IDIV: entenda como funciona o Índice de Dividendos da B3

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Publicado em 04/07/2025 às 10:07h - Atualizado 17 horas atrás Publicado em 04/07/2025 às 10:07h Atualizado 17 horas atrás por Carlos Filadelpho
Como funciona o IDIV - (Imagem: Shutterstock)
Como funciona o IDIV - (Imagem: Shutterstock)

Investir em ações de empresas que pagam bons dividendos é uma das estratégias mais adotadas por quem busca renda passiva, construção de patrimônio no longo prazo e estabilidade em tempos de incerteza no mercado financeiro.

Para facilitar a identificação das companhias mais consistentes nesse quesito, a B3 criou um índice específico: o IDIV, ou Índice de Dividendos.

Esse indicador se tornou uma referência importante para investidores interessados em boas pagadoras de dividendos, muitas vezes chegando a superar até o desempenho do Ibovespa em determinados ciclos do mercado.

O que é o IDIV?

O IDIV é o Índice de Dividendos da B3, a bolsa de valores brasileira. Ele foi criado para medir o desempenho das ações de empresas listadas que são reconhecidamente boas pagadoras de dividendos, ou seja, que distribuem regularmente lucros aos seus acionistas por meio de proventos, como dividendos e juros sobre capital próprio.

O índice não considera apenas a valorização das ações ao longo do tempo. Ele é um índice de retorno total, ou seja, considera tanto a valorização das ações quanto os proventos pagos pelas empresas.

Na prática, isso o torna ideal para analisar não apenas o crescimento patrimonial, mas também a geração de renda das empresas.

Como funciona o IDIV?

O funcionamento do IDIV parte da construção de uma carteira teórica de ações, revisada trimestralmente pela B3. Essa carteira é composta por empresas que atendem a critérios objetivos de consistência na distribuição de dividendos e liquidez no mercado.

A cada rebalanceamento, ações podem ser incluídas ou excluídas, dependendo de seu desempenho recente em relação aos critérios estabelecidos.

Vale destacar que o IDIV:

  • Reflete o retorno total dos ativos, somando valorização das ações + proventos
  • É calculado diariamente pela B3
  • Possui peso proporcional ao valor de mercado ajustado das ações
  • É útil tanto como benchmark quanto como base para produtos financeiros (como ETFs)

Quais critérios definem a composição do IDIV?

Para integrar o IDIV, uma ação precisa atender a três requisitos principais:

  • Dividend Yield elevado

A ação deve estar entre o terço superior dos ativos com maior Dividend Yield (DY) nos últimos 36 meses. O Dividend Yield representa o percentual do lucro distribuído em relação ao preço da ação, sendo um indicador de rentabilidade para o investidor.

  • Histórico de pagamentos constantes

A empresa precisa ter realizado pagamentos recorrentes de proventos nos últimos 12 meses. Isso garante que apenas empresas com política consistente de remuneração ao acionista façam parte do índice.

  • Alta liquidez

A ação deve estar presente em pelo menos 95% dos pregões nos últimos três períodos de carteiras teóricas. Esse critério visa garantir que os ativos do índice tenham alta negociação, facilitando o acesso do investidor.

Além disso, o índice exclui ações de empresas em recuperação judicial ou que representem BDRs (Brazilian Depositary Receipts).

Empresas que compõem o IDIV

Embora a composição do IDIV mude a cada trimestre, algumas empresas figuram entre as mais recorrentes do índice. São companhias que se destacam pela solidez financeira, geração de caixa e histórico consistente de distribuição de lucros. Entre elas:

Essas empresas geralmente atuam em setores como energia elétrica, financeiro, saneamento e papel e celulose, que são reconhecidos por apresentarem resultados previsíveis e estáveis, mesmo em cenários de crise.

O IDIV tem melhor desempenho que o Ibovespa?

IDIV tem melhor desempenho que o Ibovespa? - (Imagem: Shutterstock)

Em vários momentos da história da B3, o IDIV apresentou melhor performance do que o Ibovespa, especialmente em períodos de crise ou alta volatilidade.

Na prática, isso acontece porque os ativos que compõem o IDIV, ao pagarem dividendos regularmente, oferecem um retorno mais estável, mesmo que o preço das ações oscile.

Além disso, o índice é menos concentrado em empresas cíclicas, como mineradoras e petrolíferas, que influenciam fortemente o Ibovespa. Portanto, muitos consideram que o IDIV pode representar um porto seguro para quem prioriza previsibilidade e geração de renda passiva.

É possível investir no IDIV?

O IDIV é um índice e, portanto, não pode ser comprado diretamente como uma ação. No entanto, existem duas maneiras de investir com base nesse indicador:

1.Montar uma carteira própria

O investidor pode replicar a composição da carteira do IDIV manualmente, comprando as ações nas mesmas proporções. Essa estratégia exige:

  • Atualizações trimestrais da carteira;
  • Acompanhamento constante do desempenho das empresas;
  • Um volume financeiro mais elevado para diversificação adequada.

2.Investir via ETF — DIVO11

A forma mais simples de investir no IDIV é através do ETF DIVO11, gerido pelo Itaú Unibanco. Esse fundo busca refletir, antes das taxas, a rentabilidade da carteira teórica do IDIV. O DIVO11 aplica:

  • 95% do patrimônio em ações que compõem o IDIV;
  • Até 5% em operações no mercado futuro ou ações relacionadas.

Vantagens do DIVO11

Confira as principais vantagens que o ETF DIVO11 pode oferecer:

  • Acesso facilitado: A uma carteira diversificada de boas pagadoras de dividendos;
  • Praticidade: Basta comprar uma cota para ter exposição a dezenas de ações;
  • Transparência: Composição e desempenho são divulgados regularmente;
  • Liquidez: O ETF é negociado em bolsa, como qualquer ação;
  • Baixo custo: A taxa de administração é de 0,50% ao ano, inferior à de muitos fundos tradicionais.

Desvantagens do DIVO11

Agora, confira também, pontos que podem ser vistos como desvantagens do DIVO11:

  • Taxa de administração: Apesar de baixa, ela existe — o que não ocorre ao montar a carteira individualmente;
  • Gestão passiva: Segue critérios quantitativos, sem análise da qualidade das empresas;
  • Dividend Yield como único critério: O índice não considera fatores como governança, alavancagem ou perspectivas futuras.

Perfil do investidor que se beneficia do IDIV

O IDIV pode ser ideal para investidores que:

  • Buscam renda passiva consistente por meio de dividendos;
  • Desejam exposição a empresas mais consolidadas;
  • Estão construindo patrimônio de longo prazo;
  • Valorizam estabilidade e menor volatilidade em sua carteira.

Considerações finais

O IDIV é uma poderosa ferramenta para investidores que buscam segurança, geração de caixa e consistência na distribuição de lucros.

Ao representar as ações que melhor remuneram seus acionistas, ele permite tanto uma análise eficiente de ativos quanto estratégias práticas por meio de ETFs como o DIVO11.

Apesar de não ser perfeito — afinal, índices têm limitações —, o IDIV serve como um importante termômetro da saúde e da maturidade das empresas listadas na bolsa brasileira. É uma excelente referência para quem deseja aliar valorização patrimonial com fluxo de renda recorrente.

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