China ameaça retaliar os EUA, reforçando o temor de uma guerra comercial

A China prometeu tomar medidas firmes, caso Estados Unidos não recuem de nova tarifa.

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Publicado em 12/10/2025 às 11:14h - Atualizado 16 horas atrás Publicado em 12/10/2025 às 11:14h Atualizado 16 horas atrás por Marina Barbosa
Xi Jinping e Trump tinham uma reunião marcada para o fim do mês, mas o americano indicou que não vai (Imagem: Shutterstock)
Xi Jinping e Trump tinham uma reunião marcada para o fim do mês, mas o americano indicou que não vai (Imagem: Shutterstock)

A China indicou neste domingo (12) que pode responder às novas tarifas americanas com medidas firmes, reforçando o temor de uma guerra comercial.

🗣️ Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês disse a jornalistas que "ameaças deliberadas de tarifas elevadas não são a maneira certa de se relacionar com a China".

E avisou: "Se os Estados Unidos insistirem em seguir o caminho errado, a China certamente tomará medidas resolutas para proteger seus direitos e interesses legítimos".

"A posição da China é consistente. Não queremos uma guerra comercial, mas não temos medo de uma", completou.

Entenda

💲 Maior produtora de terras raras do mundo, a China anunciou na quinta-feira (9) barreiras à exportação dos minerais, que são essenciais para a produção de veículos elétricos, chips e também para a indústria militar americana.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já vinha buscando formas de reduzir a dependência das terras raras chinesas, não gostou e logo reagiu.

Trump prometeu impor uma tarifa adicional de 100% sobre os produtos chineses e controles de exportação sobre todos os softwares críticos produzidos nos Estados Unidos a partir de 1º de novembro.

Além disso, disse que não via mais motivos para manter a reunião que estava marcada para o final deste mês com o presidente chinês, Xi Jinping.

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📉 O temor de uma guerra comercial derrubou os mercados globais na sexta-feira (12), pressionando sobretudo as bolsas e as criptomoedas.

O Ministério do Comércio da China, no entanto, indicou que não vai recuar por causa da ameaça tarifária de Trump.

O porta-voz da pasta disse que o controle sobre a exportação de terras raras é legítimo e sugeriu que os Estados Unidos mantinham barreiras comerciais ainda maiores sobre os seus produtos. 

Segundo ele, essas barreiras até cresceram depois da conversa entre Trump e Xi Jinping em setembro, prejudicando "gravemente os interesses da China" e "minando a atmosfera das negociações econômicas e comerciais bilaterais".

A China pediu, então, que os Estados Unidos corrijam "prontamente suas práticas equivocadas", para garantir "o desenvolvimento estável, sólido e sustentável da relação econômica e comercial China-EUA".

Terras raras

⚒️ Além de responder à ameaça tarifária dos Estados Unidos, a China deu mais detalhes sobre os controles de exportação de terras raras neste domingo (12).

O Ministério do Comércio sugeriu que a medida foi tomada para evitar o uso dos minerais em conflitos militares e, assim, "defender a paz mundial e a estabilidade regional". 

A pasta garantiu ainda que licenças de exportação continuarão sendo concedidas para "solicitações elegíveis" e acredita que, por isso, o impacto da medida será "limitado".

"Todos os pedidos de exportação em conformidade para uso civil podem ser aprovados, de modo que as empresas relevantes não precisam se preocupar", afirmou.