Lula fala em especulação e diz que governo deve agir contra alta do dólar

Para o presidente, "há um jogo de interesse especulativo contra o real nesse país".

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Publicado em 02/07/2024 às 15:50h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 02/07/2024 às 15:50h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Lula voltou a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto (Ricardo Stuckert/PR)
Lula voltou a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto (Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribuiu a alta do dólar a "um jogo especulativo contra o real" nesta terça-feira (2). Ele ainda indicou que o governo vai agir para tentar conter a escalada da moeda.

🗣️ "Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real nesse país", afirmou Lula, em entrevista à "Rádio Sociedade", na Bahia.

Lula disse ainda que fará uma reunião para discutir o assunto assim que voltar a Brasília, nesta quarta-feira (3). "Eu tenho conversado com as pessoas sobre o que a gente vai fazer. [...] Eu vou ter uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo", declarou.

Lula não revelou as medidas estudadas pelo governo para tentar conter a alta do dólar. Ele disse que não poderia falar nada para não "alertar os adversários". Contudo, reforçou que o governo não ficará parado diante da alta do dólar: "Nós temos que fazer alguma coisa".

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Dólar a R$ 5,70

💵 O dólar disparou nas últimas semanas e nesta terça-feira (2) chegou a tocar nos R$ 5,70, o maior valor desde janeiro de 2022. A alta ocorre em meio a questionamentos sobre o ajuste fiscal e a autonomia do BC (Banco Central).

O mercado entende que o governo precisa cortar gastos para atingir as metas fiscais, mas não vê medidas concretas nessa direção. Além disso, há um receio de que o governo acabe com a autonomia do Banco Central dada às críticas de Lula aos juros altos e ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Em entrevista nesta terça-feira (2), Lula disse que o governo busca soluções para a questão fiscal e que cortará eventuais excessos de gastos. Contudo, voltou a dizer que não vai "abrir mão de melhorar a vida do povo brasileiro".

O presidente também afirmou que é preciso "manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do Banco Central não fique vulnerável a pressões políticas".

Contudo, voltou a fazer críticas a Roberto Campos Neto. Para ele, o atual presidente do BC "tem um viés político".

Roberto Campos Neto, por sinal, afastou a possibilidade de intervenção do BC no câmbio na última quinta-feira (27). Questionado sobre a alta do dólar por jornalistas, ele disse que uma intervenção pontual teria "pouca efetividade" e afirmou que o BC só interviria no câmbio em caso de disfuncionalidade do mercado.