Diretora da CVM comenta consulta pública sobre influenciadores no mercado financeiro

Para Mariana Copola, comentários podem não virar regulamentação de influenciadores como serviço autônomo

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Publicado em 19/04/2024 às 14:28h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 19/04/2024 às 14:28h Atualizado 1 mês atrás por Wesley Santana
Marina Palma Copola foi indicado ao cargo de diretora em 2023 pelo governo federal. Foto: Agência Senado
Marina Palma Copola foi indicado ao cargo de diretora em 2023 pelo governo federal. Foto: Agência Senado

🔎 Depois de encerrar o período de consulta pública, agora a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) analisa os posicionamentos recebidos sobre a atuação de influenciadores digitais do mundo das finanças.

A instituição quer criar um mecanismo que regularmente esta atividade, que cresceu nos últimos anos e virou profissão para muitos dos influenciadores. Segundo relatório da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), um grupo dos 515 principais influenciadores do segmento tem, juntos, mais de 170 milhões de seguidores.

Nesta sexta-feira (19), Mariana Copola, diretora da CVM, destacou que ainda não sabe qual vai ser o resultado da consulta, mas acredita ser pouco provável que vire um projeto de regulação da atividade como serviço autônomo. Para ela, o mais importante é que haja transparência na relação dos influenciadores com o mercado financeiro.

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“Geralmente, quem busca informações sobre investimentos na internet, é justamente o mais vulnerável. Isto tem que ser tratado com cautela”, afirmou durante um evento do escritório de advocacia Levy & Salomão, segundo o Estadão.

Copola também reconheceu os avanços do mercado financeiro nos últimos, com a chegada de novos investidores, e ponderou que parte disso se deu em função dos influenciadores. “O que era muito limitado a poucos investidores passou a ser democratizado. Aos poucos, os entes reguladores começaram a olhar para os novos agentes”, afirmou.

A CVM abriu a consulta pública em novembro do ano passado, destacando que o objetivo era receber comentários de possíveis opções regulatórias para a atuação dos influenciadores que tem perfis de finanças e mercado de capitais. Segundo o órgão, havia o intuito de prever obrigações e responsabilidades quando estes disseminavam informações por meio das redes sociais.

“Com a expansão das redes sociais e o aumento do interesse da sociedade pelo Mercado de Capitais brasileiro, entendemos importante, mais uma vez, valorizar o diálogo e escuta ativa”, disse João Pedro Nascimento, presidente da CVM. “Com o devido entendimento e percepção, teremos a possibilidade de encontrar um caminho de convergência que privilegie a transparência, a segurança e bom funcionamento de nosso Mercado."