“Muito agradável”: Trump elogia Lula e marca encontro em meio à tensão comercial

Anúncio derrubou o dólar e levou o Ibovespa a 146,7 mil pontos, perto de um novo recorde histórico.

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Publicado em 23/09/2025 às 12:58h - Atualizado Agora Publicado em 23/09/2025 às 12:58h Atualizado Agora por Wesley Santana
Trump discursou durante a Assembleia Geral da ONU, que acontece nos EUA (Imagem: Shutterstock)
Trump discursou durante a Assembleia Geral da ONU, que acontece nos EUA (Imagem: Shutterstock)

Em ocasião da Assembleia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou um encontro com Lula da Silva. Eles terão uma agenda conjunta na próxima semana, em data a ser anunciada posteriormente. 

“Tive um pequeno problema em dizer isso, mas devo contar. Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos, nos abraçamos e concordamos que nos encontraríamos na próxima semana”, relatou Trump nos bastidores do evento. 

“Não tivemos muito tempo para conversar, talvez uns 20 segundos, mas, por cerca de 39 segundos, tivemos uma excelente química. Ele me pareceu um homem muito agradável. Eu gostei dele, e só faço negócios com pessoas de quem gosto”, continuou Trump.

Apesar dos elogios a Lula, Trump também aproveitou o momento para tecer críticas ao Brasil e sua política comercial. O chefe da Casa Branca destacou que, anteriormente, o país impôs tarifas injustas aos Estados Unidos. 

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“Como presidente, sempre defenderei a soberania nacional e os direitos dos cidadãos americanos. É triste dizer, mas o Brasil está indo mal e continuará indo mal. Só pode ir bem quando trabalha conosco. Sem nós, falhará, assim como outros já falharam”, afirmou ele.

A sinalização de Trump acontece depois do discurso de abertura da ONU, quando Lula criticou as tarifas comerciais impostas por Washington e defendeu a soberania do Brasil. Ao longo de 10 minutos, Lula falou sobre o tarifaço, a condenação de Jair Bolsonaro e sobre as guerras que ocorrem no mundo. 

“O Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e aqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, disse o mandatário brasileiro. "Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra. Existe um verdadeiro paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia”, continuou. 

Dólar cai e IBOV sobe

Logo que Trump anunciou uma agenda com Lula, o dólar dos EUA deu sinais de que o mercado acredita em uma solução para a guerra comercial. No acumulado do dia, a moeda norte-americana perdeu 0,67% frente ao real brasileiro, que ficou cotado em R$ 5,30.

O mesmo aconteceu com o Ibovespa (IBOV) que começou a flertar com os 147 mil pontos, o que seria um novo recorde para a bolsa de valores brasileira. Por volta das 12h30, o indicador era negociado em 146,7 mil pontos, de acordo com dados da B3.