Bonds: o que são e como investir em títulos do Tesouro americano

Author
Publicado em 12/10/2024 às 15:33h - Atualizado 30 dias atrás Publicado em 12/10/2024 às 15:33h Atualizado 30 dias atrás por João Henrique Possas

Bonds, na essência, são títulos de dívida emitidos por governos ou empresas com o objetivo de levantar recursos.

O grande lance aqui é que, diferentemente dos títulos que a gente costuma ver no mercado brasileiro, como as debêntures ou os papéis do Tesouro Direto, os bonds são negociados principalmente no mercado internacional, normalmente em dólares.

Esse tipo de investimento oferece uma oportunidade ímpar para quem quer dar um salto em diversificação de portfólio, saindo da "caixinha Brasil" e aproveitando o potencial dos mercados lá fora.

E olha que estamos falando de mercados bem mais líquidos e robustos, como o dos Estados Unidos, que é referência mundial.

Mas afinal, o que é um bond?

De forma simples, um bond é como se fosse um empréstimo que você faz diretamente para uma entidade, que pode ser tanto um governo quanto uma empresa privada.

Em troca desse valor que você empresta, você vai receber de volta o principal — o valor que você colocou — mais uma taxa de juros, que é a compensação por ter deixado seu dinheiro aplicado.

Essa remuneração é paga em um período definido desde o início, então você sabe exatamente quando e quanto vai receber.

Os bonds podem ser emitidos por diferentes tipos de instituições. Os governos, como o próprio Tesouro Americano, são grandes emissores desses títulos.

Eles emitem esses papéis para captar recursos que vão financiar desde o pagamento da dívida pública até projetos de infraestrutura.

Já as empresas, principalmente as de grande porte, utilizam esses títulos para levantar grana e financiar suas operações, expansões ou novos investimentos.

E a vantagem para elas é que, ao invés de buscar financiamento em um banco, elas podem pegar esse dinheiro diretamente com o investidor.

Aqui vai um exemplo prático: quando o governo dos Estados Unidos emite um título, ele está basicamente pedindo dinheiro emprestado para cobrir suas despesas ou financiar seus projetos.

Em troca, ele se compromete a te pagar uma taxa de juros ao longo do tempo pelo valor que você emprestou.

No final do prazo, você recebe de volta o valor integral que emprestou, mais os juros que acumulou durante o período.

Esse mecanismo funciona de maneira bem parecida com o nosso Tesouro Direto aqui no Brasil. No Tesouro Direto, você também empresta dinheiro ao governo e recebe juros em troca.

A diferença é que, no caso dos bonds, eles são emitidos e negociados em mercados internacionais, como o americano, e podem estar atrelados a moedas estrangeiras, como o dólar.

Além disso, os bonds têm algumas particularidades que vamos explorar mais adiante, como o fato de serem uma maneira de você diversificar seus investimentos em mercados externos com uma moeda mais forte.

Os tipos de bonds que você precisa conhecer

Quando falamos de bonds, é importante entender que existem vários tipos no mercado global, cada um com suas próprias características e particularidades.

Esses títulos podem variar em termos de prazo, emissor e risco, oferecendo diferentes opções para o investidor, dependendo de seus objetivos financeiros.

Os dois principais tipos que você vai encontrar são os bonds soberanos e os bonds corporativos. Vamos detalhar cada um deles para você entender melhor como funcionam.

Bonds soberanos

Os bonds soberanos são aqueles emitidos por governos, sendo os Treasuries americanos os mais conhecidos e negociados globalmente.

Esses papéis são vistos como os ativos de menor risco no mercado, já que contam com a confiança de serem garantidos pelo governo, especialmente o dos Estados Unidos, considerado um dos mais seguros do mundo.

