IPCA sobe 0,43% em abril, puxado por custos de alimentação
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (9) pelo IBGE.

📊 O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação do Brasil, subiu 0,43% em abril, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira (9). A alta foi liderada pelos grupos de Alimentação e bebidas, com destaque para os preços da alimentação fora do domicílio, e Saúde e cuidados pessoais.
Em comparação com o mês anterior, o resultado de abril indica uma desaceleração do IPCA, que havia registrado uma alta de 0,56%. Até o momento, o índice acumula uma alta de 2,48% no ano e de 5,53% nos últimos 12 meses.
Leia também: CSN Mineração (CMIN3) pagará R$ 1,3 bilhão em dividendos e JCP
🗣️ “O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante. Em abril, observamos também um maior espalhamento de taxas positivas no grupo, com índice de difusão passando de 55% para 70%, porém, envolvendo subitens de menor peso”, explicou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA em publicação do IBGE.
Vale lembrar que o Banco Central persegue uma meta de inflação de 3% ao ano, com um limite de tolerância de 4,5% (3% + 1,5 ponto percentual). Com a inflação acumulada em 12 meses em 5,53%, o IPCA está acima do limite considerado tolerável pelo BC.
Veja o que subiu em abril
- Alimentação e bebidas: 0,82%;
- Habitação: 0,14%;
- Artigos de residência: 0,53%;
- Vestuário: 1,02%;
- Transportes: -0,38%;
- Saúde e cuidados pessoais: 1,18%;
- Despesas pessoais: 0,54%;
- Educação: 0,05%;
- Comunicação: 0,69%.
O que dizem os especialistas
Na visão do economista-chefe da Blue3 Investimentos, ainda é necessário uma atenção na condução da política monetária.
"No qualitativo, ainda que com algum alívio na margem, o IPCA foi considerado ruim e ainda demanda atenção na condução da política monetária. A economia mantém a atividade econômica e o mercado de trabalho aquecidos, o que se reflete na inflação dos serviços subjacentes, que acumula alta de 6,7% em 12 meses, no maior nível desde junho de 2023".
Já para Sara Paixão, analista de macroeconomia da InvestSmart XP, o resultado pode levar a um aumento da Selic.
"O resultado contribui para o balanço de risco altista na inflação, o que pode levar o Copom a aumentar a Selic em 0,25%, apesar de o cenário ainda estar em aberto, especialmente em espera da divulgação de dados de atividade de abril e maio", avaliou.