Ambipar (AMBP3): Ação salta 1.000% e passa por revisão de analistas

Analistas colocaram papel em revisão, citando o desempenho superior das ações e também a transformação operacional da empresa.

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Publicado em 23/11/2024 às 15:16h - Atualizado Agora Publicado em 23/11/2024 às 15:16h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Das 4 casas que cobrem a Ambipar, só uma tem uma posição atualizada e a recomendação é neutra (Imagem: Shutterstock)
Das 4 casas que cobrem a Ambipar, só uma tem uma posição atualizada e a recomendação é neutra (Imagem: Shutterstock)

A Ambipar (AMBP3) lidera os ganhos da B3 neste ano, com uma valorização de quase 1.000%. Além disso, apresentou uma receita recorde de R$ 2,1 bilhões no terceiro trimestre. Contudo, vem passando por uma onda de revisões no mercado.

🔎 Atualmente, quatro instituições cobrem os papeis da Ambipar, segundo o site de Relações com Investidores da empresa. Mas três delas estão com o papel sob revisão: Bank of America, Itaú BBA e XP.

A XP tinha uma recomendação de compra para o papel, mas colocou o ativo em revisão no último dia 14 de novembro, logo depois de a Ambipar apresentar os resultados do terceiro trimestre. 

"Após os recentes desenvolvimentos operacionais no caso da empresa e o desempenho superior das ações, estamos colocando a Ambipar em revisão", anunciou a XP.

O Itaú BBA, que tinha uma recomendação neutra, fez o mesmo, citando "o desempenho recente e atualizações sobre a tese de investimento".

"A empresa recentemente fez mudanças em cargos de alta gerência, ao mesmo tempo em que aprimorou a divulgação de números operacionais para seus segmentos de negócios. O foco recente em gestão de passivos é um desenvolvimento positivo, e a empresa também mostrou melhorias em suas obrigações de M&A registradas, o que exigirá mais análise e incorporação em nossas projeções", explicou o Itaú BBA.

Bradesco BBI tem recomendação neutra

📉 Das quatro instituições que cobrem a Ambipar, só o Bradesco BBI tem uma análise atualizada do papel. O banco mantém uma recomendação neutra e um preço-alvo de R$ 135 para as ações, inferior aos R$ 170 registrados no fechamento de sexta-feira (22). 

Em relatório publicado no início de novembro, o Bradesco BBI ressaltou que a recente alta dos papeis é fruto de uma conjunção de fatores. Entre eles, o aumento da participação do acionista controlador para 73%, a compra de 15% do capital social da empresa pela gestora Trustee e a recompra de 7% das ações, o que acabou gerando um movimento de short squeeze. Ou seja, uma alta atípica do papel, que ocorre quando muitos investidores estão posicionados para vendas a descoberto.

O Bradesco BBI, contudo, também ressaltou a melhora operacional da empresa, que está em reestruturação para reduzir despesas e a alavancagem. Para os analistas, as mudanças podem elevar a margem Ebitda da empresa para 33,7% até 2027. O indicador marcou 29,2% no terceiro trimestre de 2024.

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Receita recorde no 3º trimestre

💲 A Ambipar registrou um lucro líquido de R$ 44,5 milhões no terceiro trimestre deste ano. A cifra saltou 27,9% em relação ao mesmo período de 2023 e contrasta com o prejuízo de R$ 84,6 milhões registrado no trimestre anterior.

O resultado foi impulsionado pela venda de ativos, estratégia que faz parte do plano de redução da dívida da Ambipar e rendeu R$ 82 milhões no trimestre. Sem isso, a companhia teria tido um prejuízo de R$ 37,5 milhões, "ainda refletindo a estrutura de capital com despesa financeira nas holdings".

Ainda assim, a Ambipar registrou uma receita líquida recorde de R$ 2,1 bilhões no trimestre. A cifra foi favorecida pela venda de desmobilização de frota, mas também pelo crescimento orgânico das atividades da Ambipar. A receita ajustada foi de R$ 1,48 bilhão, alta anual de 25,4%.

A receita do segmento de Response, que oferece serviços como emergências e primeiro atendimento médico, mobilização de contratos de bioengenharia e monitoramento ambiental, por exemplo, saltou 32% na base anual. Já a receita da divisão Environment cresceu 17% com a valorização de resíduos orgânicos, água e efluentes e recicláveis.

Com isso, o Ebitda ajustado cresceu 15,2%, atingindo R$ 433,3 milhões. Já a dívida líquida teve uma redução de R$ 385,1 milhões, ficando em R$ 4,5 bilhões. Já o índice de alavancagem recuou de 2,82x para 2,62x, considerando o Ebitda ajustado. A empresa ainda reduziu os investimentos, de forma que o Capex agora responde por 9,0% da receita líquida ajustada.

A XP disse que os resultados ficaram em linha com o esperado, mas representam uma "mensagem positiva, uma vez que a empresa conseguiu manter as tendências positivas relatadas no 2T24, com uma baixa relação capex/receitas, crescimento na receita e EBITDA e, o mais importante, mostrando uma tendência de desalavancagem há muito esperada". A XP acredita, por sua vez, que "a Ambipar pode melhorar sua rentabilidade com uma melhor integração de suas atividades".

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