Busca da PF encontra R$ 400 mil em dinheiro vivo na casa de deputado

Deputados do PL são investigados por suposto esquema com cota parlamentar

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Publicado em 19/12/2025 às 13:48h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 19/12/2025 às 13:48h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
Parlamentar diz que quantia é referente á venda de imóvel (Imagem: Reprodução/PF)
Parlamentar diz que quantia é referente á venda de imóvel (Imagem: Reprodução/PF)

Na manhã desta sexta-feira (19), a Polícia Federal cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão na casa de parlamentares. Em um dos imóveis, registrado em nome do deputado Sóstenes Cavalcante (PL), foi encontrado cerca de R$ 400 mil em dinheiro vivo.

O parlamentar foi incluído nas investigações que apuram desvio de recursos públicos por meio de cotas parlamentares. A determinação foi expedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino.

As investigações apontam que parlamentares estariam atuando de forma coordenada para o desvio das verbas e posterior ocultação do dinheiro público. Além de Sóstenes, Carlos Jordy (PL) também foi alvo de busca e apreensão durante a manhã.

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Segundo a PF, os dois parlamentares teriam feito movimentações suspeitas de R$ 28,6 milhões por meio da conta de seus assessores. Todo esse dinheiro teria sido movimentado por meio de locadoras de veículos de fachada, que seriam beneficiárias da cota parlamentar dos parlamentares.

A cota parlamentar é uma verba que os políticos recebem para custeio do funcionamento de seus gabinetes. Com ela, é possível cobrir custos de várias categorias, como os de locomoção, pelos quais podem fechar contratos com agências para alugar os veículos que estão a serviço dos assessores.

Em entrevista à imprensa, Cavalcante disse que o valor encontrado é referente à venda de um imóvel e descartou uma origem ilícita. Ele também afirmou que quem quer viver de dinheiro de corrupção o coloca em outro lugar.

“Sobre o dinheiro encontrado em minha residência, é um recurso lícito de venda de imóvel de minha propriedade. Aparece lacrado, identificado. Quem quer viver de dinheiro de corrupção, bota em outro lugar”, disse o deputado.

Já Jordy disse que a Polícia Federal está sendo usada para intimidar parlamentares da oposição ao governo e afirmou estar sendo alvo de “perseguição implacável”. Ele também pontuou que buscas em endereços de deputados devem ser respaldadas em casos concretos de crimes graves.

“Causa estranheza que eu e o deputado Sóstenes, justamente quando investigamos o roubo de bilhões do INSS, tenhamos endereços violados e documentos apreendidos enquanto exercemos nosso dever constitucional de fiscalização”, escreveu, por meio de nota. “Seguirei firme na oposição e na CPMI do INSS. Essas ações não irão me intimidar nem interromper meu trabalho em defesa dos aposentados”, concluiu.