Tarifas entram em vigor em 1º de agosto, diz secretário de Trump
Lutnick descartou novas prorrogações das tarifas anunciadas por Trump, como a do Brasil.

Os Estados Unidos não vão voltar atrás da decisão de impor novas tarifas a partir de 1º de agosto, o que deve afetar a importação de produtos fabricados em países como o Brasil.
Foi o que disse o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, neste domingo (27), em entrevista à "Fox News".
🗣️ "Sem prorrogações, sem mais períodos de carência. Em 1º de agosto, as tarifas serão definidas. Elas entrarão em vigor", afirmou Lutnick, acrescentando que o governo americano "começará a arrecadar o dinheiro".
Ele disse, contudo, que os países ainda poderiam negociar o assunto com o governo americano depois que a cobrança entrar em vigor.
Segundo Lutnick, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "está sempre disposto a ouvir", mas se as pessoas "poderão fazê-lo feliz ou não é outra questão".
O secretário de Comércio dos Estados Unidos disse, por exemplo, que a União Europeia poderia se livrar da tarifa de 30% anunciada por Trump caso abrisse seus mercados para as exportações americanas.
Tarifas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu taxar as importações de quase todos os parceiros comerciais americanos em abril.
O anúncio levantou temores de uma guerra comercial, derrubou os mercados mundiais e deflagrou diversos pedidos de negociação. Por isso, Trump acabou adiando o início do tarifaço para 1º de agosto.
Recentemente, o republicano ainda enviou cartas para alguns países recalibrando essas tarifas. O Brasil foi um deles e acabou ficando com a maior tarifa dentre todas as nações notificadas por Trump.
Brasil
💲 Inicialmente, Trump havia aplicado uma tarifa mínima de 10% sobre os produtos brasileiros. Contudo, o republicano decidiu elevar essa taxação para 50% no início deste mês de julho.
Na carta que anunciou a taxação, Trump reclamou da forma com que o Brasil tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é julgado por tentativa de golpe de Estado no STF (Supremo Tribunal Federal).
O republicano ainda alegou que o Brasil mantém uma relação comercial injusta com os Estados Unidos. Contudo, dados da balança comercial mostram que essa relação na verdade tem gerado superávits para os americanos.
O governo brasileiro rebateu as acusações e tem tentado negociar o assunto, para reverter ou adiar o tarifaço. Contudo, as conversas não têm avançado da forma como o desejado em Brasília.
Trump alegou que a tarifa de 50% é para os países com os quais os Estados Unidos não têm tido uma boa relação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, então, que o republicano "não quer conversar".
Empresas
Diante desse impasse, o governo brasileiro já avalia medidas para conter os prejuízos esperados com as tarifas e até para retaliar os Estados Unidos.
📉 Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mais de 10 mil empresas brasileiras podem ser afetadas pela tarifa. Veja aqui quais devem ser as empresas mais afetadas da bolsa, segundo analistas.
Por isso, o Executivo desenhou diversas ações de apoio ao setor produtivo. O pacote inclui linhas de crédito e compras governamentais para os setores mais atingidos e será avaliado nos próximos dias por Lula. O petista ainda sanciona nesta segunda-feira (28) um projeto de lei para estimular as exportações de micro e pequenas empresas.
Lula também ameaçou taxar e regulamentar as big techs que operam no Brasil. Além disso, o governo avalia aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica em resposta aos Estados Unidos, o que permitiria a taxação de produtos americanos, como filmes, e a quebra de patentes de itens como medicamentos.
Companhias maiores, por sua vez, dizem ter já planos para lidar com a taxação. A Petrobras (PETR4), por exemplo, diz que pode redirecionar o petróleo que hoje vende para os Estados Unidos para outras regiões. Já a Weg (WEGE3) estuda redirecionar suas rotas de exportação para vender produtos fabricados no exterior para os americanos.

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