China: Crise da Evergrande volta ao radar do mercado

Construtora dá sinais de que pode não cumprir acordo de reestruturação de dívidas

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Publicado em 25/09/2023 às 17:51h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 25/09/2023 às 17:51h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
Evergrande está impedida de emitir novos títulos. Foto: Divulgação
Evergrande está impedida de emitir novos títulos. Foto: Divulgação

As incertezas com a economia chinesa voltaram ao radar do mercado nesta segunda-feira (25/09). Investidores operam com cautela diante de um novo capítulo da crise da construtora Evergrande e da perspectiva de que a economia da China cresça menos do que o esperado.

Uma das maiores incorporadoras da China, a Evergrande deu novos sinais de que pode não cumprir o acordo de reestruturação de dívidas firmado em março com seus credores. A empresa comunicou que está impossibilitada de emitir novos títulos porque sua subsidiária principal, Hengda Real Estate Group, está sendo investigada.

Em comunicado ao mercado, a Evergrande ainda disse que seus acionistas e investidores “são aconselhados a ter cautela ao negociar com títulos da empresa”.

A recomendação de cautela vem dias depois de a construtora cancelar as reuniões do acordo de reestruturação de dívidas que estavam previstas para esta segunda e terça-feira (25 e 26/09). Na sexta-feira (22/09), a Evergrande disse que julgava necessário reavaliar os termos do acordo “com base na situação atual da empresa”. “Desde a data do comunicado, as vendas do Grupo não têm ocorrido conforme o esperado pela Companhia”, afirmou.

Não bastasse isso, a agência de notícias chinesa Caixin publicou que ex-dirigentes da construtora foram detidos em uma investigação sobre uso indevido de recursos.

Crescimento

A China ainda enfrenta o risco de um crescimento aquém do esperado. A S&P Global Ratings reduziu a projeção de crescimento chinês de 5,2% para 4,8% em 2023 e de 4,8% para 4,4% em 2024 nesta segunda-feira (25/09). A agência disse que a recuperação chinesa no pós-pandemia tem desacelerado.

Essas informações levantaram novas preocupações com a situação da economia e, especialmente, do mercado imobiliário chinês. O temor de uma crise afetou os negócios nas bolsas asiáticas, mas também a cotação do minério de ferro e das empresas ligadas à commodity, como a Vale (VALE3). As ações da siderúrgica brasileira fecharam a segunda-feira (25/09) com queda de 2,06%, puxando para baixo o Ibovespa. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,07% no pregão.