O que é CVM: entenda tudo sobre a Comissão de Valores Mobiliários

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Publicado em 25/08/2025 às 18:06h - Atualizado Agora Publicado em 25/08/2025 às 18:06h Atualizado Agora por Carlos Filadelpho
O que é CVM - (Imagem: Shutterstock)
O que é CVM - (Imagem: Shutterstock)

Quando falamos em mercado de capitais no Brasil, uma das primeiras instituições que precisamos conhecer é a CVM – Comissão de Valores Mobiliários.

Na prática, esta é a instituição responsável por regular, normatizar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários, garantindo transparência, segurança e estabilidade para investidores e empresas.

Mas afinal, o que é a CVM? Qual sua importância para o mercado financeiro brasileiro? Como atua na prática? Confira a seguir!

O que é a CVM?

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385/1976. Sua função principal é disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.

Entre os principais valores mobiliários estão:

  • Ações.
  • Debêntures.
  • Fundos de investimento.
  • Bônus de subscrição.
  • Certificados de recebíveis (CRI/CRA).
  • Entre outros instrumentos financeiros destinados à captação de recursos.

Em termos simples, a CVM é uma espécie de "guardiã" do mercado de capitais brasileiro, assegurando que as regras sejam cumpridas e que os investidores tenham informações claras e confiáveis para tomar decisões.

Confira um breve histórico da CVM

A partir da década de 1960, o mercado de capitais brasileiro ganhou força, com o desenvolvimento da Bolsa de Valores e a necessidade de atrair investimentos.

No entanto, até então, não havia uma entidade específica responsável pela fiscalização e regulamentação desse mercado.

  • Antes da criação da CVM o Banco Central acumulava funções de regulação, mas não possuía a estrutura necessária para lidar com o crescimento do mercado de capitais.
  • Em 1976 ocorreu a criação da Lei nº 6.385 que instituiu a CVM, inspirada em modelos internacionais, como a SEC (Securities and Exchange Commission) dos Estados Unidos.
  • Em evolução ao longo das décadas, a CVM se consolidou como um órgão fundamental para a segurança do investidor e o fortalecimento das empresas que buscam capital via mercado.

Hoje, a CVM atua como autoridade máxima do mercado de capitais brasileiro, em colaboração com o Banco Central e a Bolsa de Valores (B3).

Saiba como verificar se uma empresa está cadastrada na CVM

Para acessar informações e documentos de companhias abertas — como estatuto social, atas de assembleias, avisos a acionistas/debenturistas e fatos relevantes — basta consultar o site da CVM.

No menu lateral, em “Acesso Rápido”, selecione “Companhias – Dados Cadastrais – Sistema”. Essa área permite pesquisar o registro de participantes do mercado cadastrados na CVM pelo nome completo, parte do nome ou CNPJ.

Também é possível gerar uma lista completa das companhias registradas. Para isso, basta escolher o tipo de participante (companhias abertas, estrangeiras ou incentivadas) e deixar os demais campos em branco.

O sistema exibirá todas as empresas cadastradas, indicando se o registro está ativo, cancelado ou suspenso.

Entenda os principais objetivos da CVM

A atuação da CVM é orientada por objetivos claros previstos em lei. Seus principais propósitos são:

  • Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários.
  • Promover o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão.
  • Assegurar a proteção dos investidores contra práticas irregulares e informações falsas.
  • Evitar manipulações de preços e fraudes.
  • Garantir que as companhias abertas prestem informações completas e transparentes.
  • Promover o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro.

Em resumo, a CVM tem o papel de equilibrar interesses: proteger o investidor e, ao mesmo tempo, viabilizar que empresas captem recursos de forma sustentável.

Como a CVM funciona na prática?

A CVM é composta por uma estrutura colegiada, formada por um presidente e quatro diretores, todos nomeados pelo Presidente da República e com mandatos fixos.

Além disso, conta com:

  • Superintendências especializadas (responsáveis por áreas como fundos, companhias abertas, auditoria, fiscalização, etc.).
  • Auditores e inspetores, que fiscalizam e investigam irregularidades.
  • Conselhos consultivos, que auxiliam no desenvolvimento de políticas públicas.

O órgão atua de forma independente, embora vinculado ao Ministério da Fazenda, e tem poder normativo, fiscalizador e sancionador.

Quais são as competências da CVM?

