lista das 20 maiores pagadoras de dividendos do mundo. A companhia chegou a liderar o ranking no segundo trimestre de 2022, mas acabou perdendo posições depois disso e ficou de fora do "top 20" em 2023.

Brasil na 18ª posição mundial

De forma geral, o Brasil teve a 18ª maior distribuição de proventos do mundo. O ranking é liderado pelos Estados Unidos e pela França. Veja:

Estados Unidos: US$ 161,6 bi;

França: US$ 58,6 bi;

Alemanha: US$ 47,2 bi;

Japão: US$ 37,2 bi;

Reino Unido: US$ 36,7 bi;

Suíça: US$ 27,6 bi;

Itália: US$ 17,2 bi;

Canadá: US$ 15,9 bi;

Suécia: US$ 14,5 bi;

Hong Kong: US$ 14,1 bi;

Espanha: US$ 12,4 bi;

Coreia do Sul: US$ 9,3 bi;

Holanda: US$ 9,2 bi;

Arábia Saudita: US$ 8,7 bi;

Austrália: US$ 7,1 bi;

China: US$ 6,3 bi;

Noruega: US$ 5,9 bi;

Brasil: US$ 5,6 bi.

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