Como investir em startups brasileiras?

Empresas de tecnologia oferecem opções que potencializam retornos no longo prazo

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Publicado em 14/05/2024 às 06:00h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 14/05/2024 às 06:00h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana
Startups são empresas de tecnologia que oferecem soluções inovadoras. Foto: Shutterstock
Startups são empresas de tecnologia que oferecem soluções inovadoras. Foto: Shutterstock

Os investimentos na bolsa de valores são um dos mais populares do país, movimentando bilhões de reais todos os anos. No entanto, são poucas as empresas que conseguem crescer ao ponto em que faça sentido uma oferta pública no mercado de balcão.

Para as startups, a solução tem sido fazer movimentos menores no modelo chamado de “mini IPO”, em que troca uma parte pequena de seu patrimônio pelo aporte de investidores. No Brasil, há diversas plataformas que oferecem esse serviço e que fazem, portanto, a negociação de ações de startups.

Todo o processo é feito por meio da tokenização dos ativos, que dá à plataforma que atua como a bolsa o poder de intermediar a compra e venda dos títulos. As transações são regulamentadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e as companhias precisam tornar públicos todos os relatórios sobre a gestão, da mesma maneira como acontece na B3.

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Segundo regulamentação da CVM, as bolsas de startups podem liderar 10 captações de até R$ 15 milhões por rodada. Todas elas passaram por um período experimental (chamado de Sandbox regulatório), que testou as possibilidades do negócio e abriu caminho para a operação do modelo no país.

No site da EqSeed, por exemplo, que é uma das autorizadas pelo órgão regulador, a startup SupplyLabs está trocando 8% do seu quadro societário por R$ 920 mil em investimentos. Essa é uma plataforma paulista de SaaS (Software as a Service) para gestão de cadeira de fornecedores, fundada em 2019.

Segundo especialistas, o principal objetivo de se investir nessas startups tem de ser a diversificação da carteira de investimentos, considerando que este é um ativo de risco, mas que, se a estratégia der certo, pode dar retornos superiores aos de renda fixa, em muitos casos. Por isso, antes de tudo, é importante entender qual é o perfil de investimento e avaliar está dentro da estratégia de investidor.

Além disso, para optar por uma startup, o investidor precisa entender o quanto está disposto a gastar e qual porcentagem quer comprometer de sua carteira de investimentos. Isso porque, diferente de uma companhia de grande porte, as startups ainda estão tentando encontrar seu caminho de crescimento.

Como escolher a melhor startup

Depois que o investidor ter certeza de que quer investir em startup, ele precisa escolher qual vai ser tese de investimentos. Neste caso, ele tem a sua disposição, as diversas empresas que oferecem o serviço e que publicam as ofertas públicas.

Atualmente, a SMU Investimentos, MB Startups, EqSeed e BEE4 são algumas das empresas autorizadas a fazer essa operação. Cada uma divulga seus próprios ativos e disponibiliza dados do negócio a ser investido para munir o interesse do máximo de informações possíveis.

Depois disso, tem de optar por uma das duas opções disponíveis no mercado, conforme informações a seguir:

  • Crowdfunding: nesta modalidade, o investidor tem de fazer um aporte mais longo e que, no geral, custa mais. A oferta da fintech Contank, por exemplo, disponível na Captable, define que o investimento mínimo é de R$ 1 mil, dividido em 100 ações de R$ 10 da empresa. Desde 2024, quando entrou no ar, a oferta já arrecadou R$ 1.875 milhão, de 251 investidores diferentes.
  • Ações: aqui, os investidores têm acesso a um mercado de ações muito parecido ao da bolsa de valores, mas com menos opções de investimentos e com menor liquidez. No entanto, o portfólio vai além das startups, incluindo também pequenas e médias empresas de outros setores, caso da Eletron Energia, listada na plataforma da BEE4.

Marcos Legal das Startups

No mês passado, o Senado Federal aprovou o projeto de lei 252/2023, que altera o apelidado de Marco Legal das Startups e regulamenta o investimento nessas empresas. Uma das principais propostas é a criação do CICC (Contrato de Investimento Conversível em Capital Social), em que os valores investidos podem se tornar participação societária na companhia.

O texto mexe especificamente com os investimentos feitos via crowdfunding, em que o valor aplicado se torna em dívida a ser resgatada pelo investidor em um tempo futuro. O texto foi enviado para a Câmara dos Deputados que deve analisar e, se aprovado, seguirá para sanção presidencial. Ainda não há data para que a tramitação seja concluída em Brasília.