Holding: o que é e quais os benefícios desse modelo?

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Publicado em 10/01/2025 às 16:45h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 10/01/2025 às 16:45h Atualizado 2 dias atrás por João Henrique Possas
Saiba agora o que é uma holding, como ela funciona e os benefícios de investir em ações de empresas que adotam esse modelo..
Saiba agora o que é uma holding, como ela funciona e os benefícios de investir em ações de empresas que adotam esse modelo..

No mundo corporativo, as estratégias para crescer o patrimônio e maximizar os lucros são essenciais para qualquer empresário que deseja escalar o seu negócio.

Um dos modelos mais interessantes e recorrentes no mercado financeiro é a holding, um tipo de estrutura empresarial que pode trazer inúmeras vantagens para as companhias envolvidas.

Ao longo deste artigo, vamos explorar o que é uma holding, como ela funciona e os benefícios de investir em ações de empresas que adotam esse modelo.

Se você está em dúvida se vale a pena ou não colocar as suas fichas em holdings, fique por aqui que vamos te explicar tudo!

O que é uma holding?

O termo holding vem do inglês "to hold", que significa segurar ou manter.

No mundo corporativo, a holding é uma empresa que possui ações de outras empresas, conhecidas como subsidiárias, com o objetivo de controlar ou gerenciar suas atividades.

De forma simples, é uma empresa-mãe que controla outras empresas ao adquirir uma parte significativa, ou até total, de suas ações.

Isso dá à holding poder de influenciar as decisões estratégicas e operacionais da subsidiária, como uma espécie de "gestora de negócios".

Quando uma empresa se torna uma holding pura, ela atua apenas no controle de outras empresas e não realiza atividades operacionais próprias.

Já as holdings mistas têm, além do controle das subsidiárias, suas próprias atividades econômicas.

A estrutura de uma holding, seja ela pura ou mista, traz uma série de vantagens, como gestão estratégica centralizada, diversificação de setores e otimização de benefícios fiscais, que vamos detalhar mais adiante.

Como funcionam as holdings?

A holding atua como um grande investidor institucional, que compra uma fatia significativa de ações de outras empresas, ganhando assim o controle das decisões e dos rumos do negócio.

No mundo corporativo, isso acontece com frequência, e não há nada de ilegal nisso, afinal, qualquer companhia de capital aberto está disponível para compra no mercado por meio da Bolsa de Valores.

A principal diferença entre uma pessoa física comprando uma ação e uma holding adquirindo grandes volumes de ações está no poder de decisão.

Enquanto o pequeno investidor tem uma participação quase insignificante na governança da empresa, a holding pode obter o controle majoritário e, consequentemente, direcionar as estratégias da subsidiária.

Tipos de holding: uma visão detalhada e completa

Ao longo dos anos, as holdings evoluíram para atender a diversos tipos de necessidades no mercado corporativo.

Hoje, podemos classificá-las em várias categorias, cada uma com características e finalidades específicas.

A seguir, vamos detalhar os principais tipos de holding, seus objetivos, como funcionam e em quais contextos são mais vantajosos.

Se você é um investidor ou empresário que está considerando montar ou investir em uma holding, conhecer as particularidades de cada tipo é essencial para tomar decisões mais bem fundamentadas.

1. Holding pura

A holding pura é, sem dúvida, uma das formas mais simples e diretas de uma holding. Esse tipo de empresa tem como objetivo exclusivo a participação no capital de outras empresas.

Ou seja, uma holding pura não realiza atividades operacionais, produtivas ou comerciais, focando apenas em controlar ações ou cotas de outras companhias.

Como funciona a holding pura?

Na prática, a holding pura funciona como uma empresa-mãe que detém participação societária em várias empresas, as chamadas subsidiárias.

Essa participação pode ser total (quando a holding detém 100% das ações de uma subsidiária) ou parcial, o que lhe confere um controle majoritário e, consequentemente, poder de decisão sobre os rumos da empresa controlada.

Por não envolver-se diretamente nas operações de suas subsidiárias, o papel da holding pura se concentra em definir a estratégia de investimento, orientar a governança corporativa e garantir que as subsidiárias atuem de forma a maximizar os lucros e o valor para os acionistas.

