Trump promete ajudar Argentina, mas condiciona apoio ao resultado das eleições

Durante reunião em Washington, o líder republicano elogiou Milei e alertou que ‘não será generoso’ caso a oposição vença.

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Publicado em 14/10/2025 às 18:33h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 14/10/2025 às 18:33h Atualizado 2 minutos atrás por Wesley Santana
Milei e Trump se reuniram durante a tarde, quando também responderam perguntas de jornalistas (Imagem: Reprodução/Casa Rosada)
Milei e Trump se reuniram durante a tarde, quando também responderam perguntas de jornalistas (Imagem: Reprodução/Casa Rosada)

Os presidentes Donald Trump (Estados Unidos) e Javier Milei (Argentina) se reuniram nesta terça-feira (14), na Casa Branca. O encontro foi um gesto de apoio do norte-americano apenas alguns dias antes de uma eleição decisiva no país latino.

Milei tem sido apontado como um dos principais apoiadores de Trump na região, em uma disputa com a China pela influência no continente americano. "Se ele não vencer, não contará conosco. Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina", alertou Trump, em coletiva de imprensa realizada depois do encontro.

A agenda bilateral também acontece depois que os EUA decidiram ajudar a Argentina economicamente, comprando bilhões de pesos com o objetivo de estabilizar o câmbio. Além disso, o país também aprovou um empréstimo para que a nação tenha condições de honrar seus compromissos.

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"Nossas decisões estão sujeitas a quem ganha as eleições, porque se um socialista ganha, a pessoa se sente muito diferente sobre se você faz o investimento", continuou o líder republicano. "Estamos aqui para lhe dar apoio para as próximas eleições. Se a Argentina se sair bem, outros países seguirão. Mas se ele não vencer, não contará conosco", completou.

As eleições legislativas na Argentina estão marcadas para acontecer no próximo dia 26 de outubro. Há uma apreensão no entorno de Milei porque seu partido já perdeu algumas cadeiras importantes em setembro, quando a província de Buenos Aires — maior colégio eleitoral do país — decidiu eleger a oposição.

Além disso, diversos membros da Casa Rosada estão sendo investigados por corrupção ou por associação ao narcotráfico. Uma das principais apostas do atual presidente decidiu deixar a corrida depois que a imprensa divulgou detalhes de um pagamento recebido por um empresário acusado de tráfico de drogas pelos EUA.

"Se Milei não ganhar, acho que sei com quem ele vai competir. Ele é da extrema esquerda, uma filosofia que colocou a Argentina nesse problema. Se Milei perder, não seremos generosos com a Argentina", alertou.

Enquanto os dois líderes se encontravam em Washington, a bolsa de valores da Argentina registrava mais um dia de baixa acentuada. O índice S&P Merval fechou o pregão desta terça com queda de 2%, na contramão das principais bolsas da América Latina.

Os outros índices econômicos, no entanto, vêm apresentando variações positivas. É o caso do risco-país, que opera abaixo dos 1 mil pontos, e da cotação do peso argentino, que caiu da faixa acima de 1.500 por dólar para 1.335, segundo os monitores de câmbio.