Brasil volta a liderar ranking mundial de juros reais

Apesar de queda da Selic, taxa de juros reais brasileira subiu para 6,9%, segundo o MoneYou

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Publicado em 01/11/2023 às 20:43h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 01/11/2023 às 20:43h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
A taxa de juro real é calculada descontando a inflação prevista para os próximos 12 meses da taxa de juros nominal do país (Shutterstock)
A taxa de juro real é calculada descontando a inflação prevista para os próximos 12 meses da taxa de juros nominal do país (Shutterstock)

O Brasil voltou a ter os maiores juros reais do mundo, apesar de a taxa Selic ter sido cortada novamente nesta quarta-feira (1º). O Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,5 ponto percentual, para 12,25%

Segundo o MoneYou, a taxa de juros reais brasileira subiu de 6,4% em setembro para 6,9% nesta quarta-feira (1º). O avanço foi registrado mesmo com a queda da Selic por causa de expectativas mais altas de juros no futuro e da queda das projeções correntes de inflação.

"As recentes declarações do governo em relação à questão fiscal afetaram a abertura das curvas de juros e a combinação com projeções mais baixas de inflação, levaram à ascensão do Brasil no ranking", afirma o levantamento.

Leia também: Copom reduz taxa Selic para 12,25% ao ano

A taxa de juro real é calculada descontando a inflação prevista para os próximos 12 meses da taxa de juros nominal do país. Para calcular a taxa brasileira, o MoneYou levou em conta a inflação projetada para os próximos 12 meses no Boletim Focus e a taxa de juros DI a mercado para os próximos 12 meses.

Ranking de juros reais

Com a taxa de 6,90%, o Brasil voltou a liderar o ranking mundial de juros reais. O país havia deixado a liderança do ranking na última reunião do Copom, em setembro, quando a Selic foi cortada de 13,25% para 12,75%. À época, o México ficou com o pódio do ranking.

Veja os 10 maiores juros reais do mundo:

  1. Brasil: 6,90%;
  2. México: 6,89%;
  3. Colômbia: 5,48%;
  4. Hungria: 4,62%;
  5. Chile: 4,44%;
  6. Indonésia: 3,93%;
  7. Rússia: 3,69%;
  8. República Tcheca: 3,31%;
  9. Hong Kong: 2,90%;
  10. África do Sul: 2,64%.

Segundo o MoneYou, cortes de juros como os que vêm acontecendo no Brasil ainda são exceção. Entre os 176 países avaliados pelo levantamento, apenas 10% reduziram os juros. Outros 22,5% elevaram e os demais 67,5% mantiveram as taxas inalteradas nos últimos 45 dias.

"O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities", afirma o MoneYou.