É comum que essas holdings tenham conselhos de administração responsáveis por supervisionar e apoiar as decisões das empresas controladas.

Exemplos de holding pura

Um dos exemplos mais conhecidos de holding pura é a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.

Essa holding se destaca por controlar várias empresas em setores distintos, sem se envolver diretamente nas operações.

A Berkshire detém participações em companhias como GEICO (seguros), Coca-Cola, American Express, Kraft Heinz, entre outras, todas operando de forma independente.

O papel da holding é definir a estratégia geral e garantir uma gestão eficiente do capital investido.

Vantagens da holding pura:

  • Foco na gestão financeira: A holding pura permite que o foco seja totalmente voltado para a gestão do capital e o controle societário, sem dispersar esforços com operações do dia a dia.
  • Benefícios fiscais: A holding pura pode utilizar estratégias fiscais para otimizar a carga tributária, reduzindo os custos com impostos ao consolidar os resultados das subsidiárias.
  • Proteção patrimonial: A criação de uma holding pura também pode ser uma estratégia eficaz para proteger o patrimônio dos sócios, separando-o das atividades operacionais, o que minimiza riscos.

Desvantagens da holding pura:

  • Dependência das subsidiárias: Como a holding pura não opera diretamente, ela depende do desempenho das empresas que controla. Caso as subsidiárias não gerem lucros ou enfrentem crises, o impacto é direto no balanço da holding.
  • Menor flexibilidade operacional: Por não operar diretamente, a holding pura pode ter menos agilidade para responder a mudanças repentinas no mercado ou ajustar rapidamente suas subsidiárias.

2. Holding mista

Diferente da holding pura, a holding mista atua tanto como controladora de outras empresas quanto como uma entidade operacional que realiza atividades próprias, seja na produção de bens ou na prestação de serviços.

Ou seja, além de gerenciar participações em outras companhias, a holding mista também opera diretamente no mercado em algum setor específico.

Como funciona a holding mista?

Uma holding mista pode ter participação em várias empresas e, ao mesmo tempo, operar no seu próprio segmento de atuação.

Ela combina as características de uma holding tradicional (participação em outras empresas) com a operação direta em suas atividades principais.

Isso permite que ela seja multissetorial e tenha fluxos de receitas variados, tanto oriundos de suas subsidiárias quanto de suas operações diretas.

Exemplos de holding mista

Um exemplo notável de holding mista é o Grupo J&F, controlador da JBS, maior empresa de processamento de carnes do mundo.

O J&F é uma holding que controla várias empresas em diferentes setores, como energia, financeiro, alimentação, entre outros.

Além de gerenciar suas subsidiárias, o grupo também opera ativamente no segmento de carne bovina por meio da JBS, que é uma operação direta da holding.

Vantagens da holding mista:

  • Diversificação de receitas: A holding mista pode gerar receitas diversificadas, combinando ganhos provenientes de suas subsidiárias com os lucros de suas próprias operações.
  • Controle mais direto: Por estar envolvida tanto no controle de outras empresas quanto em suas próprias operações, a holding mista tem maior capacidade de influenciar diretamente os rumos de seus negócios.
  • Acesso facilitado a capital: A holding mista tem a vantagem de ter acesso tanto ao capital das subsidiárias quanto ao capital gerado por suas próprias operações, o que facilita o crescimento e expansão.

Desvantagens da holding mista:

  • Complexidade na gestão: A holding mista pode ter uma gestão mais complexa, já que precisa equilibrar tanto a governança de suas subsidiárias quanto as operações diretas.
  • Exposição a múltiplos riscos: Ao operar em diferentes segmentos, a holding mista está exposta a riscos setoriais variados, o que pode afetar negativamente seus resultados, dependendo das oscilações do mercado.

3. Holding patrimonial

A holding patrimonial é um tipo de holding voltada principalmente para a gestão e proteção de patrimônio familiar ou empresarial.

A principal função desse tipo de holding é concentrar os bens e ativos de uma pessoa física ou de um grupo familiar, como imóveis, ações e participações em empresas, em uma única estrutura jurídica.

