O que é CVM: entenda tudo sobre a Comissão de Valores Mobiliários

Quando falamos em mercado de capitais no Brasil, uma das primeiras instituições que precisamos conhecer é a CVM – Comissão de Valores Mobiliários.
Na prática, esta é a instituição responsável por regular, normatizar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários, garantindo transparência, segurança e estabilidade para investidores e empresas.
Mas afinal, o que é a CVM? Qual sua importância para o mercado financeiro brasileiro? Como atua na prática? Confira a seguir!
O que é a CVM?
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385/1976. Sua função principal é disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
Entre os principais valores mobiliários estão:
- Ações.
- Debêntures.
- Fundos de investimento.
- Bônus de subscrição.
- Certificados de recebíveis (CRI/CRA).
- Entre outros instrumentos financeiros destinados à captação de recursos.
Em termos simples, a CVM é uma espécie de "guardiã" do mercado de capitais brasileiro, assegurando que as regras sejam cumpridas e que os investidores tenham informações claras e confiáveis para tomar decisões.
Confira um breve histórico da CVM
A partir da década de 1960, o mercado de capitais brasileiro ganhou força, com o desenvolvimento da Bolsa de Valores e a necessidade de atrair investimentos.
No entanto, até então, não havia uma entidade específica responsável pela fiscalização e regulamentação desse mercado.
- Antes da criação da CVM o Banco Central acumulava funções de regulação, mas não possuía a estrutura necessária para lidar com o crescimento do mercado de capitais.
- Em 1976 ocorreu a criação da Lei nº 6.385 que instituiu a CVM, inspirada em modelos internacionais, como a SEC (Securities and Exchange Commission) dos Estados Unidos.
- Em evolução ao longo das décadas, a CVM se consolidou como um órgão fundamental para a segurança do investidor e o fortalecimento das empresas que buscam capital via mercado.
Hoje, a CVM atua como autoridade máxima do mercado de capitais brasileiro, em colaboração com o Banco Central e a Bolsa de Valores (B3).
Saiba como verificar se uma empresa está cadastrada na CVM
Para acessar informações e documentos de companhias abertas — como estatuto social, atas de assembleias, avisos a acionistas/debenturistas e fatos relevantes — basta consultar o site da CVM.
No menu lateral, em “Acesso Rápido”, selecione “Companhias – Dados Cadastrais – Sistema”. Essa área permite pesquisar o registro de participantes do mercado cadastrados na CVM pelo nome completo, parte do nome ou CNPJ.
Também é possível gerar uma lista completa das companhias registradas. Para isso, basta escolher o tipo de participante (companhias abertas, estrangeiras ou incentivadas) e deixar os demais campos em branco.
O sistema exibirá todas as empresas cadastradas, indicando se o registro está ativo, cancelado ou suspenso.
Entenda os principais objetivos da CVM
A atuação da CVM é orientada por objetivos claros previstos em lei. Seus principais propósitos são:
- Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários.
- Promover o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão.
- Assegurar a proteção dos investidores contra práticas irregulares e informações falsas.
- Evitar manipulações de preços e fraudes.
- Garantir que as companhias abertas prestem informações completas e transparentes.
- Promover o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro.
Em resumo, a CVM tem o papel de equilibrar interesses: proteger o investidor e, ao mesmo tempo, viabilizar que empresas captem recursos de forma sustentável.
Como a CVM funciona na prática?
A CVM é composta por uma estrutura colegiada, formada por um presidente e quatro diretores, todos nomeados pelo Presidente da República e com mandatos fixos.
Além disso, conta com:
- Superintendências especializadas (responsáveis por áreas como fundos, companhias abertas, auditoria, fiscalização, etc.).
- Auditores e inspetores, que fiscalizam e investigam irregularidades.
- Conselhos consultivos, que auxiliam no desenvolvimento de políticas públicas.
O órgão atua de forma independente, embora vinculado ao Ministério da Fazenda, e tem poder normativo, fiscalizador e sancionador.
Quais são as competências da CVM?

