Como a possível vitória de Trump pode mexer com o mercado?
As apostas pela vitória eleitoral do republicano aumentaram 10 pontos percentuais na última semana, segundo a Polymarket.

Com a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a possibilidade de uma nova vitória de Donald Trump tem levantado questões significativas sobre os mercados financeiros e os investimentos globais.
💻 Na última semana, a chance de vitória eleitoral do republicano aumentou em 10 pontos percentuais, de 60% para 70%, segundo a casa de apostas Polymarket. O empresário e político republicano, conhecido por suas políticas econômicas distintas, pode influenciar diversas áreas do mercado caso retorne ao cargo, é o que afirmam alguns especialistas.
Investidores devem reagir com cautela
Para Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, a reeleição de Trump pode desencadear uma reação de cautela entre os investidores. "No geral, os investidores tendem a reagir com cautela a essa incerteza, resultando em quedas temporárias nos índices de ações, como o S&P 500 e o Dow Jones. No entanto, à medida que os mercados se ajustam à nova realidade política, a volatilidade pode se estabilizar", explicou.
Além disso, o mercado global também pode sofrer com o aumento da volatilidade. "A eleição de Trump pode aumentar a volatilidade no mercado global, com os investidores procurando sinais quanto aos impactos sobre a política monetária dos Estados Unidos e principalmente o risco fiscal", avaliou.
Já para Pedro Afonso Gomes, presidente do Corecon- SP (Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo), quem for eleito para assumir o cargo de presidente dos EUA terá que lidar com um conjunto de ações para proteger a economia do país. "Qualquer um dos dois candidatos a presidente que for eleito nos Estados Unidos tenderá a ter um certo protecionismo na economia americana para as empresas, para os empregos, tendo em vista o avanço que a China tem feito em amplas faixas do mundo", pontuou.
Setores de energia, defesa e infraestrutura podem ter benefícios
📱 Caso Trump seja reeleito, especificamente, indústrias como energia, defesa e infraestrutura estão entre as mais destacadas, devido às políticas e promessas do republicano. O setor de energia, por exemplo, poderia ver um impulso significativo sob uma segunda administração Trump. Isso porque ele tem apoiado a exploração de recursos energéticos domésticos, incluindo o petróleo, gás natural e carvão, prometendo reduzir regulamentações que limitam o crescimento do setor.
"Empresas nesses setores podem ver uma valorização significativa de suas ações, pois historicamente as políticas de Trump incentivam o crescimento e o investimento interno. Outro ponto, é que a administração Trump é conhecida por reduzir regulamentações, o que pode beneficiar setores como o financeiro e o de saúde, aumentando os lucros dessas empresas e tendo como consequência a elevação do preço dessas ações", disse o analista da Ouro Preto.
Por outro lado, na avaliação do presidente da Corecon, o Brasil pode entrar na lista de interesse do país norte-americano quando se fala em exportações. "Não vejo dificuldade do ponto de vista ideológico, evidentemente que Trump tem uma visão quase oposta àquela que é do governo brasileiro, mas uma frase que já tem quase 80 anos diz que 'os norte-americanos não têm amigos, têm interesses', então se for interessante para os Estados Unidos, certamente, eles vão comercializar com o Brasil", analisou.
Como o fica o dólar e o real brasileiro?
Outra questão crucial que tem captado a atenção dos investidores é o impacto potencial sobre a taxa de câmbio e, especialmente, o fortalecimento do dólar americano. Trump tem sido associado a políticas econômicas que tradicionalmente fortaleceram o dólar. No entanto, sua administração implementou cortes de impostos significativos e políticas pró-mercado, que geralmente são vistas como positivas para a economia dos EUA.
"A vitória de Trump pode fortalecer o dólar devido à expectativa de políticas fiscais expansionistas e uma certa possibilidade de aumento das taxas de juros (como consequência). Isso pode ter um impacto negativo em moedas emergentes, como o real brasileiro, que tendem a se desvalorizar frente ao dólar", pontou o analista da Ouro Preto.
Na outra ponta, Gomes da Corecon avaliou que o investidor deve verificar fundos e ações que possam ser benéficas para China e para os EUA. "O ideal é examinar fundos e ações de empresas que efetivamente possam ser essenciais para os Estados Unidos e também para a China. Há uma possibilidade de o Brasil ter uma penetração na Europa e isto significa escolher bem os investimentos, analisar as empresas e a possibilidade de lucro dessas empresas quando se investe em ações", analisou.
Leia também: Aposta em vitória de Trump sobe 10 pontos porcentuais, para 70%

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