Como funciona a holding patrimonial?

A holding patrimonial é utilizada para organizar o patrimônio dos sócios ou da família, evitando que esses bens fiquem dispersos e, ao mesmo tempo, oferecendo maior proteção jurídica e tributária.

Quando o patrimônio é transferido para a holding, ele passa a ser administrado por ela, e os sócios mantêm a posse das ações da holding, não dos bens diretamente.

Essa estratégia oferece proteção patrimonial, pois em caso de disputas judiciais, os bens da holding estão separados dos bens pessoais dos sócios.

Outro grande benefício da holding patrimonial é a facilitação do processo de sucessão.

Em vez de os bens serem transferidos diretamente para os herdeiros, o que pode gerar disputas ou grandes custos de inventário, as ações da holding são distribuídas de forma planejada, garantindo uma transição suave e eficiente.

Vantagens da holding patrimonial:

  • Proteção de bens: Ao transferir o patrimônio para uma holding, os sócios conseguem proteger seus bens pessoais de ações judiciais ou dívidas empresariais.
  • Sucessão planejada: A holding patrimonial permite organizar de forma mais simples a sucessão familiar, evitando disputas e altos custos com inventário.
  • Benefícios fiscais: Dependendo da forma como é estruturada, a holding patrimonial pode gerar economias tributárias, como a redução de impostos sobre herança ou ganhos de capital.

Desvantagens da holding patrimonial:

  • Custos de constituição: A criação e manutenção de uma holding patrimonial envolve custos jurídicos e contábeis, o que pode não ser vantajoso para patrimônios pequenos.
  • Complexidade de gestão: A holding patrimonial exige uma gestão profissional para garantir que os bens estejam sendo administrados de forma eficiente e dentro das conformidades legais.

4. Holding de participação (ou holding controladora)

A holding de participação, também chamada de holding controladora, é criada com o objetivo principal de detenção e gestão de participações societárias em várias empresas, com o intuito de exercer o controle acionário e garantir a governança corporativa das subsidiárias.

Diferentemente de uma holding patrimonial, que foca na gestão de bens, a holding de participação é voltada exclusivamente para controlar e administrar empresas.

Como funciona a holding de participação?

A holding de participação adquire uma parte significativa, ou até total, das ações de outras empresas.

Ela pode atuar como uma gestora centralizada, unificando estratégias, políticas de governança e recursos financeiros entre as subsidiárias, mas sem participar das operações diárias de cada uma delas.

Essa estrutura é comum em grandes conglomerados empresariais, onde a holding coordena diversas empresas independentes em setores variados.

Exemplos de holding de participação

A Itaúsa é um exemplo clássico de holding de participação.

Controladora do Itaú Unibanco, Alpargatas e Duratex, a Itaúsa gerencia suas subsidiárias, tomando decisões estratégicas, mas não se envolve diretamente nas operações do dia a dia de cada empresa.

Vantagens da holding de participação:

  • Controle centralizado: A holding de participação permite unificar a gestão estratégica, mantendo o controle de várias subsidiárias de forma mais eficiente.
  • Otimização de recursos: Essa estrutura facilita o compartilhamento de recursos entre as subsidiárias, como capital, tecnologia e expertise.
  • Governança corporativa eficiente: A holding de participação garante uma governança centralizada, melhorando a eficiência e a conformidade legal entre todas as empresas controladas.

Desvantagens da holding de participação:

  • Complexidade na governança: Gerenciar várias subsidiárias em diferentes setores pode ser desafiador e requer uma gestão altamente qualificada.
  • Dependência de subsidiárias: Se uma ou mais subsidiárias enfrentarem dificuldades financeiras, o impacto na holding pode ser significativo.

5. Holding familiar

A holding familiar é uma estrutura criada especificamente para gerir o patrimônio de uma família, com foco na proteção dos bens, na sucessão hereditária e na otimização tributária.

Esse tipo de holding é amplamente utilizado por famílias que possuem grandes patrimônios, com o objetivo de garantir uma transição suave entre gerações e evitar disputas na partilha de bens.

Como funciona a holding familiar?

