Após 12 horas de cirurgia, Bolsonaro segue na UTI e não tem previsão de alta

Segundo boletim médico, ex-presidente está clinicamente estável e não precisou de transfusão de sangue.

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Publicado em 14/04/2025 às 07:14h - Atualizado 16 horas atrás Publicado em 14/04/2025 às 07:14h Atualizado 16 horas atrás por Marina Barbosa
Bolsonaro foi operado no domingo (13), para desobstruir o intestino (Imagem: Reprodução/X)
Bolsonaro foi operado no domingo (13), para desobstruir o intestino (Imagem: Reprodução/X)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado, sem previsão de alta, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital DF Star, em Brasília.

🏥 Ele foi submetido a uma cirurgia que se estendeu por 12 horas no domingo (13) para a desobstrução e reconstrução de parte do intestino, depois de sentir fortes dores e ser internado às pressas na sexta-feira (11).

Segundo boletim médico, o "procedimento de grande porte [...] ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue".

Os médicos disseram ainda que Bolsonaro estava clinicamente estável após a cirurgia, "sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções".

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro chegou a dizer nas redes sociais que Bolsonaro havia sido liberado da UTI e transferido para um quarto do hospital na madrugada desta segunda-feira (14).

"Minha eterna gratidão a essa equipe médica extraordinária que, com precisão, competência e humanidade, conduziu as 12 horas de cirurgia", disse Michelle.

⚠️ Contudo, a equipe médica de Bolsonaro disse nesta manhã que o ex-presidente segue na UTI e não tem previsão de alta.

Em coletiva de imprensa, o cardiologista da equipe, Leandro Echenique, disse que a cirurgia correu como o esperado, sem complicações. Contudo, explicou que "quando há um procedimento muito prolongado como esse, o organismo do paciente acaba tendo uma resposta inflamatória muito importante".

"Isso pode levar a uma série de intercorrências. Aumenta o risco de algumas infecções, de precisar de medicamentos para controlar a pressão. Há um aumento do risco de trombose, problemas de coagulação do sangue", explicou, ao justificar a permanência de Bolsonaro na UTI.

Segundo o médico, esta foi uma das cirurgias mais complexas já enfrentadas por Bolsonaro desde a facada em 2018. Por isso, o pós-operatório será "muito delicado e prolongado". Echenique garantiu, por sua vez, que Bolsonaro estava acordado e consciente: "Já fez até uma piadinha".

O que teve Bolsonaro?

Bolsonaro sentiu fortes dores abdominais na sexta-feira (11), enquanto cumpria agenda no Rio Grande do Norte. Ele foi internado às pressas no hospital de Santa Cruz e depois transferido em um helicóptero para Natal, a capital do Rio Grande do Norte.

No sábado (12), Bolsonaro foi transferido novamente de helicóptero para Brasília. No local, a equipe médica decidiu realizar uma cirurgia. Os médicos explicaram que o ex-presidente apresentava um quadro de obstrução intestinal, mesmo depois da realização de procedimentos clínicos como jejum e sonda.

"A obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências", informou o boletim médico divulgado após a realização da cirurgia, nesse domingo (13).

O problema é decorrente da facada que Bolsonaro levou na campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora (MG). O golpe atingiu o intestino e provocou lesões que já o fizeram passar por outras cirurgias. Em um post no X, Bolsonaro disse, no entanto, que este foi o quadro mais grave que já enfrentou desde então.

"Depois de tantos episódios semelhantes ao longo dos últimos anos, fui me acostumando com a dor e com o desconforto. Mas, desta vez, até os médicos se surpreenderam. O Dr. Claudio Birolini me explicou que este foi o quadro mais grave desde o atentado que quase me tirou a vida em 2018", escreveu, antes da cirurgia.