Itaú (ITUB4): CVM abre processo para apurar denúncia contra ex-CFO

Itaú acusou o ex-diretor Alexsandro Broedel de violação de políticas internas e conflito de interesses.

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Publicado em 09/12/2024 às 20:23h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 09/12/2024 às 20:23h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
Itaú revelou denúncias no sábado (Imagem: Shutterstock)
Itaú revelou denúncias no sábado (Imagem: Shutterstock)

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu um processo administrativo para apurar as denúncias feitas pelo Itaú (ITUB4) contra o seu ex-diretor financeiro Alexsandro Broedel, por violação de políticas internas e conflito de interesses.

🔎 Por meio de processos administrativos como este, a CVM coleta informações para poder emitir uma decisão ou uma solução para o caso em questão. O órgão deve, então, solicitar documentos e esclarecimentos ao Itaú sobre a denúncia.

Se encontrar indícios de autoria e materialidade relativos a um crime ocorrido no âmbito do mercado de capitais, a CVM pode instaurar outro processo, desta vez com caráter sancionador. Esses processos envolvem a intimação e a apresentação da defesa dos acusados, com o posterior julgamento pelo colegiado da CVM.

Em caso de julgamento e condenação, os acusados ficam sujeitos às penalidades previstas na lei que disciplina o mercado de valores mobiliários brasileiros, a Lei nº 6.385 de 1976. Entre as penalidades possíveis, estão advertência, multa, inabilitação, suspensão ou proibição da realização de algumas atividades no mercado.

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A denúncia do Itaú

🏦 O Itaú publicou na madrugada do sábado (7) a ata de uma assembleia geral extraordinária de acionistas que aprovou a adoção de "medidas legais cabíveis" contra o ex-diretor financeiro Alexsandro Broedel.

Na ata, o Itaú diz que "o ex-administrador da Companhia, Sr. Alexsandro Broedel Lopes, agindo em violação às políticas internas e à legislação e à regulamentação aplicável, atuou em grave conflito de interesses, e em benefício próprio, no relacionamento com determinado e específico fornecedor de pareceres da Companhia a ele relacionado".

Segundo investigação realizada pelo banco, Broedel teria contratado pareceres a uma empresa que tem Eliseu Martins, um dos contadores mais conhecidos do país, como sócio. Parte dos recursos pagos por esses pareceres, no entanto, teria sido direcionado ao então diretor financeiro do banco.

💲 O Itaú calcula que os pagamentos direcionados a essa empresa somaram R$ 10,5 milhões entre 2021 e 2024, mas ressaltou que a prática não afetou os resultados da companhia. O banco prometeu uma ação civil contra o ex-diretor para tentar recuperar parte desses valores.

Broedel também prometeu tomar as medidas judiciais cabíveis contra o Itaú. Em nota, ele disse que sempre conduziu suas atividades de "forma ética e transparente" classificou as denúncias como "infundadas e sem sentido".

Prestes a assumir um cargo no Santander na Espanha, o executivo também disse que "causa profunda estranheza" o timing da denúncia do Itaú. Ele pediu demissão do Itaú em julho, depois de 12 anos no banco, para cumprir a quarentena e assumir o cargo no Santander.

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