IDIV: entenda como funciona o Índice de Dividendos da B3

Investir em ações de empresas que pagam bons dividendos é uma das estratégias mais adotadas por quem busca renda passiva, construção de patrimônio no longo prazo e estabilidade em tempos de incerteza no mercado financeiro.
Para facilitar a identificação das companhias mais consistentes nesse quesito, a B3 criou um índice específico: o IDIV, ou Índice de Dividendos.
Esse indicador se tornou uma referência importante para investidores interessados em boas pagadoras de dividendos, muitas vezes chegando a superar até o desempenho do Ibovespa em determinados ciclos do mercado.
O que é o IDIV?
O IDIV é o Índice de Dividendos da B3, a bolsa de valores brasileira. Ele foi criado para medir o desempenho das ações de empresas listadas que são reconhecidamente boas pagadoras de dividendos, ou seja, que distribuem regularmente lucros aos seus acionistas por meio de proventos, como dividendos e juros sobre capital próprio.
O índice não considera apenas a valorização das ações ao longo do tempo. Ele é um índice de retorno total, ou seja, considera tanto a valorização das ações quanto os proventos pagos pelas empresas.
Na prática, isso o torna ideal para analisar não apenas o crescimento patrimonial, mas também a geração de renda das empresas.
Como funciona o IDIV?
O funcionamento do IDIV parte da construção de uma carteira teórica de ações, revisada trimestralmente pela B3. Essa carteira é composta por empresas que atendem a critérios objetivos de consistência na distribuição de dividendos e liquidez no mercado.
A cada rebalanceamento, ações podem ser incluídas ou excluídas, dependendo de seu desempenho recente em relação aos critérios estabelecidos.
Vale destacar que o IDIV:
- Reflete o retorno total dos ativos, somando valorização das ações + proventos
- É calculado diariamente pela B3
- Possui peso proporcional ao valor de mercado ajustado das ações
- É útil tanto como benchmark quanto como base para produtos financeiros (como ETFs)
Quais critérios definem a composição do IDIV?
Para integrar o IDIV, uma ação precisa atender a três requisitos principais:
- Dividend Yield elevado
A ação deve estar entre o terço superior dos ativos com maior Dividend Yield (DY) nos últimos 36 meses. O Dividend Yield representa o percentual do lucro distribuído em relação ao preço da ação, sendo um indicador de rentabilidade para o investidor.
- Histórico de pagamentos constantes
A empresa precisa ter realizado pagamentos recorrentes de proventos nos últimos 12 meses. Isso garante que apenas empresas com política consistente de remuneração ao acionista façam parte do índice.
- Alta liquidez
A ação deve estar presente em pelo menos 95% dos pregões nos últimos três períodos de carteiras teóricas. Esse critério visa garantir que os ativos do índice tenham alta negociação, facilitando o acesso do investidor.
Além disso, o índice exclui ações de empresas em recuperação judicial ou que representem BDRs (Brazilian Depositary Receipts).
Empresas que compõem o IDIV
Embora a composição do IDIV mude a cada trimestre, algumas empresas figuram entre as mais recorrentes do índice. São companhias que se destacam pela solidez financeira, geração de caixa e histórico consistente de distribuição de lucros. Entre elas:
- Itaúsa (ITSA4)
- Cemig (CMIG4)
- Grendene (GRND3)
- Klabin (KLBN11)
- Taesa (TAEE11)
- Copel (CPLE6)
- Engie Brasil (EGIE3)
Essas empresas geralmente atuam em setores como energia elétrica, financeiro, saneamento e papel e celulose, que são reconhecidos por apresentarem resultados previsíveis e estáveis, mesmo em cenários de crise.
O IDIV tem melhor desempenho que o Ibovespa?

IDIV tem melhor desempenho que o Ibovespa? - (Imagem: Shutterstock)
Em vários momentos da história da B3, o IDIV apresentou melhor performance do que o Ibovespa, especialmente em períodos de crise ou alta volatilidade.
Na prática, isso acontece porque os ativos que compõem o IDIV, ao pagarem dividendos regularmente, oferecem um retorno mais estável, mesmo que o preço das ações oscile.
Além disso, o índice é menos concentrado em empresas cíclicas, como mineradoras e petrolíferas, que influenciam fortemente o Ibovespa. Portanto, muitos consideram que o IDIV pode representar um porto seguro para quem prioriza previsibilidade e geração de renda passiva.
É possível investir no IDIV?
O IDIV é um índice e, portanto, não pode ser comprado diretamente como uma ação. No entanto, existem duas maneiras de investir com base nesse indicador:
1.Montar uma carteira própria
O investidor pode replicar a composição da carteira do IDIV manualmente, comprando as ações nas mesmas proporções. Essa estratégia exige:
- Atualizações trimestrais da carteira;
- Acompanhamento constante do desempenho das empresas;
- Um volume financeiro mais elevado para diversificação adequada.
2.Investir via ETF — DIVO11
A forma mais simples de investir no IDIV é através do ETF DIVO11, gerido pelo Itaú Unibanco. Esse fundo busca refletir, antes das taxas, a rentabilidade da carteira teórica do IDIV. O DIVO11 aplica:
- 95% do patrimônio em ações que compõem o IDIV;
- Até 5% em operações no mercado futuro ou ações relacionadas.
Vantagens do DIVO11
Confira as principais vantagens que o ETF DIVO11 pode oferecer:
- Acesso facilitado: A uma carteira diversificada de boas pagadoras de dividendos;
- Praticidade: Basta comprar uma cota para ter exposição a dezenas de ações;
- Transparência: Composição e desempenho são divulgados regularmente;
- Liquidez: O ETF é negociado em bolsa, como qualquer ação;
- Baixo custo: A taxa de administração é de 0,50% ao ano, inferior à de muitos fundos tradicionais.
Desvantagens do DIVO11
Agora, confira também, pontos que podem ser vistos como desvantagens do DIVO11:
- Taxa de administração: Apesar de baixa, ela existe — o que não ocorre ao montar a carteira individualmente;
- Gestão passiva: Segue critérios quantitativos, sem análise da qualidade das empresas;
- Dividend Yield como único critério: O índice não considera fatores como governança, alavancagem ou perspectivas futuras.
Perfil do investidor que se beneficia do IDIV
O IDIV pode ser ideal para investidores que:
- Buscam renda passiva consistente por meio de dividendos;
- Desejam exposição a empresas mais consolidadas;
- Estão construindo patrimônio de longo prazo;
- Valorizam estabilidade e menor volatilidade em sua carteira.
Considerações finais
O IDIV é uma poderosa ferramenta para investidores que buscam segurança, geração de caixa e consistência na distribuição de lucros.
Ao representar as ações que melhor remuneram seus acionistas, ele permite tanto uma análise eficiente de ativos quanto estratégias práticas por meio de ETFs como o DIVO11.
Apesar de não ser perfeito — afinal, índices têm limitações —, o IDIV serve como um importante termômetro da saúde e da maturidade das empresas listadas na bolsa brasileira. É uma excelente referência para quem deseja aliar valorização patrimonial com fluxo de renda recorrente.
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