Cemig (CMIG4) deve pagar dividendos menores nos próximos anos, diz Itaú BBA
Analistas veem o DY da Cemig caindo de 18% para 6% já em 2025, entenda o por quê.

A Cemig (CMIG4) desponta como uma das maiores pagadoras de dividendos da bolsa brasileira no momento. Contudo, não deve manter este posto por muito tempo, na avaliação do Itaú BBA.
💸 Em relatório, o Itaú BBA explicou que muitos dos dividendos pagos nos últimos anos pela Cemig não foram resultado de fatores recorrentes, mas de "efeitos pontuais que impulsionaram os resultados da empresa, levando a dividendos extraordinários".
Os analistas ainda chamaram atenção para o plano de investimentos da elétrica, que prevê o aporte de R$ 39,2 bilhões entre 2025 e 2029, sobretudo nos segmentos de distribuição, geração e transmissão de energia.
Só neste ano, a Cemig espera investir R$ 6,4 bilhões. Mas a expectativa do Itaú BBA é de que os investimentos sigam crescendo até 2027.
Por isso, os analistas também veem a alavancagem da elétrica crescendo gradualmente nos próximos anos, até chegar a 2,8x dívida líquida/EBITDA em 2027, o que pode pressionar ainda mais os dividendos.
"Prevemos que a empresa queimará caixa nos próximos anos e terá menos capacidade de manter o mesmo ritmo de dividendos, com rendimentos menores esperados até 2027", afirmou o Itaú BBA.
DY
Diante desse cenário, o Itaú BBA acredita que a Cemig vai entregar um retorno com dividendos entre 6% e 7% neste e nos próximos.
📉 A projeção implica em uma queda considerável do DY (DividendYield) da companhia. Afinal, esse indicador está na casa dos 18% no momento, segundo dados do Investidor10.
O Itaú BBA lembrou, contudo, que a Cemig teve um lucro recorde em 2024, o que também acabou levando os proventos da elétrica para um patamar histórico.
Veja o DY projetado pelo Itaú BBA para a Cemig:
- 2025: 6,2%;
- 2026: 6,2%;
- 2027: 6,8%;
- 2028: 8,5%;
- 2029: 10,1%;
- 2030: 11,0%.
A projeção considera que a Cemig vai manter o atual payout de 55%. O Itaú BBA lembrou, contudo, que "esses rendimentos podem variar dependendo de eventos extraordinários que podem impulsionar ou reduzir os resultados da empresa".
O banco disse ainda que a melhora vista a partir de 2028 se deve aos efeitos do próximo reajuste tarifário de distribuição, previsto para aquele ano.
Recomendação
💲 Com essa avaliação em mente, o Itaú BBA manteve uma recomendação neutra para as ações da Cemig e ajustou o preço-alvo para R$ 11,40 em 2026, o que implica em um potencial de alta de 8,3% em relação ao fechamento dessa quarta-feira (16).
O banco, contudo, vê alguns possíveis gatilhos positivos para a empresa. Entre eles, a privatização da sua subsidiária de gás natural, a Gasmig, e a renegociação da dívida de Minas Gerais com a União, que nos últimos meses levantou debates sobre a privatização e a federalização da Cemig.

CMIG4
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