Uma holding familiar é constituída para centralizar os bens da família, como imóveis, investimentos, ações, entre outros, e permitir que a gestão patrimonial seja realizada de forma mais eficiente e profissional.

Os herdeiros recebem participações na holding, em vez de herdar os bens diretamente, o que facilita o processo de sucessão e reduz os custos de inventário e possíveis disputas judiciais.

Vantagens da holding familiar:

  • Facilitação da sucessão: A holding familiar evita disputas entre herdeiros e facilita a transição de bens entre gerações, sem a necessidade de inventários complexos.
  • Economia tributária: A holding familiar pode proporcionar benefícios fiscais, como a redução de impostos sobre herança e a otimização da carga tributária sobre os rendimentos.
  • Proteção patrimonial: Ao concentrar os bens na holding, a família garante proteção jurídica em caso de litígios ou problemas financeiros de algum herdeiro.

Desvantagens da holding familiar:

  • Custos iniciais: A constituição de uma holding familiar envolve custos jurídicos e contábeis que podem não ser viáveis para famílias com patrimônios menores.
  • Necessidade de gestão profissional: A holding familiar requer uma gestão profissional para garantir que os bens estejam sendo bem administrados e que a estratégia de sucessão seja seguida à risca.

Quais as diferenças entre holding, joint venture e truste?

Os conceitos de holding, joint venture e truste frequentemente causam confusão, pois envolvem estruturas corporativas onde empresas se relacionam para maximizar suas estratégias de mercado.

No entanto, as diferenças entre esses modelos são significativas, tanto em termos de objetivo quanto de estrutura e funcionamento.

Entender essas distinções é essencial para quem deseja atuar ou investir no mundo corporativo, especialmente porque cada uma dessas entidades oferece vantagens e desafios específicos, dependendo do cenário em que são aplicadas.

Holding: controle e gestão estratégica

A holding é uma estrutura empresarial cujo principal objetivo é exercer controle sobre uma ou mais empresas.

Ela não se envolve necessariamente nas operações diárias das subsidiárias, mas sim no gerenciamento estratégico dos negócios, com foco em tomar decisões de alto nível e administrar bens e direitos das empresas controladas.

Uma holding pode deter ações, imóveis, patentes e outros ativos das subsidiárias, centralizando a gestão para obter maior eficiência, controle e benefícios fiscais.

Existem diferentes tipos de holdings, como as puras, que apenas controlam outras empresas, e as mistas, que, além de controlar, também operam seus próprios negócios.

Com a crescente internacionalização e complexidade do mercado, muitas empresas optam por criar holdings para diversificar seus investimentos e gerenciar suas operações de maneira mais organizada e eficiente.

No Brasil, a estrutura de holding tem sido amplamente adotada como forma de proteção patrimonial e planejamento sucessório, além de possibilitar uma administração tributária mais eficiente.

Joint venture: colaboração temporária com objetivos comuns

Enquanto a holding se concentra em controlar outras empresas, a joint venture é uma parceria temporária entre duas ou mais empresas, que se unem para atingir um objetivo comum.

Ao contrário da holding, onde a empresa controladora pode deter a totalidade ou a maioria das ações de suas subsidiárias, as empresas que formam uma joint venture mantêm sua independência jurídica e operacional durante a vigência do contrato.

A joint venture é formada com um propósito específico, como o desenvolvimento de um novo produto, a entrada em um novo mercado ou a execução de um projeto de grande escala. Após a conclusão do objetivo, a parceria é desfeita.

Essa estrutura é muito usada para reduzir riscos, compartilhar custos e somar expertise entre as partes envolvidas.

Uma joint venture pode ser estabelecida por tempo determinado ou indeterminado, dependendo da complexidade e do tamanho do projeto.

No Brasil, as joint ventures são comuns em setores como o agronegócio, energia e tecnologia, onde empresas buscam unir forças para aumentar a competitividade em mercados altamente desafiadores.

  • Exemplo de joint venture: Um exemplo recente envolve grandes empresas de tecnologia que, em vez de competirem diretamente, se uniram em uma joint venture para desenvolver soluções de inteligência artificial. Ao combinar suas capacidades, reduziram custos e aceleraram o desenvolvimento de novas tecnologias.