Quais são as competências da CVM - (Imagem: Shutterstock)
As competências da CVM estão detalhadas na Lei nº 6.385/1976 e incluem:
- Editar normas que regulam a emissão e negociação de valores mobiliários.
- Definir regras para companhias abertas, fundos de investimento e intermediários financeiros.
- Monitorar operações em bolsa e de balcão.
- Acompanhar a conduta de empresas, investidores e intermediários.
- Estimular o acesso de pequenas e médias empresas ao mercado de capitais.
- Promover educação financeira para investidores.
- Aplicar penalidades em caso de infrações, como multas, advertências e inabilitação de empresas e profissionais.
Essas funções tornam a CVM um órgão essencial para garantir que o mercado opere de forma transparente, ética e competitiva.
CVM x Banco Central: qual a diferença?
Embora atuem de forma complementar, a CVM e o Banco Central têm atribuições distintas:
- Banco Central: supervisiona o sistema financeiro nacional, instituições financeiras e o mercado monetário.
- CVM: regula o mercado de capitais, cuidando da emissão, negociação e fiscalização de valores mobiliários.
Exemplo: Se uma instituição bancária realiza emissão de debêntures, a CVM é quem fiscaliza; já as operações de crédito e captação de depósitos são do Banco Central.
CVM x B3: como se relacionam?
A B3 – Brasil, Bolsa, Balcão é a bolsa de valores oficial do Brasil. É nela que ocorrem as negociações de ações, fundos e outros ativos.
A relação entre CVM e B3 é a seguinte:
- A B3 organiza o ambiente de negociação e fornece infraestrutura.
- A CVM regula e fiscaliza as atividades realizadas nesse ambiente.
Sendo assim, a B3 é a “plataforma”, enquanto a CVM é a “fiscalizadora” que garante que tudo funcione corretamente e de acordo com a lei.
Qual a importância da CVM para os investidores?
A CVM exerce papel central na proteção do investidor. Isso ocorre por meio de:
- Garantia de informações confiáveis: Companhias abertas são obrigadas a divulgar balanços e comunicados relevantes.
- Coibição de fraudes: A CVM investiga e pune casos de insider trading, manipulação de preços e divulgação de informações falsas.
- Educação do investidor: Promove materiais educativos para orientar sobre riscos e boas práticas.
- Confiança no mercado: Investidores só aplicam recursos quando acreditam que o mercado é justo e transparente.
Graças à CVM, o investidor tem maior segurança para aplicar em ações, fundos ou outros valores mobiliários.
Atuação da CVM com companhias abertas
As empresas que decidem abrir capital e negociar ações na bolsa precisam atender a exigências rígidas da CVM:
- Obtenção do registro de companhia aberta.
- Divulgação periódica de informações financeiras.
- Divulgação de fatos relevantes sempre que houver eventos que impactem o preço das ações.
- Rigorosa política de governança corporativa, para assegurar transparência e equidade.
Caso descumpram alguma regra, as empresas podem sofrer sanções, como multas pesadas ou até a suspensão da negociação de suas ações.
Dentre as práticas irregulares mais combatidas pela CVM, podemos destacar:
- Insider trading: Uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado.
- Manipulação de preços: Operações artificiais que distorcem o valor de ativos.
- Informações falsas ou enganosas: Divulgação de dados incorretos ao mercado.
- Descumprimento de normas contábeis por companhias abertas.
- Gestão irregular de fundos de investimento.
Essas infrações comprometem a confiança dos investidores e podem desestabilizar o mercado.
Processos administrativos e penalidades da CVM

Processos administrativos e penalidades da CVM - (Imagem: Shutterstock)
Quando há indícios de irregularidade, a CVM pode abrir um processo administrativo sancionador. Nesse processo, as partes têm direito à defesa, mas, se condenadas, podem sofrer penalidades como:
- Advertência.
- Multa.
- Suspensão de atividades.
- Inabilitação para exercer cargos de administrador em companhias abertas.
- Proibição de atuar no mercado por até 20 anos.
Esse poder sancionador garante que a CVM mantenha a ordem e disciplina no mercado de capitais.
Conclusão: a importância da CVM para investidores e empresas
A CVM é fundamental para o mercado financeiro brasileiro: garante transparência, protege investidores e regula empresas, fortalecendo o mercado de capitais.
Para investidores, conhecer seu papel é essencial, para empresas, cumprir suas normas é condição básica para captar recursos e conquistar credibilidade.
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