Copom confirma alta de 0,50 ponto e Selic vai a 14,75%; maior patamar desde 2006

O Copom elevou a Selic a 14,75%, maior nível desde 2006; decisão sinaliza cautela e mantém pressão sobre inflação.

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Publicado em 07/05/2025 às 18:56h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 07/05/2025 às 18:56h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
Com o novo aumento, a taxa Selic atingiu o maior nível desde julho de 2006 (Imagem: Shutterstock)
Com o novo aumento, a taxa Selic atingiu o maior nível desde julho de 2006 (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar a Selic em 0,50 ponto percentual na reunião desta quarta-feira (7), levando a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano.

A decisão já era esperada pelo mercado e segue a sinalização feita na última reunião do colegiado, em março, quando o BC havia “contratado” uma nova alta de menor intensidade.

Este é o sexto aumento consecutivo dos juros, em uma tentativa de conter a pressão inflacionária ainda persistente no país.

Segundo o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo próprio Banco Central, a expectativa do mercado é que a Selic encerre 2025 exatamente neste patamar, sem novos ajustes ao longo do segundo semestre.

Selic volta ao nível do primeiro mandato de Lula

Com o novo aumento, a taxa Selic atingiu o maior nível desde julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, os juros básicos estavam em 15,25% ao ano.

A atual trajetória de alta teve início em setembro de 2024, quando o Copom retomou o ciclo de aperto com uma elevação de 0,25 ponto percentual, elevando a Selic de 10,50% para 10,75%.

Desde então, o comitê acelerou os ajustes em sequência: uma alta de 0,50 ponto e, na sequência, duas elevações consecutivas de 1 ponto percentual, até chegar aos atuais 14,75%.

A decisão desta quarta marca, portanto, uma desaceleração no ritmo de alta, mas não significa o fim do ciclo.

O Banco Central deve continuar monitorando o comportamento da inflação e as expectativas do mercado para definir os próximos passos.

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O que dizem os analistas?

Para economistas e gestores, o movimento de desaceleração já era amplamente esperado, mas o tom do comunicado do Copom continua firme no combate à inflação.

A autoridade monetária segue destacando a assimetria de riscos — ou seja, o fato de que a maior probabilidade ainda é de alta nos preços, principalmente nos itens mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária.

“A leitura é que o BC está cauteloso, mas ciente dos efeitos defasados da política de juros. O ritmo menor sinaliza que o ciclo está próximo do fim, desde que não haja choques inflacionários inesperados nos próximos meses”, diz um trecho de relatório do BTG Pactual (BPAC11).

Selic a 14,75%: e agora, onde investir?

💲 Com os juros em alta, a renda fixa continua oferecendo oportunidades atrativas para o investidor conservador, especialmente em produtos indexados ao CDI ou à própria Selic.

Já os ativos de renda variável, como ações, seguem pressionados pela taxa elevada, que aumenta o custo de capital das empresas e reduz o apetite ao risco.

Setores mais dependentes do crédito, como varejo e construção civil, tendem a sofrer mais em ambientes de juros altos.