Truste: concentração de mercado proibida no Brasil

O truste, por sua vez, tem uma natureza completamente diferente e mais agressiva em termos de controle de mercado.

Ao contrário das holdings e joint ventures, que buscam a administração de ativos ou a colaboração temporária, o truste envolve a fusão de duas ou mais empresas de um mesmo setor ou de uma mesma cadeia produtiva.

O objetivo principal é dominar o mercado, eliminando a concorrência e concentrando o poder de decisão em uma nova empresa formada pela fusão.

Após a fusão em um truste, as empresas originais são extintas, sendo criada uma nova entidade que absorve seus ativos, passivos e quadro de acionistas.

Essa nova companhia geralmente adquire uma posição dominante no mercado, com poder suficiente para influenciar preços, oferta de produtos e barreiras de entrada para novos concorrentes.

No entanto, essa prática é vista como uma ameaça à livre concorrência e é considerada ilegal em muitos países, inclusive no Brasil, onde os trustes foram proibidos pela Lei Antitruste, promulgada em 1994.

  • O que a Lei Antitruste proíbe: No Brasil, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) fiscaliza e regula práticas empresariais que possam limitar a concorrência, incluindo a formação de trustes. O objetivo da legislação é evitar que empresas ganhem poder de monopólio ou pratiquem abuso de poder econômico, prejudicando consumidores e a dinâmica de mercado. Portanto, a fusão de empresas com o intuito de dominar o mercado e eliminar concorrência não é permitida.

Holdings como alternativas ao truste no Brasil

Com a proibição dos trustes no Brasil, as holdings surgiram como uma alternativa legítima e legal para empresas que desejam crescer e ampliar sua participação de mercado por meio da aquisição e controle de outras companhias.

Embora as holdings também possam deter controle significativo sobre um setor, sua atuação é permitida, desde que não violem as regras de defesa da concorrência estabelecidas pelo CADE.

O CADE monitora de perto a formação de holdings no Brasil, garantindo que elas não infrinjam a legislação ao criar práticas que possam prejudicar o equilíbrio competitivo.

Assim, enquanto as holdings podem crescer e dominar setores, elas são regulamentadas para evitar abusos, como a imposição de preços predatórios ou a criação de barreiras à entrada de novas empresas no mercado.

Comparando os três modelos

  • Holding: Foca no controle acionário e gestão estratégica de outras empresas. As holdings podem ter participação total ou parcial nas empresas subsidiárias e não são limitadas a um único setor, o que permite a diversificação e a proteção patrimonial. Exemplo: Itaúsa, que controla o Itaú Unibanco e outras empresas.
  • Joint venture: É uma parceria temporária entre empresas independentes, visando a realização de um objetivo comum. As companhias envolvidas permanecem independentes, mas compartilham recursos, riscos e benefícios enquanto durar a parceria. Exemplo: joint ventures em agronegócio, onde empresas unem forças para ampliar a exportação de produtos.
  • Truste: Envolve a fusão completa de empresas para dominar o mercado, criando uma nova entidade que absorve as antigas. Essa prática é proibida no Brasil, uma vez que prejudica a concorrência e pode levar ao monopólio. Exemplo: trustes históricos no setor petrolífero dos EUA antes da criação das leis antitruste.

Benefícios de uma holding

Agora que entendemos como funciona uma holding e vimos exemplos concretos de sucesso, vamos explorar as principais vantagens de adotar esse modelo empresarial. Listamos abaixo cinco benefícios cruciais:

1. Aumentar a participação de mercado

Um dos grandes benefícios de uma holding é a capacidade de dominar uma maior fatia de mercado sem necessariamente criar concorrência interna.

No caso da Volkswagen Group, por exemplo, ela controla marcas que competem no mesmo segmento, como Audi e Porsche, mas independentemente da escolha do consumidor, o lucro final acaba indo para o mesmo lugar: a holding.

Isso permite aumentar o market share sem precisar eliminar concorrentes, criando um monopólio controlado em certos nichos.

2. Diversificar as fontes de renda

Diversificação é a chave para a segurança financeira, e as holdings aproveitam essa vantagem ao extremo.