Quais são as competências da CVM - (Imagem: Shutterstock)

As competências da CVM estão detalhadas na Lei nº 6.385/1976 e incluem:

  • Editar normas que regulam a emissão e negociação de valores mobiliários.
  • Definir regras para companhias abertas, fundos de investimento e intermediários financeiros.
  • Monitorar operações em bolsa e de balcão.
  • Acompanhar a conduta de empresas, investidores e intermediários.
  • Estimular o acesso de pequenas e médias empresas ao mercado de capitais.
  • Promover educação financeira para investidores.
  • Aplicar penalidades em caso de infrações, como multas, advertências e inabilitação de empresas e profissionais.

Essas funções tornam a CVM um órgão essencial para garantir que o mercado opere de forma transparente, ética e competitiva.

CVM x Banco Central: qual a diferença?

Embora atuem de forma complementar, a CVM e o Banco Central têm atribuições distintas:

  • Banco Central: supervisiona o sistema financeiro nacional, instituições financeiras e o mercado monetário.
  • CVM: regula o mercado de capitais, cuidando da emissão, negociação e fiscalização de valores mobiliários.

Exemplo: Se uma instituição bancária realiza emissão de debêntures, a CVM é quem fiscaliza; já as operações de crédito e captação de depósitos são do Banco Central.

CVM x B3: como se relacionam?

A B3 – Brasil, Bolsa, Balcão é a bolsa de valores oficial do Brasil. É nela que ocorrem as negociações de ações, fundos e outros ativos.

A relação entre CVM e B3 é a seguinte:

  • A B3 organiza o ambiente de negociação e fornece infraestrutura.
  • A CVM regula e fiscaliza as atividades realizadas nesse ambiente.

Sendo assim, a B3 é a “plataforma”, enquanto a CVM é a “fiscalizadora” que garante que tudo funcione corretamente e de acordo com a lei.

Qual a importância da CVM para os investidores?

A CVM exerce papel central na proteção do investidor. Isso ocorre por meio de:

  • Garantia de informações confiáveis: Companhias abertas são obrigadas a divulgar balanços e comunicados relevantes.
  • Coibição de fraudes: A CVM investiga e pune casos de insider trading, manipulação de preços e divulgação de informações falsas.
  • Educação do investidor: Promove materiais educativos para orientar sobre riscos e boas práticas.
  • Confiança no mercado: Investidores só aplicam recursos quando acreditam que o mercado é justo e transparente.

Graças à CVM, o investidor tem maior segurança para aplicar em ações, fundos ou outros valores mobiliários.

Atuação da CVM com companhias abertas

As empresas que decidem abrir capital e negociar ações na bolsa precisam atender a exigências rígidas da CVM:

  • Obtenção do registro de companhia aberta.
  • Divulgação periódica de informações financeiras.
  • Divulgação de fatos relevantes sempre que houver eventos que impactem o preço das ações.
  • Rigorosa política de governança corporativa, para assegurar transparência e equidade.

Caso descumpram alguma regra, as empresas podem sofrer sanções, como multas pesadas ou até a suspensão da negociação de suas ações.

Dentre as práticas irregulares mais combatidas pela CVM, podemos destacar:

  • Insider trading: Uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado.
  • Manipulação de preços: Operações artificiais que distorcem o valor de ativos.
  • Informações falsas ou enganosas: Divulgação de dados incorretos ao mercado.
  • Descumprimento de normas contábeis por companhias abertas.
  • Gestão irregular de fundos de investimento.

Essas infrações comprometem a confiança dos investidores e podem desestabilizar o mercado.

Processos administrativos e penalidades da CVM

Processos administrativos e penalidades da CVM - (Imagem: Shutterstock)

Quando há indícios de irregularidade, a CVM pode abrir um processo administrativo sancionador. Nesse processo, as partes têm direito à defesa, mas, se condenadas, podem sofrer penalidades como:

  • Advertência.
  • Multa.
  • Suspensão de atividades.
  • Inabilitação para exercer cargos de administrador em companhias abertas.
  • Proibição de atuar no mercado por até 20 anos.

Esse poder sancionador garante que a CVM mantenha a ordem e disciplina no mercado de capitais.

Conclusão: a importância da CVM para investidores e empresas

A CVM é fundamental para o mercado financeiro brasileiro: garante transparência, protege investidores e regula empresas, fortalecendo o mercado de capitais.

Para investidores, conhecer seu papel é essencial, para empresas, cumprir suas normas é condição básica para captar recursos e conquistar credibilidade.

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