'Sem soberania, o Brasil não existiria', diz Lula após tarifaço de Trump

No dia seguinte à oficialização do tarifaço pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (31) que o Brasil não existiria se não fosse soberano. Já na quarta-feira (30), o Planalto havia divulgado uma nota destacando que o Brasil é uma nação soberana e democrática, logo após o anúncio das tarifas pela Casa Branca.

🗣️Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou que foi a soberania quem "trouxe liberdade e independência para o país". "Soberania é a autoridade que um povo tem sobre seu próprio destino. É a capacidade de um país decidir seus rumos, proteger seus recursos, cuidar de seu território e defender seus interesses diante do mundo."

Embora não tenha citado diretamente os EUA, Lula enfatizou a importância da "cooperação internacional". "A soberania deve ser acompanhada pela cooperação internacional. O mundo enfrenta desafios que nenhuma nação vencerá sozinha, como a fome e a mudança do clima. Desafios comuns exigem ações compartilhadas. Por isso, atuamos para fortalecer o multilateralismo", disse.

Medidas dos EUA

A fala de Lula chega um dia após duas sanções dos EUA contra o Brasil. Nessa quarta-feira (30), o governo de Donald Trump sancionou o ministro Alexandre de Moraes por meio da Lei Magnitsky, instrumento voltado a penalizar estrangeiros.

Segundo o texto, Moraes “usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”. O comunicado cita uma fala do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent. “Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, declarou.

🚨 O secretário diz ainda que Moraes é responsável por “uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)."

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No mesmo dia, Trump também assinou um decreto executivo que oficializou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo o texto, a medida é uma resposta a políticas e ações “incomuns e extraordinárias” do governo brasileiro.

Segundo a Casa Branca, o Brasil estaria promovendo “perseguição política, intimidação, assédio, censura e processos judiciais” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. O governo americano define essas medidas como “graves abusos de direitos humanos”.

Mesmo com o anúncio da tarifa de 50% sobre importações do Brasil, os EUA excluiu diversos itens da cobrança. Segundo o texto, produtos como suco de laranja, combustíveis, veículos, peças de avião e certos tipos de metais e madeira seguem livres da tarifa.