Ao controlar empresas em setores diferentes, elas conseguem diluir riscos e garantir fluxos de receita de várias frentes.

Isso foi crucial para conglomerados que atravessaram crises, como a pandemia, em que setores como o turismo sofreram fortes quedas, mas o e-commerce e tecnologia cresceram exponencialmente.

Um bom exemplo disso é a LVMH, que controla marcas tanto de moda quanto de bebidas e hospitalidade, garantindo resiliência em cenários de crise.

3. Evitar financiamentos bancários

Outro grande benefício para as empresas que fazem parte de uma holding é o acesso facilitado a capital.

As subsidiárias podem recorrer ao fluxo de caixa da holding, evitando a necessidade de financiamentos bancários, que geralmente vêm com juros altos e condições complicadas.

Assim, a holding pode autofinanciar seus projetos e os de suas subsidiárias, favorecendo o crescimento sem endividamento.

4. Obter benefícios fiscais

Uma holding tem mais capacidade de realizar planejamentos tributários complexos e estratégicos, reduzindo significativamente a carga tributária.

Isso se dá por meio da elisão fiscal, que é uma prática legal de reestruturação dos negócios para pagar menos impostos.

Além disso, grandes conglomerados atraem incentivos fiscais de governos que desejam atrair investimentos para suas regiões, o que ajuda a aumentar ainda mais os lucros das empresas.

5. Garantir o controle administrativo e a gestão empresarial

Empresas familiares costumam enfrentar desafios de sucessão, especialmente quando os herdeiros não estão prontos para assumir a gestão.

A holding pode ser uma solução para manter o controle nas mãos de gestores qualificados, evitando que a empresa vá à falência com a troca de gerações. Isso garante que a gestão profissionalizada tome as decisões importantes, enquanto a família mantém parte do controle acionário.

Vale a pena investir em holdings na B3?

Agora que você já entende o que é uma holding e os seus benefícios, surge a pergunta: investir em holdings é uma boa estratégia?

A B3, a Bolsa de Valores brasileira, possui diversas holdings listadas, como Itaúsa, Natura, Suzano, entre outras.

Antes de investir, no entanto, é crucial fazer uma análise detalhada tanto da empresa-mãe quanto das subsidiárias.

Analise o portfólio da holding e das subsidiárias

Investir em uma holding é, essencialmente, investir em um conglomerado de empresas. Portanto, é importante entender o portfólio de subsidiárias e verificar se ele faz sentido para a sua estratégia de investimento.

No caso da Itaúsa, por exemplo, você estará exposto a empresas como Duratex e Alpargatas, além do próprio Itaú Unibanco.

Já no caso da Natura, o principal ativo é a Avon. Avaliar o desempenho e o potencial de crescimento de cada subsidiária é essencial para tomar uma decisão informada.

Pesquise relatórios e indicadores financeiros

É fundamental ler os relatórios financeiros das holdings e suas subsidiárias. Isso inclui resultados trimestrais e anuais, além de análises de indicadores fundamentalistas como P/L (preço sobre lucro), ROE (retorno sobre patrimônio) e dividend yield (DY). Esses dados ajudam a entender se a holding está gerando valor para os seus acionistas e se é uma boa opção para o longo prazo.

Atenção à liquidez e à regra dos 10%

Além de analisar os indicadores financeiros, verifique a liquidez das ações da holding e das subsidiárias. A regra dos 10% é uma técnica simples que pode ajudar a avaliar se é mais vantajoso investir na empresa-mãe ou em uma de suas subsidiárias. Esse cálculo leva em consideração o valor de mercado da empresa e da holding, ajudando a identificar oportunidades de arbitragem.

Como criar uma holding? Um guia completo para estruturar sua empresa

A criação de uma holding envolve uma série de etapas e decisões estratégicas que devem ser cuidadosamente planejadas e executadas.

Antes de dar início ao processo, é fundamental realizar uma análise aprofundada sobre a viabilidade desse modelo empresarial, considerando os objetivos da empresa e as vantagens e desvantagens de adotar essa estrutura.

