Como o Brasil pretende responder à tarifa de Trump?
Resposta deve vir em 1º de agosto, por meio de mais tarifas ou a quebra de patentes.

O governo Lula (PT) vai usar os próximos 20 dias para tentar negociar a taxação dos produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Contudo, se não conseguir chegar a uma solução para o assunto, promete responder à tarifa a partir de 1º agosto.
🗣️ "Primeiro, vamos tentar negociar. Mas, se não tiver negociação, a Lei da Reciprocidade será colocada em prática. Se ele vai cobrar 50% de nós, nós vamos cobrar 50% dele", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nessa quinta-feira (10), em entrevista à "TV Record".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao governo brasileiro na quarta-feira (9) dizendo que vai taxar em 50% todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida deve afetar as exportações brasileiras de petróleo, carnes e máquinas, entre outras. Por isso, pesou sobre ações como as da Embraer (EMBR3) e Minerva (BEEF3) nessa quinta-feira (10).
Segundo Lula, o governo vai criar um grupo para ouvir os empresários mais afetados pela tarifa americana e, assim, "repensar a política comercial com os americanos". A partir daí, o Executivo vai "tentar fazer todo o processo de negociação que for possível fazer".
Contudo, se não conseguir avançar no assunto de forma negociada, o governo deve levar o assunto à OMC (Organização Mundial de Comércio) e propor investigações internacionais "para saber quem é que está certo ou que está errado".
💲 Se esse caminho também não surtir efeito, a resposta à tarifa americana deve ocorrer por meio da Lei de Reciprocidade -lei aprovada pelo Congresso Nacional em abril deste ano aprovando o Brasil a retaliar medidas unilaterais de outros países ou blocos econômicos que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira.
A lei abre diversas opções de retaliação. Por isso, o governo brasileiro não pensa somente em taxar os produtos americanos em resposta à tarifa de Trump. Na mesa, também estão medidas como a quebra de patentes de medicamentos e a taxação de produtos específicos, como filmes, livrose outros produtos ou serviços ligados ao direito autoral.
Fontes ouvidas pela "Folha de S. Paulo" acreditam que esta seria a opção mais recomendada. Afinal, uma taxação linear sobre todos os produtos americanos poderia trazer consequências negativas para a economia brasileira, como mais inflação, já que o Brasil importa dos Estados Unidos produtos como máquinas e combustíveis.
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Lula não descarta "guerra comercial"
Enquanto a decisão não sai, no entanto, o presidente Lula não descarta uma "guerra comercial", com os Estados Unidos, semelhante à que ocorreu com a China nos últimos meses e acabou com um acordo entre os dois países.
"Nós queremos negociar e o que nós queremos é que seja respeitada as decisões brasileiras. Portanto se ele ficar brincando de taxação vai ser infinita essa taxação. Nós vamos chegar a milhões e milhões de milhões de por cento de taxa", disse Lula, em entrevista à "TV Globo".
Lula queixou-se de que Trump anunciou a tarifa com base em motivações políticas e informações desencontradas. Por isso, afirmou que não vai aceitar "intromissão nas coisas do Brasil" e que "ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade".
Ao anunciar a tarifa, Trump reclamou da forma com que o Brasil tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e das decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) que buscam coibir a disseminação de conteúdos falsos nas redes sociais.
Além disso, Trump alegou que o Brasil causa "déficits comerciais insustentáveis" para os Estados Unidos. Dados da balança comercial mostram, no entanto, que essa relação comercial é positiva para os americanos e não para os brasileiros.
No primeiro semestre deste ano, por exemplo, o Brasil exportou US$ 20 bilhões em produtos para os Estados Unidos e importou US$ 21,7 bilhões em produtos americanos. Logo, o saldo da balança comercial foi positivo em US$ 1,7 bilhão para os Estados Unidos.

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