BB (BBAS3): Luiz Barsi mantém sua “queridinha” e fala sobre a volta dos dividendos

Após reportar queda nos lucros e suspender a distribuição de dividendos, o banco estatal sofreu forte desvalorização em Bolsa.

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Publicado em 19/09/2025 às 21:35h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 19/09/2025 às 21:35h Atualizado 2 minutos atrás por Matheus Silva
O bilionário afirmou que mantém posição em Banco do Brasil (Imagem: AGFDay/Divulgação)
O bilionário afirmou que mantém posição em Banco do Brasil (Imagem: AGFDay/Divulgação)

💰 O Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta um dos períodos mais desafiadores de sua história recente.

Após reportar queda expressiva nos lucros e suspender a distribuição de dividendos, o banco estatal sofreu forte desvalorização em Bolsa e viu crescer a desconfiança dos investidores, especialmente diante da deterioração do crédito no agronegócio — segmento que responde por parcela relevante da carteira.

Mas, para o maior investidor pessoa física da B3, Luiz Barsi, a turbulência é apenas mais uma página na longa trajetória da instituição.

O bilionário afirmou, durante evento do AGF em São Paulo, que mantém posição em Banco do Brasil e enxerga o momento atual como oportunidade de compra.

Barsi: “Já vi o BB quase quebrar”

Em sua fala, Barsi recordou o episódio de 1994, quando o Banco do Brasil esteve perto da insolvência e foi salvo por uma subscrição de bônus patrocinada pelo governo.

“Hoje, a estrutura funcional do banco é diferente. Existem mecanismos que impedem a repetição daqueles erros. Por isso, considero que o Banco do Brasil é um papel que pode ser comprado”, disse.

Ele ressaltou ainda que o valor patrimonial por ação supera R$ 30, enquanto o papel negocia na casa dos R$ 21–22.

Para o investidor, esse desconto reflete a queda pontual do lucro, que foi de R$ 3,5 bilhões no último trimestre, contra uma média de R$ 9 bilhões nos trimestres anteriores.

“Nem dividendos foram distribuídos, mas acredito que seja apenas uma fase. Em dois trimestres, provavelmente, o banco volte a entregar os mesmos resultados”, projetou.

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Citi também recomenda compra

A visão de Barsi encontra respaldo no mercado. O Citi revisou sua recomendação para as ações do Banco do Brasil de neutra para compra, elevando o preço-alvo de R$ 22 para R$ 29 — o que implica potencial de valorização de 32% em relação ao último fechamento.

O banco norte-americano cita como gatilho a Medida Provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que liberou R$ 12 bilhões para apoiar até 100 mil produtores rurais afetados por eventos climáticos.

Segundo o Citi, a medida pode reduzir o custo de risco do banco e ampliar sua base de capital até 2026.

Programas de crédito rural impulsionam alívio

A estratégia governamental contempla linhas específicas:

  • Pronaf (agricultura familiar): até R$ 250 mil de crédito, com juros de 6% ao ano;

  • Pronamp (médio produtor): até R$ 1,5 milhão, com juros de 8% ao ano;

  • Demais produtores: até R$ 3 milhões, com juros de 10% ao ano e prazo de até nove anos, incluindo um de carência.

Na avaliação do Citi, esse alívio deve contribuir para normalizar o custo de risco do BB, abrindo espaço para resultados mais robustos em 2026. O banco projeta lucro líquido de R$ 29,3 bilhões, cerca de 9% acima do consenso da Bloomberg, com um ROE de 12%.

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Preço descontado em relação ao setor

Segundo os cálculos do Citi, as ações do BBAS estão sendo negociadas a 4,2 vezes o lucro por ação estimado, múltiplo considerado atrativo frente ao histórico do setor.

Ainda assim, os analistas destacam que o 3T25 deve ser pressionado, com provisões projetadas em R$ 16 bilhões (ligeiramente acima dos R$ 15,9 bilhões do 2T25).

💲 Na leitura do mercado, os fatores negativos já estariam, em grande parte, precificados, o que deixa espaço para recuperação.

BBAS3

Banco do Brasil
Cotação

R$ 22,11

Variação (12M)

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Margem Líquida

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DY

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7,99

P/VP

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