Argentina deve suspender controle cambial em 2026
Redução da inflação favorece retirada do mecanismo monetário
O governo de Javier Milei deve suspender o controle cambial da Argentina em 2026. A afirmação foi feita pelo presidente nesta segunda-feira (4) em entrevista ao jornal La Nacion.
💵 A limitação de entrada de dólares no país vizinho está vigente desde 2019 como forma de controlar a dolarização da economia. Conhecido como “cepo cambiário”, essa foi a maneira que os governos anteriores encontraram para tentar impedir uma desvalorização rápida do peso argentino.
Depois que o governo implantou esse mecanismo, o país passou a contar com um mercado paralelo, o chamado dólar blue. Nele, o peso é negociado com uma margem de diferença para a cotação oficial, o que favorece as compras e vendas feitas pelas ruas do país.
“Mesmo sem a ajuda do Fundo, retiramos o controle cambial em 2026 – já em 1º de janeiro, o controle não existirá”, disse ele à rede de TV. “Se se houver um desembolso de fundos por parte do organismo pode ser feito mais rápido”, comentou.
Segundo ele, o fim do mecanismo está atrelado à negociação de um empréstimo de US$ 44 bilhões tomado pela Argentina em 2018. “Estamos trabalhando para avançar com um acordo (…) é preciso ver como o programa será estruturado, como o valor será alocado, isso vai determinar a saída do cepo”, completou.
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Redução da desvalorização
O governo também anunciou nesta semana uma redução no mecanismo chamado de “crawling peg”, implantado por Milei no início de sua gestão. Com ele, o governo controla a desvalorização do câmbio diariamente, em vez de permitir que o mercado o faça, como acontece no Brasil, por exemplo.
Desta forma, a partir de agora, a desvalorização controlada será de 1% por mês, metade do que era antes. A decisão está amparada na desaceleração da inflação, que caiu de 211% em 2023 para 117% em 2024.
Nesta terça-feira, já com a novidade em vigor, o dólar oficial estava cotado em 1.053 pesos argentinos. No mercado paralelo, o dólar blue era negociado a 1.215 pesos, uma diferença de 162 pesos.
Na análise do economista argentino Julio Gambina, a estratégia de conter a valorização do dólar foi essencial para reduzir a inflação no país. De acordo com o especialista, diferente de outros países que viram suas moedas desvalorizarem em relação ao dólar, na Argentina ocorreu uma revalorização.
"A medida do governo durante todo 2024 com o crawling peg foi essencial porque a cotação do dólar só subiu 27% contra uma inflação de 117%", disse, ao portal Perfil. “[No entanto] esse mecanismo continuará em 2025, o que implica um aprofundamento da recessão econômica”, antecipou.
Perspectivas para janeiro
🔎 A agência de classificação de risco Austin publicou um relatório mostrando que a inflação anual da Argentina deve ficar abaixo de 100% no acumulado dos últimos 12 meses até janeiro. Se confirmada as projeções, com o resultado do primeiro mês do ano, o aumento dos preços deve terminar em 85%, o menor patamar dos últimos dois anos.
“Os preços subiram muito no início do governo Milei por isso. Então, é natural que ao longo do tempo você tenha uma base de dados maior de comparação, mas o crescimento [dos preços] é menor”, escreveu o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.
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