O sucesso da criação de uma holding depende de uma boa compreensão dos custos operacionais, benefícios fiscais, proteção patrimonial e a eficiência da gestão estratégica que essa estrutura pode oferecer.

Vamos explorar cada passo necessário para criar uma holding, desde a análise inicial até os procedimentos legais, com um foco especial nas holdings familiares e de participação.

Passo 1: Realizar uma análise de viabilidade

O primeiro passo para criar uma holding é avaliar se essa estrutura realmente trará os benefícios esperados para a organização ou família.

Esse processo envolve uma análise detalhada do custo-benefício, que deve considerar não apenas os custos operacionais da nova empresa, mas também as vantagens tributárias, jurídicas e patrimoniais.

É essencial que as partes envolvidas entendam se a criação de uma holding trará ganhos de eficiência na gestão de seus ativos, e se essa estrutura permitirá a proteção adequada do patrimônio, além de facilitar a sucessão familiar.

Avaliação para holdings familiares

Para holdings familiares, essa análise é ainda mais crítica.

Embora as holdings ofereçam diversas vantagens, como a organização e proteção do patrimônio familiar, elas também acarretam custos que podem não ser viáveis para patrimônios de menor porte.

As despesas com a criação da empresa, a manutenção contábil e assessoria jurídica podem ser elevadas, o que exige uma reflexão cuidadosa sobre os gastos recorrentes.

A principal questão aqui é avaliar se a estrutura da holding realmente trará benefícios suficientes para compensar esses custos.

  • Proteção patrimonial: Uma das maiores vantagens para famílias que optam pela criação de uma holding familiar é a proteção dos bens contra eventuais disputas judiciais, credores e riscos empresariais.
  • Planejamento sucessório: A facilitação do processo de sucessão também é um ponto importante. Ao transferir os bens para a holding, a família pode garantir que a partilha dos ativos ocorra de forma organizada e eficiente, evitando longos processos de inventário.

Alternativas à criação de uma holding própria

Caso a análise inicial conclua que os custos operacionais de uma holding não são viáveis para uma determinada família ou grupo empresarial, há também a possibilidade de contratar empresas especializadas na gestão patrimonial.

Essas empresas atuam como holdings terceirizadas, gerenciando o patrimônio de diferentes famílias sem que seja necessário criar uma nova pessoa jurídica.

Esses serviços são especialmente úteis para famílias que possuem patrimônios significativos, mas preferem delegar a gestão a profissionais experientes, garantindo uma administração eficaz e a proteção dos ativos.

Passo 2: Planejamento estratégico e financeiro

Após a realização da análise de viabilidade, o próximo passo para a criação de uma holding é o planejamento estratégico e financeiro.

É crucial definir os objetivos da holding, as estratégias de investimento e o capital necessário para dar início às operações.

Esse planejamento deve ser estruturado de acordo com o tipo de holding que será criada, como uma holding de participação ou uma holding mista, cada uma com suas especificidades.

Holdings de participação

No caso de uma holding de participação, que tem como foco o controle de outras empresas por meio da aquisição de ações ou quotas, é fundamental definir claramente em quais setores e empresas a holding irá investir.

Essa etapa exige uma análise detalhada das oportunidades de crescimento no mercado e dos potenciais retornos financeiros que as subsidiárias poderão gerar.

Além disso, é necessário calcular o montante de capital que será investido para adquirir as participações societárias e assegurar que a holding terá liquidez suficiente para sustentar suas operações.

  • Diversificação do portfólio: Um dos pontos fortes de uma holding de participação é a diversificação dos investimentos. O planejamento estratégico deve incluir uma avaliação dos setores em que a holding pretende atuar, garantindo que a empresa esteja protegida contra oscilações de mercado em determinados setores.
  • Captação de recursos: Se for necessário capital externo para adquirir participações em outras empresas, o planejamento deve incluir estratégias para a captação de investimentos, seja por meio de financiamentos, emissões de debêntures ou vendas de participações minoritárias.

Planejamento para holdings familiares

Para holdings familiares, o planejamento estratégico deve focar principalmente na gestão eficiente do patrimônio familiar e na transmissão de bens entre gerações.

