Petrobras (PETR4): Brasil vai leiloar blocos na Foz do Amazonas, mesmo com disputa ambiental

O foco do mercado está voltado à chamada Margem Equatorial, considerada uma das últimas fronteiras de alto potencial.

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Publicado em 14/04/2025 às 19:39h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 14/04/2025 às 19:39h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
A rodada abrange áreas em 5 bacias sedimentares, com destaque para Potiguar e Foz do Amazonas (Imagem: Shutterstock)
A rodada abrange áreas em 5 bacias sedimentares, com destaque para Potiguar e Foz do Amazonas (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Agência Nacional do Petróleo (ANP) anunciou nesta segunda-feira (14) que o Brasil vai oferecer 173 blocos exploratórios de petróleo e gás natural em seu próximo leilão de concessões, agendado para 17 de junho.

A rodada abrange áreas em cinco bacias sedimentares, com destaque para Potiguar, Foz do Amazonas, Pelotas, Santos e Parecis, misturando regiões em terra firme e águas profundas.

O foco do mercado está voltado à chamada Margem Equatorial, uma fronteira offshore localizada no norte do país, próxima à linha do Equador, considerada uma das últimas fronteiras de alto potencial para o reabastecimento das reservas brasileiras — que tendem a cair a partir da década de 2030 sem novas descobertas.

Disputa ambiental sobre Foz do Amazonas

Entre os blocos mais aguardados, estão os 47 localizados na bacia da Foz do Amazonas, onde a Petrobras (PETR4) tenta há anos obter licença ambiental para perfurar seu primeiro poço.

A campanha exploratória da estatal foi bloqueada em 2023, gerando um impasse entre a empresa e os órgãos reguladores.

O Ministério de Minas e Energia acredita que a região tem potencial semelhante ao do Suriname e da Guiana, onde a ExxonMobil já descobriu bilhões de barris de petróleo.

Ainda assim, a indefinição sobre o licenciamento ambiental pode impactar a atratividade da região no leilão.

“A falta de autorização para a Petrobras perfurar na Foz do Amazonas traz incerteza e certamente afeta a atratividade do leilão”, afirmou Rivaldo Moreira Neto, diretor da consultoria A&M Infra.

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Potiguar pode ficar de fora de futuras rodadas

Outro ponto de atenção está nos blocos da bacia Potiguar. Se não forem concedidos agora, essas áreas poderão ser retiradas de futuras rodadas, devido ao vencimento de uma declaração conjunta dos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia — documento que permite a inclusão de áreas sensíveis do ponto de vista socioambiental no leilão.

Sul e interior também entram na disputa

No sul do país, a rodada inclui blocos na bacia de Pelotas, geologicamente comparável à costa da Namíbia, onde grandes descobertas recentes foram feitas por petroleiras europeias. Já no interior, a única área em terra será na bacia de Parecis, no Mato Grosso.

A bacia de Santos, conhecida pelas descobertas do pré-sal nos anos 2000, também terá áreas ofertadas.

Em 2023, um consórcio entre Petrobras e Shell arrematou dezenas de blocos nessa região, que ainda aguardam início das atividades exploratórias.

Leilão atrai peso-pesados do setor

📊 Segundo a ANP, 31 empresas estão aptas a participar do leilão, incluindo nomes de peso como Petrobras, Shell, ExxonMobil, Chevron, Equinor e BP.

A rodada acontece sob o modelo de concessão, com livre competição e direito de exploração por quem fizer a maior oferta.

Com o potencial exploratório e os desafios regulatórios em jogo, a disputa promete ser um termômetro do apetite do mercado pelo petróleo brasileiro.