Associações estimam redução na produção de soja
A produção esperada é de 156,1 milhões de toneladas, abaixo das 160,3 milhões previstas em dezembro passado
🫘 Os desafios climáticos enfrentados pelas plantações de soja em várias regiões do Brasil, especialmente durante as fases de plantio e crescimento, resultaram em mais um ajuste para baixo na estimativa de colheita da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) para a safra 2023/24.
A produção esperada é de 156,1 milhões de toneladas, abaixo das 160,3 milhões previstas em dezembro passado e das 158,7 milhões calculadas para o ciclo anterior (2022/23).
Segundo a última projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgada recentemente, a safra alcançará 155,3 milhões de toneladas, em comparação com as 154,6 milhões de toneladas em 2022/23. Muitas consultorias privadas estão trabalhando com números ainda menores, e há expectativas de que a Conab reduza as projeções no próximo relatório sobre a safra, a ser divulgado em breve.
A Abiove indica que a área plantada com soja aumentou de 44,1 milhões para 45,2 milhões de hectares, enquanto a produtividade média das lavouras deverá cair de 3.575 quilos por hectare para 3.455. O calor e as chuvas irregulares têm causado impacto significativo nas colheitas, especialmente no Centro-Oeste, onde a quebra de safra tem sido mais intensa.
Safra
Em Mato Grosso, principal estado produtor, a produtividade média das plantações deve diminuir 15,2%, atingindo 52,81 sacas de 60 quilos por hectare, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea/Famato). A área plantada permanece estável em 12,1 milhões de hectares, e a colheita é esperada em 38,4 milhões de toneladas.
A queda de safra tem sido acompanhada por redução de preços e prêmios, afetando a renda dos agricultores. Na última semana, a saca de soja foi negociada em média por R$ 94,91 em Mato Grosso, 3,75% menos que na semana anterior e o valor mais baixo em três anos. Os prêmios no Porto de Santos também recuaram 20,6% na comparação semanal.
Com mais colheitas em andamento, espera-se uma queda adicional nos preços domésticos da soja. Na bolsa de Chicago, referência internacional, as cotações também estão sob pressão, devido à oferta global confortável, especialmente com a recuperação da produção argentina.
Diante desse cenário, a Abiove estima que o preço médio da tonelada de soja exportada pelo Brasil será de US$ 470 em 2024, contra US$ 523 no ano anterior. As exportações devem totalizar 99,2 milhões de toneladas este ano, abaixo das 101,9 milhões de toneladas de 2023, resultando em uma receita de exportação reduzida de US$ 53,2 bilhões para US$ 46,6 bilhões.
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