Não tenho pressa em adotar reciprocidade contra os EUA por tarifa, diz Lula

A fala chega depois do presidente autorizar o processo para aplicar Lei da Reciprocidade contra os EUA.

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Publicado em 29/08/2025 às 13:27h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 29/08/2025 às 13:27h Atualizado 1 dia atrás por Elanny Vlaxio
As tarifas foram anunciadas no dia 6 de agosto (Imagem: Shutterstock)
As tarifas foram anunciadas no dia 6 de agosto (Imagem: Shutterstock)

🗣️ Nesta sexta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil mantém disposição para dialogar com os Estados Unidos a respeito das tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mesmo após ter aprovar a aplicação da reciprocidade.

"Esse é um processo um pouco demorado. Eu não tenho pressa de fazer qualquer coisa com a reciprocidade contra os EUA. Tomei a medida porque precisa andar o processo. Temos que dizer que nós também temos coisas para fazer contra os EUA, mas eu não tenho pressa, porque eu quero negociar", disse Lula em entrevista à Rádio Itatiaia.

Segundo Lula, se os EUA optarem por não importar mais do Brasil, o país não irá se lamentar e irá atrás de novos mercados. “Se o leite caiu, vou procurar outra vaca para tirar mais leite. Eu vou procurar outro país para negociar”, afirmou. Para Lula, a iniciativa de abrir diálogo com os Estados Unidos não será de sua parte.

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💬 “As pessoas falam que é para ligar para o Trump. Ora, se o secretário de Tesouro não falou com o Haddad, se o Alckmin não conseguiu falar com o cidadão do comércio, porque a pessoas acham que um telefonema para o Trump vai resolver?”, afirmou. O chefe do Executivo brasileiro estará nos Estados Unidos em setembro para a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

Desde o anúncio das tarifas, em 6 de agosto, o Brasil se diz disposto a negociar com o país liderado por Trump. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inclusive, afirmou que o Brasil poderia discutir a inclusão da exploração de minerais críticos e terras raras nas negociações com os EUA, algo que já foi negado em outras ocasiões por Lula.

As taxas atingem uma ampla gama de produtos, especialmente café, carne bovina e frutas. Além disso, setores como o de máquinas agrícolas e industriais também foram impactados. O governo dos Estados Unidos também exlcluiu diversos itens da cobrança como suco de laranja, combustíveis, veículos, peças de avião e certos tipos de metais e madeira.