Esses títulos são ideais para quem busca segurança e estabilidade no investimento. Dependendo do prazo de vencimento, eles podem ser divididos em três categorias principais:

  • T-bills: Esses são os títulos de curto prazo, com vencimento que pode variar de 1 mês a 1 ano. Eles não pagam juros periódicos; ao invés disso, você compra o papel com um desconto sobre o valor de face e recebe o valor total no vencimento. É uma boa opção para quem quer investir por um prazo mais curto sem abrir mão da segurança.
  • T-notes: Esses papéis têm prazos intermediários, variando entre 2 e 10 anos. Diferente dos T-bills, aqui o investidor recebe juros semestrais, o que garante uma renda periódica enquanto mantém o investimento. São indicados para quem está confortável com prazos mais longos e busca um retorno mais constante.
  • T-bonds: Se o seu objetivo é um prazo ainda mais longo, os T-bonds são a escolha. Com vencimento de 20 a 30 anos, eles também pagam juros semestrais, oferecendo ao investidor uma renda fixa ao longo do tempo. Embora o prazo seja longo, a segurança desses papéis é quase absoluta, sendo uma excelente escolha para quem quer investir a longo prazo com tranquilidade.

Bonds corporativos

Agora, se você está buscando um pouco mais de rentabilidade, os bonds corporativos podem ser uma boa pedida.

Esses títulos são emitidos por empresas privadas, que utilizam esse mecanismo para captar recursos no mercado internacional.

Ao contrário dos bonds soberanos, esses papéis têm um risco maior, já que estão atrelados à saúde financeira da empresa que os emite.

E é aí que entra o conceito de rating, que nada mais é do que a nota que agências especializadas, como a Moody’s, S&P e Fitch, dão para os emissores.

  • Quanto melhor o rating, mais segura é a empresa e, por consequência, menor será o retorno oferecido. Mas, se o rating for mais baixo, isso indica um risco de crédito maior, ou seja, há uma possibilidade maior de calote. No entanto, para compensar esse risco, as taxas de retorno desses bonds corporativos tendem a ser mais atrativas.

Esse equilíbrio entre risco e retorno é o grande ponto dos bonds corporativos.

Se você está disposto a correr mais risco em troca de um yield maior, esse tipo de investimento pode fazer sentido na sua carteira.

Lembre-se, no entanto, de sempre analisar o rating da empresa e seu histórico financeiro antes de tomar qualquer decisão.

Por que investir em bonds pode ser uma jogada de mestre?

Investir em bonds é uma estratégia que, com certeza, pode elevar o nível da sua carteira de investimentos, principalmente se você já está bastante exposto ao mercado brasileiro e quer adicionar uma camada extra de proteção e diversificação.

O grande diferencial dos bonds é que você estará, literalmente, dolarizando parte do seu portfólio.

Isso significa que seus investimentos estarão vinculados a uma moeda muito mais forte e estável do que o real, o que já oferece uma proteção natural contra a volatilidade e as incertezas da nossa economia local.

Além da questão da moeda, você também estará ganhando exposição a mercados e economias muito mais robustos, como o dos Estados Unidos, que é o maior e mais líquido do mundo.

Enquanto o Brasil ainda está se desenvolvendo em vários aspectos, economias como a americana já possuem fundamentos sólidos, o que aumenta a segurança dos seus investimentos.

Isso é especialmente interessante em períodos de crise ou instabilidade no Brasil, quando a nossa moeda e os ativos locais tendem a sofrer mais.

Agora, vamos às principais vantagens que tornam os bonds uma opção tão atrativa para quem busca esse tipo de exposição internacional:

  • Diversificação internacional: Ao investir em bonds, você está abrindo a porta para uma série de ativos que simplesmente não estão disponíveis no Brasil. Isso significa que você pode investir em títulos de empresas e governos do mundo todo, diluindo o risco de estar 100% atrelado a uma única economia.
  • Proteção cambial: Investir em uma moeda forte, como o dólar, é uma das maneiras mais eficazes de proteger o seu capital da desvalorização do real. Em momentos de crise, quando o dólar se valoriza em relação à nossa moeda, seus investimentos em bonds dolarizados tendem a ganhar ainda mais valor.
  • Liquidez: Uma das maiores vantagens de investir no mercado de bonds americano é a liquidez. O mercado nos Estados Unidos é gigantesco, com trilhões de dólares circulando diariamente. Isso significa que, se você precisar vender seus títulos antes do vencimento, é bem mais fácil encontrar um comprador e conseguir sair da posição rapidamente, sem grandes perdas.
  • Estabilidade: Quando falamos de segurança, é difícil superar os bonds soberanos, especialmente os Treasuries americanos. Esses títulos são emitidos pelo governo dos EUA, considerado um dos emissores mais confiáveis do mundo. Por isso, os Treasuries são vistos como os investimentos mais seguros que existem. Se você busca proteção máxima, esses títulos são uma excelente escolha.