O processo de criação de uma holding familiar também deve prever como a gestão será conduzida, quem será responsável pelas decisões administrativas e quais serão as regras para distribuição de lucros ou retiradas de capital.

  • Distribuição de ações: Uma das principais etapas do planejamento de uma holding familiar é a distribuição das ações ou quotas da holding entre os membros da família, definindo claramente o papel de cada um como sócio. A holding permite que o patrimônio seja dividido de maneira equilibrada, evitando conflitos familiares no futuro.
  • Governança familiar: A governança também é um ponto essencial. Muitas vezes, é necessário estabelecer um conselho de família ou conselho consultivo, que ajudará a definir as diretrizes estratégicas da holding e garantir que as decisões respeitem os interesses de todos os herdeiros.

Passo 3: Estruturação legal e abertura da holding

Após o planejamento estratégico e financeiro, o próximo passo é a formalização legal da holding.

A criação de uma holding envolve o registro de uma nova pessoa jurídica, com um CNPJ próprio, e o cumprimento de todas as obrigações legais associadas à abertura de uma empresa no Brasil.

Esse processo requer uma assessoria jurídica qualificada, uma vez que existem regras específicas para a constituição de holdings, especialmente quando envolvem questões fiscais e societárias.

Documentos necessários

Para abrir uma holding, é necessário preparar os seguintes documentos:

  • Contrato social ou estatuto social: Documento que define as regras da constituição da empresa, a divisão do capital social e as atribuições dos sócios.
  • Cadastro no CNPJ: Registro da empresa no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, que é obrigatório para a constituição de qualquer empresa no Brasil.
  • Registro na Junta Comercial: A holding deve ser registrada na Junta Comercial do estado onde será estabelecida. Além disso, deve ser registrada em outros órgãos reguladores, conforme a área de atuação e o tipo de holding.
  • Licenças e alvarás: Dependendo das atividades que a holding realizará, pode ser necessário obter licenças específicas para operar.

Aspectos fiscais e regulatórios

Além dos procedimentos de constituição, é importante entender o regime tributário que será adotado pela holding.

No Brasil, as holdings podem optar pelo Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real, dependendo do porte e das atividades da empresa.

O planejamento tributário deve considerar qual regime oferece as melhores condições para otimizar a carga fiscal, levando em conta fatores como distribuição de lucros e pagamento de dividendos.

  • Regulamentação e fiscalização: No caso de holdings de participação ou conglomerados que envolvem múltiplas empresas, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pode exercer fiscalização, principalmente em casos de aquisições que possam impactar a concorrência de mercado.

Passo 4: Implementação e gestão da holding

Com a holding formalmente constituída, o próximo passo é iniciar a gestão efetiva da empresa.

Essa etapa envolve a implementação das estratégias definidas no planejamento inicial e o acompanhamento contínuo das subsidiárias ou ativos controlados pela holding.

A governança corporativa será essencial para garantir que as operações da holding sejam realizadas de maneira eficiente e conforme as metas estabelecidas.

Monitoramento contínuo das subsidiárias

Para as holdings de participação, a gestão das subsidiárias é um fator crítico.

A holding deve garantir que as empresas controladas estejam operando de maneira eficaz, gerando lucros e cumprindo suas obrigações legais.

Isso pode ser feito por meio de conselhos de administração e auditorias regulares, garantindo transparência e responsabilidade.

Governança e compliance

Outro aspecto essencial é a governança corporativa e o compliance.

A holding deve assegurar que todas as suas operações estejam em conformidade com as leis e regulamentações aplicáveis, além de implementar políticas internas que promovam ética, transparência e responsabilidade corporativa.

Isso é especialmente importante em holdings familiares, onde o equilíbrio entre os interesses da família e os objetivos da empresa é essencial para o sucesso no longo prazo.

Conclusão

Investir em holdings pode ser uma excelente forma de diversificar sua carteira e estar exposto a diferentes setores da economia.

As holdings oferecem vantagens como maior controle de mercado, diversificação de receitas, benefícios fiscais e gestão profissionalizada, que tornam esse modelo extremamente atrativo.

No entanto, é fundamental fazer uma análise detalhada das empresas envolvidas antes de tomar qualquer decisão de investimento.

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