Além disso, os bonds são uma excelente maneira de garantir renda passiva.

Muitos desses papéis pagam juros regulares, o que significa que, além de proteger seu patrimônio e diversificar seus ativos, você ainda pode gerar um fluxo de caixa constante, ideal para quem busca uma estratégia de longo prazo.

Isso é especialmente relevante quando você considera os juros dos Estados Unidos, que, em 2024, ainda estão em um patamar historicamente elevado, o que torna os bonds uma oportunidade ainda mais interessante.

Por fim, ao investir em bonds, você se expõe a um mercado global que é muito mais profundo e diversificado do que o brasileiro, permitindo que você participe de setores e empresas que simplesmente não existem por aqui.

Ao diversificar sua carteira internacionalmente, você reduz seu risco e aumenta as chances de retornos consistentes, independentemente da situação econômica do Brasil.

Como funciona a precificação dos bonds?

A precificação de um bond pode parecer complicada à primeira vista, mas, na verdade, ela segue uma lógica bastante clara.

O valor de um bond no mercado vai depender de uma série de fatores, sendo os principais o prazo do título, o risco de crédito do emissor e o cenário macroeconômico em que ele está inserido.

Quando um bond é inicialmente lançado no mercado, ele tem um valor nominal, também conhecido como valor de face, e uma taxa de juros acordada entre o emissor e os investidores.

Esse valor de face é o que o investidor vai receber de volta no vencimento, enquanto a taxa de juros determina o retorno ao longo do tempo.

No entanto, a grande sacada é que os bonds são negociados em um mercado secundário, e o preço desses títulos pode flutuar ao longo do tempo.

Esse movimento depende de uma série de variáveis, e os investidores precisam ficar atentos a esses fatores para entender como o valor do seu bond pode mudar.

Taxa de juros

A taxa de juros é um dos fatores mais críticos na precificação de um bond. Existe uma relação inversa entre as taxas de juros e o preço dos bonds.

Quando as taxas de juros no mercado aumentam, o preço dos bonds caem.

Isso acontece porque os títulos mais antigos, com taxas de juros mais baixas, se tornam menos atrativos em comparação com os novos títulos que estão sendo emitidos a taxas mais elevadas.

Por outro lado, quando as taxas de juros caem, os bonds antigos, que pagam juros mais altos, se tornam mais valiosos, e seu preço sobe.

Essa dinâmica faz com que os bonds sejam bastante sensíveis às mudanças nas políticas monetárias e nas decisões dos bancos centrais, como o Federal Reserve nos EUA.

Risco de crédito

Outro fator essencial na precificação de um bond é o risco de crédito do emissor.

Esse risco está diretamente relacionado à capacidade do emissor, seja ele um governo ou uma empresa, de honrar o pagamento dos juros e do valor principal do bond no vencimento.

Quanto maior o risco de calote, maior será o retorno exigido pelos investidores, o que faz o preço do bond cair no mercado secundário.

Se uma agência de classificação de risco, como a Moody’s, S&P ou Fitch, rebaixar a nota de crédito de um emissor, o preço de seus bonds tende a despencar, pois o risco associado ao título aumentou.

Da mesma forma, se a nota de crédito melhorar, o valor do bond pode subir, já que o risco percebido pelos investidores é menor.

Liquidez

A liquidez do mercado onde o bond é negociado também tem um papel crucial em sua precificação.

Mercados como o dos Estados Unidos possuem uma liquidez imensa, o que significa que é mais fácil encontrar compradores e vendedores para os títulos.

Isso gera uma estabilidade maior nos preços, pois, com mais gente negociando, os preços não tendem a oscilar tanto por falta de demanda.

Em mercados menos líquidos, como o do Brasil, o preço dos bonds pode sofrer variações mais bruscas, já que não há tantos investidores dispostos a comprar ou vender o título a qualquer momento.

Outros fatores que impactam o preço dos bonds

Além dos pontos já mencionados, existem outros fatores que podem influenciar o preço de um bond no mercado secundário. O cenário macroeconômico global é um deles.

Se a economia mundial está passando por um momento de incerteza, como uma recessão ou crise financeira, muitos investidores buscam refúgio em ativos considerados mais seguros, como os Treasuries americanos.

Isso faz com que o preço desses bonds aumente, mesmo que as taxas de juros permaneçam as mesmas.

Outro fator importante é o prazo de vencimento do título. Bonds de prazos mais longos geralmente são mais sensíveis às variações nas taxas de juros, já que o investidor está exposto ao risco por um período maior.

Em contrapartida, bonds de prazos curtos tendem a ter preços mais estáveis, pois o risco de grandes mudanças no cenário econômico durante o período é menor.

Com esses pontos em mente, fica claro que a precificação de um bond é um processo dinâmico, influenciado por diversos fatores que os investidores precisam acompanhar de perto.

Entender como esses elementos se conectam é fundamental para tomar decisões mais informadas no mercado de renda fixa internacional.

Vale mais a pena investir em bonds ou no Tesouro Direto?

Essa é, sem dúvida, uma das perguntas mais comuns para quem está começando a explorar o mundo dos bonds internacionais.

Afinal, o que vale mais a pena: deixar seu dinheiro no Tesouro Direto aqui no Brasil, onde você já está familiarizado, ou partir para os Treasuries americanos, aproveitando a segurança e os benefícios de uma moeda forte como o dólar?

A resposta, como em muitos investimentos, vai depender do seu perfil, dos seus objetivos financeiros e da sua estratégia de alocação de ativos.

Vamos fazer uma comparação detalhada para te ajudar a entender melhor as vantagens e desvantagens de cada um.

Tesouro Direto (Brasil)

O Tesouro Direto é um dos produtos mais populares entre os investidores brasileiros que buscam renda fixa.

Ele oferece diversas opções de títulos públicos, como os prefixados, os títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) e os pós-fixados, que acompanham a Selic.

Em momentos como 2024, em que a taxa Selic está em níveis historicamente elevados, os títulos prefixados oferecem uma rentabilidade muito atrativa.

Isso significa que você pode garantir uma taxa fixa de retorno, mesmo que a Selic venha a cair no futuro.

Para quem está buscando rentabilidade no curto e médio prazo, os títulos do Tesouro Direto, especialmente os prefixados, podem ser uma excelente escolha.

No entanto, o risco desses investimentos, embora relativamente baixo, está sempre atrelado ao cenário econômico e político do Brasil.

Em tempos de instabilidade política ou crise econômica, a confiança no governo e na capacidade de pagamento pode sofrer abalos, o que pode impactar negativamente o preço dos títulos no mercado secundário.

Ainda assim, para o investidor conservador que prefere uma exposição local, o Tesouro Direto continua sendo uma opção segura, especialmente quando comparado a ativos de maior risco, como as ações.

Bonds do Tesouro Americano

Por outro lado, temos os bonds do Tesouro Americano, também conhecidos como Treasuries, que são considerados os ativos mais seguros do mundo.

Esses títulos emitidos pelo governo dos Estados Unidos são amplamente usados como referência para precificar outros ativos de renda fixa no mercado global.

Embora as taxas de juros nos EUA também estejam elevadas em 2024, especialmente em comparação com os últimos anos, elas ainda são significativamente menores do que as taxas praticadas aqui no Brasil.

Isso significa que, em termos de rentabilidade, os Treasuries tendem a oferecer retornos menores quando comparados aos títulos brasileiros, como o Tesouro Direto.

A grande vantagem dos Treasuries não está necessariamente na rentabilidade, mas sim na segurança e na proteção cambial que eles oferecem.

Como o governo americano é considerado extremamente confiável, o risco de calote é praticamente inexistente.

Além disso, ao investir em dólares, você se protege contra uma possível desvalorização do real.

Se o real perder valor em relação ao dólar, seus bonds americanos ganham automaticamente uma valorização adicional, pois você estará posicionado em uma moeda forte.

Isso pode ser um grande diferencial em tempos de incerteza no Brasil, já que o dólar tende a ser um refúgio seguro em períodos de crise.

Proteção cambial e diversificação

Outro ponto importante a considerar é a diversificação internacional. Investir em bonds dos Estados Unidos te dá a chance de diversificar parte do seu portfólio para fora do Brasil, algo essencial para quem quer reduzir sua exposição aos riscos da economia local.

A proteção cambial também é uma vantagem clara ao investir em Treasuries, já que o dólar historicamente mantém sua força como moeda de reserva global.

Se você está preocupado com a volatilidade do real e quer proteger seu patrimônio de uma possível desvalorização, ter parte dos seus ativos dolarizados pode ser uma jogada estratégica.

Como começar a investir em bonds diretamente do Brasil?

Investir em bonds internacionais estando no Brasil nunca foi tão fácil quanto hoje, com uma série de plataformas e corretoras oferecendo acesso simplificado a esses ativos.

Se antes o investimento em títulos internacionais era algo restrito e complexo, hoje as barreiras foram praticamente eliminadas, permitindo que investidores brasileiros possam acessar o mercado global com facilidade.

Para quem quer dar os primeiros passos no universo dos bonds, existem várias opções disponíveis, dependendo do nível de autonomia e do perfil de risco do investidor.

Abaixo, exploramos as principais formas de começar:

Fundos de investimento

Os fundos de renda fixa internacional são uma das maneiras mais acessíveis para quem deseja exposição internacional sem ter que lidar com as complexidades operacionais de comprar bonds diretamente.

Esses fundos costumam ser geridos por gestores especializados que alocam os recursos em uma variedade de títulos de dívida emitidos por governos e empresas ao redor do mundo.

Para o investidor, isso significa ter acesso a uma carteira diversificada de bonds sem precisar se preocupar com a seleção individual dos papéis.

Corretoras como a XP, BTG Pactual e Avenue oferecem uma ampla gama de fundos que investem em bonds, sendo uma excelente porta de entrada para quem quer diversificar internacionalmente sem complicações.

ETFs de bonds

Os ETFs (Exchange Traded Funds) são outra excelente forma de acessar bonds no mercado internacional.

Esses fundos de índice replicam a performance de uma carteira de títulos de renda fixa e são negociados em bolsa, oferecendo ao investidor uma forma prática e de baixo custo para se expor ao mercado global.

Na B3, temos dois ETFs de destaque que focam em renda fixa internacional: o BNDX11, que investe em títulos de países desenvolvidos, e o USDB11, que tem como foco os bonds emitidos pelo Tesouro Americano.

Os ETFs são uma opção interessante para quem busca uma exposição passiva e prefere uma solução com baixas taxas de administração.

Além disso, eles são extremamente líquidos, o que facilita o desinvestimento caso seja necessário.

BDRs de ETFs

Para quem busca algo mais flexível e ainda mais acessível, os BDRs de ETFs são uma ótima escolha.

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são recibos de ETFs listados no exterior que podem ser comprados e vendidos diretamente na B3, assim como as ações brasileiras.

Isso oferece ao investidor brasileiro uma forma de acessar o mercado de bonds internacionais de maneira fácil, sem precisar abrir conta no exterior ou lidar com a burocracia de transferências internacionais.

O grande diferencial dos BDRs de ETFs é a possibilidade de diversificação global com investimentos em pequenas quantidades, mantendo o controle dentro do ambiente regulado pela CVM.

Investimento direto

Agora, para quem busca mais autonomia e controle sobre seus investimentos, o investimento direto em bonds internacionais é uma excelente opção.

Hoje, várias corretoras brasileiras, como a XP e a Avenue, oferecem a possibilidade de abrir contas internacionais, permitindo que o investidor brasileiro tenha acesso direto ao mercado de renda fixa no exterior.

Com essas contas, você pode comprar bonds de empresas e governos ao redor do mundo, diversificando sua carteira de maneira mais completa e tendo a oportunidade de escolher papéis de acordo com seu perfil de risco e retorno esperado.

Além disso, o investimento direto permite que o investidor aproveite oportunidades específicas em mercados globais, ajustando a alocação de ativos conforme o cenário macroeconômico mundial.

O peso da tributação nos bonds

Assim como em qualquer investimento, os bonds internacionais também estão sujeitos à tributação, e é essencial que o investidor brasileiro entenda como esse processo funciona para evitar surpresas.

Quando falamos em tributação de bonds, estamos tratando principalmente do Imposto de Renda (IR) que incide tanto sobre os ganhos de capital quanto sobre os juros recebidos.

É fundamental estar atento às regras para garantir que os seus investimentos internacionais estejam regularizados junto à Receita Federal.

Ganho de capital na venda de bonds

No Brasil, o ganho de capital ao vender bonds internacionais é tributado de acordo com as mesmas regras aplicadas aos investimentos feitos no exterior.

Se o valor total das vendas de bonds dentro de um determinado mês for inferior a R$ 35 mil, o investidor está isento de pagar Imposto de Renda sobre o lucro obtido.

Essa isenção é um benefício importante para quem faz movimentações menores e busca uma estratégia mais ativa de compra e venda.

No entanto, se as vendas ultrapassarem o limite de R$ 35 mil mensais, o Imposto de Renda será aplicado sobre o ganho de capital (a diferença entre o valor de compra e o de venda dos bonds).

As alíquotas variam de acordo com o valor total do ganho, seguindo uma tabela progressiva:

  • Para ganhos de até R$ 5 milhões, a alíquota é de 15%.
  • Para ganhos entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, a alíquota sobe para 17,5%.
  • Para ganhos entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões, a alíquota é de 20%.
  • Para ganhos superiores a R$ 30 milhões, a alíquota chega a 22,5%.

Essa tributação progressiva foi criada para garantir que investidores que realizam grandes operações paguem uma maior parcela de impostos, enquanto aqueles que fazem operações menores se beneficiam de alíquotas mais baixas ou da própria isenção.

Tributação sobre os juros pagos pelos bonds

Além do ganho de capital, os juros recebidos ao longo do período de investimento também estão sujeitos ao Imposto de Renda.

A tributação sobre os juros segue as mesmas regras progressivas que se aplicam a outros investimentos de renda fixa no Brasil.

Isso significa que os juros pagos periodicamente pelos bonds são tributados conforme a tabela de Imposto de Renda para pessoas físicas.

  • A alíquota de IR começa em 15% para investimentos com prazo superior a dois anos.
  • Para prazos entre um e dois anos, a alíquota é de 17,5%.
  • Para prazos entre seis meses e um ano, a alíquota é de 20%.
  • E, para prazos inferiores a seis meses, a alíquota é de 22,5%.

Essa estrutura progressiva incentiva os investidores a manterem seus investimentos por períodos mais longos, já que a alíquota reduz à medida que o prazo do investimento aumenta.

Tributação em 2024 e o impacto do câmbio

Em 2024, um dos pontos de atenção ao investir em bonds internacionais é o impacto da variação cambial.

Como esses investimentos estão geralmente denominados em dólar, a oscilação do câmbio pode influenciar diretamente o ganho de capital.

Se o real se desvalorizar em relação ao dólar, o lucro do investidor ao vender bonds pode aumentar, mas isso também implicará em uma maior tributação, já que o ganho de capital será maior.

Por outro lado, se o real se valorizar, o ganho em reais pode ser menor, resultando em uma tributação mais baixa.

Além disso, é importante lembrar que a Receita Federal exige a declaração de bens e investimentos no exterior no Imposto de Renda anual.

Isso inclui a declaração do saldo dos bonds, juros recebidos e qualquer ganho de capital obtido no período.

Para garantir que tudo esteja conforme as normas, é essencial manter um registro detalhado de todas as transações e do saldo de ativos no exterior.

Conclusão: a plataforma certa para investir em bonds

Agora que você já entendeu a importância e o potencial dos bonds, está na hora de agir. E se você quer facilitar ainda mais seu caminho no mundo dos investimentos, a dica é usar o Investidor10.

A plataforma oferece informações detalhadas, rankings, e análises completas para te ajudar a tomar as melhores decisões.

Se você está pensando em diversificar seu portfólio, o Investidor10 PRO é o caminho ideal para acessar ferramentas exclusivas, análises avançadas e insights que te colocam à frente no mercado.

Não perca tempo, seja um Investidor10 PRO e ganhe ainda mais vantagem competitiva nos seus investimentos!